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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Congresso PP: moção




José Manuel Rodrigues apresentou a moção que leva para o congresso do final de semana. Como se sabia, os populares, uma vez concluídas sem sucesso as conversações com Victor Freitas do Partido Socialista, vão sozinhos a eleições. Depois será decidido que fazer em matéria de alianças. 
Como também já é conhecido, Rodrigues está disponível para coligações com os socialistas ou os social-democratas.
Na encruzilhada das hesitações políticas onde a Madeira estacou, o PP dá conta dos seus projectos, nesta moção que 'Fénix' disponibiliza na íntegra aos seus Leitores.





Um Novo Tempo 
Uma Nova Esperança



Moção de Estratégia Global
ao XIV Congresso do CDS-PP Madeira

Subscritor: José Manuel de Sousa Rodrigues 


“Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.” 

Winston Churchill
ÍNDICE

Introdução

1. 10 Compromissos
                1.1 - Regeneração do Sistema Político
                1.2 - Credibilização e Afirmação da Madeira
                1.3 - Renegociar a Dívida – Sanear as Finanças para Vivermos Melhor
                1.4 - Renegociar as Parcerias Público Privadas
                1.5 - Autonomia Fiscal – Redução de Impostos
                1.6 - Modelo de Transportes Aéreos e Marítimos
                1.7 - Novo Quadro Comunitário – Prioridade aos Sectores Produtivos

2. Turismo
                2.1 - Elaboração de um Plano Estratégico para o Turismo na Região                                            Autónoma da Madeira
                2.2 - Potenciar o Produto Levadas da Madeira
                2.3 - Requalificação das Estradas Regionais
                2.4 - Promoção Turística do Destino Madeira

3. Qualificação e Recursos Humanos
                3.1 - Educação
                3.2 - Juventude
                3.3 - Desporto
                3.4 - Nova Política Cultural e do Conhecimento

4. Saúde
                4.1 - Combater Desigualdades – Criar Oportunidades
               
5. Construção da Alternativa

6. Estratégia Partidária


INTRODUÇÃO

A Madeira vive a pior situação financeira, económica e social desde a implantação da Autonomia em 1976.
A situação é de estrangulamento financeiro, profunda recessão económica e acentuada regressão social.
Depois de um período de desenvolvimento e crescimento económico iniciado com a Autonomia e possibilitado por fundos nacionais e europeus, o excessivo recurso ao endividamento provocou um desequilíbrio das finanças públicas que conduziu a Região a um estado de necessidade e à assinatura com o Estado de um Plano de Ajustamento Financeiro (PAEF).
As medidas aplicadas, como a redução drástica do investimento público, as reduções nas despesas com as áreas sociais, a saúde e a educação, o brutal aumento de todos os impostos, a criação de novas taxas e a actualização de outras, a eliminação ou redução de subsídios de insularidade, conduziram a comunidade regional a uma recessão económica sem precedentes e a uma crise social de gravíssimas repercussões.
Se somarmos a esta austeridade, as medidas impostas pela Troika à República Portuguesa, sentidas e pagas também pelos madeirenses, temos a noção clara da dura realidade que se vive na Região.
Felizmente, Portugal libertou-se do resgate, mas a Madeira terá mais um ano de ajustamento doloroso.
O Plano de Ajustamento da Madeira até poderá conduzir a um falacioso equilíbrio orçamental, mas está a deixar em agonia a economia regional e a sociedade madeirense, uma vez que não contém qualquer estratégia económica e está assente, apenas, em medidas de carácter financeiro.
O decréscimo do Produto Interno Bruto (PIB), o número de falências, a elevadíssima taxa de desemprego, uma nova vaga de emigração, e a crescente pobreza, demonstram a gravidade da realidade que se vive na Madeira.
Esta situação é insustentável.
O Plano de Ajustamento da Madeira conclui-se em 2015 e, se nada mudar, a Região permanecerá sem sustentabilidade nas finanças públicas, sem crescimento económico e sem coesão social e, mais do que isso, sem uma solução para a dívida que manifestamente não tem capacidade para pagar.
É por isso que esta Moção de Estratégia, sem deixar de delinear a orientação política futura do partido, apresenta uma Nova Visão Estratégica para a Governação da Madeira assente em propostas e soluções objectivas e concretas.


