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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

MISSA CAMPAL EM SÃO ROQUE


Bruno ouviu o padre José Luís
do princípio ao fim da homilia

O pároco de São Roque arrancou no meio do arvoredo uma brilhante homilia que os políticos deviam ouvir todas as manhãs, antes de irem tomar decisões. Bruno Pereira (no primeiro plano da imagem) esteve atento e não abandonou a missa, ao contrário do que o seu chefe Jardim resolveu fazer, há poucas semanas, na Igreja de São Roque. 

Ao contrário de 'Meio Chefe' Jardim, que abandonou um casamento a meio para desconsiderar a homilia do íntegro e insubornável pároco de São Roque, Bruno Pereira não só escutou a profunda mensagem deixada pelo padre José Luís na Festa de Nossa Senhora da Alegria como assumiu a sua inabalável admiração pelo sacerdote.
O fim-de-semana foi de prolongada festa nos aprazíveis bosques ao alto de São Roque, mas no domingo ninguém esmorecera ainda. O povo da freguesia e muitos visitantes estiveram em peso num arraial onde vozes da juventude local surpreenderam em palco com a sua qualidade pouco vulgar. O espectáculo serrano, pelo dia fora, prendeu as atenções do vasto público, sobretudo durante a actuação daqueles endiabrados '4 Litro'.
Ao concorrido arraial compareceram, inclusive, figuras da política regional como Bruno Pereira, ex-vice da Câmara do Funchal e candidato social-democrata para 29 de Setembro, e Hélder Spínola, deputado do PND e membro da coligação 'Mudança' que está na disputa da referida Câmara. 
Bruno, aliás, defendeu a baliza dos 'Maravilhas' no desafio matinal disputado no rinque de São Roque, diante da representação local chefiada por José António. Tratava-se da desforra para esclarecer o duvidoso resultado de há um mês no campo do Galeão, mas voltou a ficar tudo na mesma. Ficámos com a impressão de que o empate a 4 bolas foi resultado combinado para provocar novo jogo seguido de almoço, o que realmente aconteceu: a desforra das desforras já tem data marcada - 17 deste mês na Ribeira Brava com repasto na Pousada dos Vinháticos, cortesia dos 'Maravilhas'.

O momento do dia, inesperado para quem não é de andar muito no meio do incenso, estava reservado para a hora... da missa. O padre José Luís Rodrigues, bastas vezes atacado nas páginas do jornal do governo e da Igreja, celebrou eucaristia campal numa inusitada empatia com os presentes. Foi um espaço de liturgia festiva que serviu para se perceber que o povo está frontalmente contra quem ataca o pároco. Mas valeu, principalmente, pelas sábias palavras do padre José Luís.
Bruno Pereira e os organizadores da festa - junta de freguesia e casa do povo -, posicionados politicamente na área de quem ataca José Luís Rodrigues, mostraram que pelo menos no caso do pároco divergem da cúpula. Sem a menor dúvida.
O sacerdote, captando as atenções mesmo de quem não assiste a missas há muitos anos, deixou palavras de apelo à honestidade e à transparência, mensagem cirurgicamente adequada aos tempos e à terra onde vivemos.
E ninguém abandonou o local, como há pouco tempo fez o sr. Jardim em pleno templo de São Roque, durante um casamento celebrado pelo padre José Luís. 
O pároco abanou as consciências este domingo, lembrando aquilo que socialmente deve ser o conceito de riqueza, que não é o da riqueza material tão em voga.
Deixamos a seguir as explicações sobre a mensagem deste acontecimento pela escrita do próprio padre, plasmada no seu blogue 'Banquete da Palavra'. 
Não sabemos se é usual ou não, mas não resistimos a deixar aqui as nossas entusiásticas felicitações ao nosso Amigo padre José Luís, por aqueles minutos de reflexão de que não estávamos à espera.


Deixar a cobiça
Mesa da Palavra
Comentário à missa deste domingo

Ser rico aos olhos de Deus não dá prestígio, não faz ser famoso, não passa na televisão, no fundo, não dá resultado nenhum ser rico aos olhos de Deus, porque não vemos que a sociedade dê muita atenção às pessoas que procuram a fortuna que agrada a Deus.
Os bens deste mundo só servem para a realidade de Deus, quando nos humanizam e nos tornam cada vez mais conscientes da ética dos valores que devem preencher todas as nossas acções. Por isso, Jesus remata com o seguinte apelo: "...guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens". Estas palavras são muito interessantes porque pervertem toda a lógica humana, mais empenhada na posse de muitos bens.
As riquezas deste mundo servem para muita coisa desta vida terrena, é verdade. Mas para o lugar de Deus não servem absolutamente para nada se não forem colocadas ao serviço da justiça e do bem comum. Pior ainda se servem para tomar uma vida desregrada, carregada de vaidade e no gastar desmedido sendo um insulto para quem tem pouco ou nada tem para saciar a sua fome. Não podem os bens que temos serem insultuosos em relação a tantas pessoas que contam as míseras receitas mensais para terem as suas contas em dia e pouco resta para a comida e educação dos filhos. Esta vaidade brada aos céus quando acontece por causa dos bens.
O importante da vida, segundo a lógica de Jesus, não é ter muitos bens materiais, mas acumular muitos tesouros de bens espirituais com uma vida digna em favor da felicidade para todos os que nos rodeiam.
A riqueza material, nada diz a Jesus. Porque manifestamente não se quer comprometer com as partilhas dos bens humanos. Reparemos na pergunta que Jesus coloca perante a pessoa que lhe pede ajuda na partilha dos bens: "Amigo, quem me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?"
Muitas vezes conhecemos amigos e familiares, que trabalharam muito durante a sua vida e lutaram o mais que puderam para terem a sua pensão ou a sua fortuna. Gastaram a vida toda a perder a saúde para ganhar dinheiro e bens, no fim sem qualquer gozo da vida ou morrem ou passam o que resta de tempo neste mundo a gastar o dinheiro para ter saúde. Nesse estado, o seu corpo está limitado e até por vezes Deus chama-os para si. Nós pensamos, este homem ou esta mulher agora estava bem, tinha boas condições para viver uma vida boa, mas morreu justo agora que a vida lhe corria de vento em poupa.
A vida é uma surpresa constante que não depende de nós. O reino de Deus é a melhor fortuna que cada um pode e deve ter no seu coração.


O padre José Luís foi a figura da inesquecível festa, com a sua vibrante homilia. Agora percebemos por que é que as suas missas enchem, mesmo nesta fase de desesperança. Na foto, o pároco conversa com Rui Nunes e José António.

Carlos 'Nené', o grande animador. Este nosso velho amigo é de Santo António, mas esteve em São Roque ao abrigo da cooperação entre casas do povo. Pois.

Festa rija na Esperança. Os enfeites têm uma cor esquisita, mas não seja por isso...

Duas equipas de empatas - se calhar com resultados combinados. ( Esta foto tremida é do José António)
Bruno e Rui Nunes: adversários no jogo, mas com as suas coisas para tratar.


Bruno Pereira cumpriu, na baliza dos 'Maravilhas'. Daqui a dias não terá uma defesa destas a cobri-lo, nem pouco mais ou menos.


Um bocado no banco não faz mal a ninguém - como diria Miguel Albuquerque.


1 comentário:

Anónimo disse...

Esta malta da política muito se esfalfa nestes meses antes das eleições (futeboladas, missas, passeios com velhinhos). Mas depois são logo 4 anos a engordar (a conta bancária e a pança).