JARDIM DÁ UMA BICADA E UM ELOGIO
A MIGUEL ALBUQUERQUE
Indirectamente, o chefe do governo dedica esta manhã, ao discursar na sessão solene do Dia do Funchal, um remoque ao anfitrião e presidente da Câmara. Jardim não deixa passar a ocasião para chamar ao governo a coordenação do combate aos recentes incêndios no concelho do Funchal, voltando à carga com o aproveitamento das desgraças para dividendos políticos. Para a fotografia, farpa que já metera em Miguel Albuquerque no calor dos incêndios.
E o elogio: a todos os autarcas do Funchal sobretudo aos que não se podem recandidatar.
Oferecemos ao Leitor as duas passagens.
Bicada:
"Face ao lamentável e inadmissivelmente sucedido, uma vez mais o Governo
deste território autónomo exerceu pronta e planeadamente a tutela e a coordenação
dos meios existentes, na prioridade indiscutível que é devida à Pessoa Humana,
enjeitando protagonismos que desrespeitam quem sofre e evitando atitudes
geradoras de alarmismo nocivo à Economia do arquipélago. Uma vez mais se
comprovou a importância operacional da existência de uma Autonomia Política
nesta Região, como também se demonstra a necessidade de conjugar com a
Autonomia, um novo modelo constitucional de Justiça neste território autónomo.
De imediato, fica de novo o apelo do Governo da Região Autónoma para que a
população se empenhe na busca dos autores materiais e morais dos crimes de fogo
posto.
Elogio indirecto:
As primeiras palavras são de saudação a
todo o Executivo da Câmara Municipal do Funchal e a todos os Senhores Autarcas
deste Concelho. Como mandatário da população da Região Autónoma em que esta
Autarquia funchalense se insere, exprimo, sem reservas, um grande “muito
obrigado” a Todos os que servem neste Município e suas Freguesias. Um grande
“muito obrigado”, sobretudo àqueles que são forçados a deixar as respectivas
funções por imperativo de uma lei que é inaceitável porque contra o Direito de
o Povo escolher livremente quem quiser e pelo tempo que a soberania democrática
do Povo entender. É minha convicção que esta legislação é inconstitucional, na
medida em que cria um impedimento em matéria de Direitos e Liberdades e de
organização política do Estado que não existe na Constituição da República,
sendo um mistério tal inconstitucionalidade nunca ter sido suscitada.
Porventura o decorrer do tempo esclarecerá... Saúdo, pois, reconhecido e em
nome da população madeirense, Todos os que cessam funções. É inerente a cada um
de nós, termos virtudes e defeitos. Mas em relação a Quem serve a causa pública
e num momento de partida, impõe-se relevar as Virtudes e reconhecer todo o
contributo dado ao Bem Comum, remetendo os inevitáveis defeitos individuais
para a própria natureza humana. Bem hajam pelo que fizeram por todos nós. Uma
sociedade democrática tem o Direito de cultivar a diferença, de opôr pontos de
vista alternativos, até de inflamar discussões na diversidade dos
temperamentos. Mas, sobretudo, tem a obrigação ética de saber mostrar
Reconhecimento àqueles que serviram o Povo. Todas as sociedades que se
consentem viver na obsessão patológica de destruir pessoas por causa de pontos
de vista diferentes, que não são capazes de reconhecer quaisquer quotas de
Mérito a quem trabalha para a comunidade, são sociedades em auto destruição."
Já voltamos com mais Dia da Cidade.
1 comentário:
o governo não coordenou nada. a unica coisa que vimos foi um secretario a gagejar umas banalidades e um gajo que não serve nem para coronel , a tentar passar o seu ar de entendido. a ação do governo foi de fracasso total.
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