1. 10 COMPROMISSOS

10 Compromissos para uma Nova Política,
uma Nova Maioria, um Novo Governo

1 - Regenerar o sistema político dignificando os órgãos de governo próprio da Região com reforço da fiscalização do Parlamento em relação ao Governo; respeito pelos direitos das oposições; redução substancial da subvenção aos Partidos; criação de uma lei de incompatibilidades que separe a política dos negócios; despartidarização da administração pública e desgovernamentalização da sociedade.
2 - Estratégia de credibilização e afirmação da Madeira no seio da Nação Portuguesa e também na União Europeia, potenciando a nossa posição geoestratégica, em termos de defesa das nossa Zona Económica Exclusiva e valorização da mais valia das nossas comunidades emigrantes espalhadas pelo mundo. Credibilidade.


3 – Novo contrato financeiro entre a Madeira e a República que conduza à  reestruturação da dívida regional, melhorando condições e prazos   e assegurando que o Estado garante na Região os direitos fundamentais à Saúde e à Educação e dá cumprimento ao principio da continuidade territorial.
4 - Ganhar Autonomia Fiscal, Baixar os impostos. Os madeirenses têm a carga fiscal mais alta do país. Criação de um Sistema fiscal próprio que dê competitividade à nossa economia e melhore a vida das famílias. Defesa de um regime fiscal mais competitivo para o Centro Internacional de Negócios e criação da Agência para a Promoção do Investimento na Região.
5 - Rever as políticas de transportes marítimos e aéreos. Ligações aéreas com preços máximos para residentes, estudantes e doentes deslocados. Redução de custos e taxas nas operações dos portos e aeroportos aproximando os seus preços e taxas à média nacional. Restabelecimento da ligação marítima com o continente e melhoria do modelo de ligações aéreas e marítimas com o Porto Santo.
6 – Aposta decisiva no turismo e nos sectores produtivos com o novo Quadro Comunitário de Apoios Europeus 2014-2020 a ser canalizado para as empresas, pois só assim haverá crescimento económico e criação de emprego. Redução dos custos de contexto (transportes, telecomunicações, etc.) e introdução de maior concorrência no mercado. Aposta no crescimento da economia verde (agricultura) e na economia azul (mar) e valorização dos elementos distintivos do destino turístico – Madeira com requalificação da hotelaria e concentração dos recursos financeiros de promoção na Agência de Promoção.
7 - Qualificação de recursos humanos, nomeadamente com o apoio decisivo na Universidade para que os resultados correspondam aos níveis de investimento e combate sem tréguas ao abandono escolar que é uma chaga que afecta o nosso sistema de educação e condiciona a melhoria da formação, do conhecimento e da produtividade.
8 - Nova política cultural que promova a nossa história de 600 anos, reforce a nossa identidade e autenticidade, valorize os nossos valores ilhéus e dê mais-valia económica ao nosso património material e imaterial, apostando também nas indústrias criativas, da inovação e do conhecimento.
9 - Construção faseada do novo Hospital, uma prioridade para a qualidade de vida dos cidadãos da Madeira e infraestrutura essencial a um destino turístico de referência.
10 - Combate às desigualdades sociais, à pobreza, desemprego e à exclusão social. Política global de apoio à família e à natalidade. Programa ambicioso de reabilitação urbana para atender a novas necessidades habitacionais.

1.1 - Regeneração Sistema Político

A Madeira precisa de uma Nova Política assente nos ideais de serviço ao Bem Comum e no primado da Pessoa Humana. Hoje, globalmente, mas em particular, na Madeira, existe uma desconfiança dos cidadãos nas políticas e nas instituições. À crise financeira soma-se uma crise de valores. Quando isto acontece é o próprio regime democrático que está em risco. Temos que reverter esta situação e devolver a confiança nos Orgãos de Governo Próprio e na Administração e introduzir formas de uma participação mais activa dos cidadãos na vida política e nos assuntos da Comunidade Regional.
a)        Regenerar o sistema político regional, subvertido pelas maiorias absolutas, dignificando o Parlamento, através do reforço da sua acção fiscalizadora, exigindo-se a quem é Governo que debata, nessa sede, com regularidade o Estado da Região.
b)       Cumprimento integral dos Direitos das Oposições, consagrados na Constituição, no Estatuto e na Lei;
c)        Revisão da Lei Orgânica da Assembleia Legislativa, reduzindo significativamente as verbas atribuídas aos grupos parlamentares e partidos;
d)       Regime de incompatibilidades e impedimentos para os deputados e titulares de cargos políticos regionais;
e)        Um novo Regimento para a Assembleia Legislativa que favoreça o normal e salutar debate entre as forças políticas no respeito entre maioria e oposições;
f)         Fixação de um limite de mandatos para todos os titulares de cargos políticos, eleitos ou nomeados, a exemplo do que já acontece no Poder Local;
g)        O reforço do Estado de Direito na Região, por forma a que a defesa da legalidade, seja uma constante da governação e dos executivos camarários, abandonando-se a política em que a ausência de regras, o arbítrio e a discricionariedade permitem ganhos da clientela política para a sustentação de quem é poder;
h)       Medidas de combate à corrupção e ao tráfico de influências na administração pública e no sector público empresarial;
i)          Revisão da Constituição que favoreça uma clarificação dos poderes e competências das Regiões Autónomas, nomeadamente no plano legislativo e fiscal;
j)          Revisão do Estatuto Político-Administrativo para conformá-lo com as revisões constitucionais;
k)        A concretização da possibilidade de Referendos regionais previstos na Constituição;
l)          Facilitar o exercício do Direito de Petição e da Iniciativa Legislativa dos cidadãos consagrados na Lei Fundamental;
m)     Uma representação parlamentar das comunidades emigrantes na Assembleia Legislativa da Madeira;

1.2 - Credibilização e Afirmação da Madeira

A credibilidade e a reputação da Região ficaram, claramente, afectadas com a ocultação da dívida regional durante os ultimos anos. Este facto teve e tem consequências na imagem da Madeira no plano nacional e europeu. Acresce a esta situação o absolutismo da maioria que nos tem governado há 40 anos, e os inúmeros episódios de violação dos Direitos, Liberdades e Garantias dos Cidadãos e os atropelos às mais elementares regras democráticas. O retrato que os portugueses e os europeus têm da Madeira, é negativo e prejudicial a negociações pontuais e estruturais sobre a Autonomia, a dívida ou os apoios europeus. É urgente mudar a imagem externa da Região, corrigindo os erros e valorizando o que de bom, muito bom, tem o povo das nossas ilhas, credibilizando a Autonomia e afirmando positivamente a Madeira.
a)        A Região deve valorizar e potenciar junto do Estado, da União Europeia e das organizações a que Portugal pertence, as suas mais-valias no plano geo-estratégico e de defesa nacional e internacional;
b)       A Madeira deve ter uma nova Estratégia de Afirmação no seio da Nação portuguesa, credibilizando a Autonomia e acentuando os seus melhores valores históricos, culturais e humanos, com quase seiscentos anos;
c)         Estabelecer uma Nova Parceria com a Região Autónoma dos Açores, no âmbito político, económico, social e cultural, valorizando as complementaridades e os interesses comuns;
d)        Exploração do Espaço Económico da Macaronésia, envolvendo a Madeira, os Açores Canárias e Cabo Verde, aproveitando os fundos financeiros europeus para a criação de um mercado com grandes potencialidades;
e)         Um Novo Relacionamento com as Comunidades Emigrantes que permita retomar a aproximação à terra-mãe e fazê-los participar na vida política e económica da Região;
f)         Criação de Agência para captar investimento externo, nomeadamente das comunidades emigrantes, em articulação com a AICEP;
g)         O Centro Internacional de Negócios da Madeira tem que ter um regime fiscal competitivo com as principais Praças Europeias e deve ser um instrumento de diversificação da base produtiva, de criação de emprego qualificado, de atracção de capitais e investimento e de internacionalização das empresas regionais.
h)       Valorização da Floresta Laurissilva Património da Humanidade como fator de sustentabilidade económica, ambiental e turística.
i)          Potencializar, proteger e salvaguardar as Reservas Naturais das Ilhas Selvagens e das Ilhas Desertas, de maneira a garantir o seu equilíbrio e a enquadrar as atividades náutico-turísticas que contribuam para a economia regional e a protecção das espécies que ali habitam;
j)          Candidatura das levadas da Madeira e da paisagem humanizada (poios) a património natural da humanidade, a exemplo do que aconteceu com a Laurissilva.
k)        Candidatura dos núcleos históricos do Funchal a património da humanidade.

1.3 -  Renegociar a Dívida – Sanear as Finanças Públicas para Vivermos Melhor

- Onde estamos?
A Madeira vive mergulhada na maior dívida da sua história. 6,3 mil milhões de euros o equivalente a cerca de 120% do PIB. As receitas próprias cobrem apenas 70% das responsabilidades que a Madeira tem de pagar.
Nos últimos 14 anos o desgoverno foi tal que a Madeira passou de uma situação controlada para uma situação de quase insolvência. Foi preciso o Governo Regional pedir um resgate de 1.500 milhões de euros ao Governo da República, pelo prazo de 21 anos, com período de carência de 4 anos, obrigando os Madeirenses – aqueles que pagam mais impostos em Portugal – à dupla austeridade e ao sofrimento das suas consequências.
Hoje, não se cumpre o Principio da Continuidade Territorial na Madeira devido à condicionalidade negociada e exigida no PAEF-RAM, que obrigou à equiparação de impostos, como o IVA, o IRS, o IRC e os ISPP ao referencial nacional, anulando o diferencial fiscal de 30%. 
Foi aprovado, pela Lei de Orçamento de Estado para 2015, que as Assembleias das regiões Autónomas, tendo em conta a situação financeira e orçamental, poderão diminuir as taxas nacionais do IRS, IRC e IVA até ao limite de 30%. 
O CDS-PP já tomou a iniciativa de apresentar uma proposta para reduzir progressivamente esses impostos à razão de 10% ao ano, mitigando no futuro os três últimos anos horribilis  
A Madeira precisa de uma reforma Cultural e Comportamental na gestão dos dinheiros públicos. Para isso, são precisas medidas urgentes, de carácter conjuntural mas também estrutural. Não podemos gerir a coisa pública como se não houvesse amanhã. A Responsabilidade e Solidariedade inter-geracionais devem ser um desígnio desta geração. Não é justo que as gerações que se seguem vivam pior do que aquelas que nos precederam.

- O que fazer?
A Madeira tem um problema gravíssimo de sustentabilidade de finanças públicas. Todos os recursos são praticamente absorvidos pelas despesas de Saúde e Educação, ficando o restante adstrito à dívida, com pouco ou quase nada para investimento.
Os encargos com juros em 2014 representam cerca de 30% das receitas totais o que é inadmissível e bem revelador da irresponsabilidade dos últimos governos!
A dívida comercial e administrativa, que são dívidas a fornecedores, empresas que empregam trabalhadores, que pagam impostos e contribuem para a riqueza regional deveriam merecer um tratamento correto. Respeitando a Lei de Compromissos com todos os pagamentos até 90 dias.  A Madeira deve cumprir os seus compromissos. Não é fácil mas tem de ser.
A partir de 2016 a RAM começa a pagar o empréstimo de 1500 milhões que contratualizou em janeiro de 2012, o que significará um encargo adicional anual de capital na ordem dos 80 milhões de euros. Face a quadro financeiro atual esta situação afigura-se difícil de cumprir.
É por isso, fundamental restabelecer a normalidade  institucional com a República. Não é com clima de guerrilha que negociamos e defendemos os interesses dos Madeirenses. Defesa intransigente dos madeirenses como lisura e diplomacia institucionais.
Há 3 soluções e devemos optar em função das circunstâncias políticas e financeiras da República e da Região.
a) Renegociar a dívida financeira, com aval do Estado, com alargamento das maturidades que façam baixar os encargos anuais adentro das nossas capacidades de pagamento que não podem ser superiores a 200 milhões de euros anuais.
b) Consolidar a dívida regional financeira na dívida da República. Esta medida tem efeito nulo para o Estado e que deveria pressupor um compromisso de responsabilidade futura por parte da região.
c) Negociar com o Governo da República e Comissão Europeia os mecanismos e autorizações legais para que a RAM obtenha um estatuto fiscal para que fixe os impostos e os incentivos fiscais necessários à captação de investimento e resolver per si o problema das receitas, que são insuficientes face às despesas fixas.

1.4 - Renegociar as Parcerias Público Privadas

As Parcerias Público Privadas, Via Litoral e Via Expresso, consomem anualmente cerca de 140 milhões de euros, representando 10% do Orçamento Regional até 2029.
As PPP´s foram utilizadas nos últimos anos em Portugal e também na Madeira, de forma desastrosa, mascarando responsabilidades futuras, incorrendo em contratos leoninos em que o risco comercial estava quase sempre do lado do Estado.
É lamentável, que estando a RAM desde janeiro de 2012 obrigada a rever os contratos com as parcerias publico privadas ainda não seja do conhecimento publico qualquer conclusão.
Sabemos que negociação tem de ser feita de forma tripartida, incluindo o Estado , os adjudicatários e as entidades financiadoras. Deve-se utilizar todos os instrumentos conhecidos da negociação baseados na alteração anormal e imprevisível das circunstâncias que deram origem aos contratos.  Não está em causa as garantias básicas, mas matérias de relevante interesse regional que possibilite a mitigação dos encargos e prejuízos causados pelas PPP´s. 
A renegociação deve conduzir a uma poupança nunca inferior à que o Estado conseguiu na revisão das Parcerias Público-Privadas.

Sector Público Empresarial da RAM:
Defendemos este sector mas temos de reconhecer que cresceu anormalmente nos últimos anos.
A decisão de reestruturação, extinção ou privatização deve obedecer a um conjunto de critérios de bom senso.
Propomos a contratualização obrigatória de objectivos nos contratos de serviço público entre o Governo regional e as empresas do Sector Público Empresarial. De entre os objectivos, devem constar indicadores muito concretos e mensuráveis de melhoria de performance da empresa, bem como, diminuição dos passivos. 
As empresas públicas que exerçam serviço público em condições não concorrenciais deveram manter-se na esfera do Estado. A introdução do Comparador do Sector Público deve ser uma realidade para verificarmos se, em condições de livre concorrência, o que o Estado oferece é mais caro ou mais barato que os privados.
No âmbito das Finanças e da Administração Pública estabeleceu-se as seguintes orientações:
a)     Um novo contrato entre a Madeira e o Estado com resolução da dívida  melhorando condições, medidas, metas orçamentais, prazos e taxas de juro;
b)     A Região deve assegurar o apoio financeiro da República para o cumprimento dos princípios de solidariedade nacional e da continuidade territorial e garantir que o estado cumpre as suas tarefas fundamentais no arquipélago;
c)      A chamada Lei de Meios para a Reconstrução deve ser integralmente cumprida pela República, pela União Europeia e pela Região, e as prioridades devem ser o realojamento, a recuperação das unidades produtivas, as infraestruturas públicas de suporte económico, as obras de correcção e a segurança dos cursos de água e reflorestação das serras e montanhas;
d)     Elaboração de um Plano de pagamento das dívidas do Governo e do sector público empresarial às empresas privadas e a fornecedores, absolutamente
essencial à recuperação da economia privada e produtiva;
e)     Quadro legal que permita uma Conta Corrente Fiscal entre a Região e as empresas por forma a viabilizar encontro de créditos e dívidas entre sector público e sector privado;
f)       O investimento público deve ser selectivo, sujeito a avaliação custo/beneficio e direcionado para a dinamização dos sectores produtivos, de que são exemplo o turismo, o mar, as pescas, a agricultura e a pecuária;
g)     Criação de um gabinete técnico composto por uma equipa multidisciplinar destinada à monitorização e manutenção dos equipamentos, das infraestruturas e das obras públicas;
h)     Plano de privatizações das participações da Região no capital de empresas que não são estratégicas para a economia regional;
i)       Saída da Região do capital da Empresa Jornal da Madeira;
j)       Programa de Alienação de Património, Imoveis e Bens Públicos, designadamente das Sociedades de Desenvolvimento que estão sem utilização ou se revelem desnecessários ao funcionamento dos serviços públicos;
k)     Reforma da Administração Pública que conduza a uma desburocratização, agilização e eficiência dos serviços por forma a garantir melhorias de produtividade e rapidez e qualidade no relacionamento com os cidadãos e as empresas;
l)       Introduzir transparência e rigor entre cargos dirigentes e funcionários da Administração Pública e membros de gabinetes governamentais, evitando promiscuidade entre Região e partido governamental;
m)   Reduzir, ao indispensável e justificável, as consultadorias e serviços externos pagos pelo Governo Regional, e dar máxima utilização aos recursos humanos da Administração Pública;


1.5 - Autonomia Fiscal - Redução de Impostos

A dívida colossal criada desde o início deste século conduziu a Região a uma situação de pré-falência e à necessidade de um pedido de resgate ao Estado. As contrapartidas foram dolorosas e a reclamada consolidação orçamental passou, sobretudo, pelo lado da receita com o aumento de todos os impostos para os níveis nacionais, eliminando-se a diferenciações de taxas que vigoraram durante anos, particularmente, nos impostos indirectos. Hoje, a carga fiscal na Madeira é a mais pesada do país e é insustentável, pois está a asfixiar as empresas e a sufocar as famílias.
Cada madeirense paga em média 5.800 euros por ano de impostos.
Agora que se aproxima o final do Plano de Ajustamento (2015) e tendo em consideração que a arrecadação de receita tem sido superior ao estimado (mais 72 milhões de euros de Janeiro a Outubro em relação ao período homólogo de 2013) importa iniciar uma redução gradual das taxas nacionais dos impostos directos e indirectos. O Orçamento do Estado para 2015 veio estabelecer que a diferenciação fiscal nas Regiões Autónomas poderá voltar a ser de  30 por cento. O que, responsavelmente, o CDS/PP propõe, atendendo à situação das finanças públicas regionais, ao facto de a receita fiscal ter crescido 72 milhões de euros de Janeiro a Outubro deste ano, comparado com o período homólogo de 2013,  é uma descida média de 10 por cento nos diversos impostos o que representa uma redução da receita na ordem dos 82 milhões de euros que pode e deve ser compensada pelas poupanças na renegociação das Parcerias-Público-Privadas, nos juros de mora, e na alienação de capital e venda de património.
Assim, propõe-se:
a)
Taxas de IRS
Continente
Açores
Madeira
Proposta CDS
Rendimento coletável
Taxa (%)
Taxa (%)
Taxa (%)
Taxa (%)
(em euros)
Até 7.000
14,5
11,6
14,5
12
+ 7.000 a 20.000
28,5
22,8
28,5
26
+ 20.000 a 40.000
37
29,6
37
34
+ 40.000 a 80.000
45
36
45
43
80.000
48
38,4
48
46

b)
Taxas de IVA
Taxa
Portugal Continental
Açores
Madeira
Proposta CDS
Normal
23%
18%
22%
20%
Intermédia
13%
10%
12%
10%
Reduzida
6%
5%
5%
4%

c) Redução da taxa geral do IRC de 21 para 19%
d) Redução do Imposto sobre o Produtos Petrolíferos em 10%

O sistema fiscal é um instrumento essencial para recuperar e fazer crescer a economia, criar riqueza e gerar emprego.

1.6 - Modelo de Transportes Aéreos e Marítimos

Os transportes são vitais para qualquer Região ou país, mas assumem uma especial importância nas regiões arquipelágicas e, no caso da Madeira, ultraperiférica. Este é um sector que tem sido descurado pela governação regional, mas onde o CDS tem um património de propostas e soluções assinalável. A liberalização das ligações aéreas em Abril de 2008 foi realizada sem acautelar os direitos dos residentes e estudantes. Antes, pelo contrário, o Estado com a anuência do Governo regional baixou o subsídio de mobilidade de 118 para 60 euros e acabou com a tarifa de estudante. Logo em Maio desse ano, o CDS/PP pediu na Assembleia da República, a reapreciação parlamentar do Decreto-Lei nº 66/2008, mas a maioria absoluta socialista impediu qualquer alteração.
As consequências desta liberalização são conhecidas; foi positiva porque introduziu novas companhias aéreas nas rotas com o continente; acrescentou mais capacidade de transporte e com isso beneficiou o turismo e os cidadãos que podem marcar as viagens com grande antecedência. Foi muito negativa para os residentes que viajam nos picos de tráfego (Natal, Fim de Ano, Páscoa, Verão) e para os estudantes e doentes deslocados. Além disso, foram introduzidas penalizações exorbitantes para mudanças de voo. Este modelo, como está, não serve os interesses dos madeirenses e portosantenses e deve ser revisto.
Quanto aos transportes marítimos, apesar do mercado liberalizado e assegurado por várias empresas, os preços da carga oneram muito as importações. Se a isto somarmos os custos das operações portuárias e elevadas taxas da APRAM, constata-se que este é um factor que tira competitividade à nossa economia e faz crescer o custo de vida na Região. A ligação por ferry realizada entre 2008 e 2012, com transporte de passageiros e de mercadoria, apesar de deficitária, revelou benefícios para as empresas e consumidores. Agora, que ficou consagrado o subsídio de mobilidade nos transportes marítimos, temos que recuperar esta ligação. Este é um sector e que a Região, Estado e União Europeia devem concertar posições e recursos financeiros para que, independentemente dos modelos a adoptar, os preços dos transportes aéreos e marítimos e as taxas dos aeroportos e portos, deixem de agravar a inultrapassável insularidade e ultraperiferia da Madeira e do Porto Santo.
Assim, defende-se:
a)     Negociar através da República com a União Europeia um Programa Especifico de Apoio aos Transportes Aéreos e Marítimos para as Regiões Ultraperiféricas, a exemplo do POSEI;
b)     Revisão do modelo de liberalização dos transportes aéreos para a Madeira, com os objectivos de introduzir mais concorrência, reduzir tarifas, melhorar a mobilidade dos residentes e estudantes, garantir mais entradas de turistas e facilitar relações comerciais;
c)      Garantir o chamado bilhete de corrida para os residentes na ilha do Porto Santo;
d)     Revisão do modelo de obrigações de serviço público nos transportes aéreos entre a Madeira e o Porto Santo por forma  a reduzir os preços proibitórios das viagens;
e)     Redução das taxas aeroportuárias para os valores médios aplicados nos aeroportos;
f)       Redução das taxas e preços das operações portuárias para os valores médios praticados nos portos nacionais, já que oneram, gravemente, as importações e exportações e são um factor que retira competitividade à economia regional e agrava o custo de vida no arquipélago;
g)     Eliminação da TUP-Carga nos portos da Região para as mercadorias importadas a exemplo do que já se fez para as importações, no seguimento de medida idêntica tomada para os portos nacionais;
h)     Negociar com os operadores a retoma das ligações marítimas entre a Região o Território Continental, os Açores e as Canárias, a fim de potenciar o turismo e as relações comerciais.

1.7 - Novo Quadro Comunitário – Prioridade aos Sectores Produtivos

O modelo de desenvolvimento assente em investimento e obras públicas está esgotado e revelou todas as suas fragilidades, agora que não há crédito nem apoios financeiros para ser prosseguido. Como o CDS/PP defende desde 2000 é tempo de abrir um Novo Ciclo económico, baseado no investimento privado, na revitalização do tecido empresarial e nos incentivos ao empreendedorismo. Este Novo Ciclo não é apenas uma necessidade. é uma inevitabilidade, pois a isso obrigam os constrangimentos financeiros da Região e os novos paradigmas de desenvolvimento da União Europeia. Com escassez de dinheiro para o investimento, resta aplicar bem o novo Quadro Comunitário de Apoio Europeu 2014-2020.
a)     As verbas do novo Quadro de Apoio Financeiro da União Europeia 2014/2020 para a Madeira devem ser direccionadas, na sua maior parte, para incentivar os investimentos privados nos sectores económicos que criam emprego e riqueza;
b)     Quadro legal que reduza prazos de aprovação e licenciamento de Projectos de Interesse Regional (PIR) relevantes para a criação de emprego;
c)      É necessária uma política de impostos selectiva que, sem descurar a consolidação orçamental, permita apoiar fiscalmente o esforço das empresas na manutenção e criação de emprego, no reinvestimento e no aumento das exportações;
d)     O Centro Internacional de Negócios da Madeira tem que ter um regime fiscal competitivo com as principais Praças Europeias e deve ser um instrumento de diversificação da base produtiva, de criação de emprego qualificado, de atracção de capitais e investimento e de internacionalização das empresas regionais;
e)     Incentivar mais concorrência nos mercados dos principais sectores económicos, impedindo monopólios e posições dominantes de empresas instaladas, que só prejudicam a economia e o consumidor;
f)       Mercado das telecomunicações tem que ser revisto introduzindo concorrência para fazer baixar o preço das telecomunicações entre a Região e o exterior.
g)     Estabelecer uma Nova Parceria com a Região Autónoma dos Açores, no âmbito politico, económico, social e cultural, valorizando as complementaridades e os interesses comuns;
h)     Exploração do Espaço Economico da Macaronésia, envolvendo a Madeira, os Açores, Canárias e Cabo Verde, aproveitando os fundos financeiros europeus para a criação de um mercado com grandes potencialidades;
i)       Manutenção do POSEI - Abastecimento, mas com outras formas de apoio, de controlo e de fiscalização para que se atinja o objectivo do acesso a bens essenciais a preços razoáveis, sem prejudicar a produção regional;
j)       Aposta na Agricultura como sector com potencial económico que deve possibilitar maior produção, redução das importações, reforço das exportações, criação de emprego, e valorização da paisagem humanizada do mundo rural;
k)     Programa de Apoio aos custos dos factores de produção agrícola (adubos, pesticidas, etc…) por forma a tornar os preços dos produtos mais competitivos;
l)        Revitalizar o sector pecuário onde a Madeira tem condições para crescer, designadamente na produção de bovinos, suínos e frangos e produção de ovos, reduzindo a nossa dependência externa e criando condições para a manutenção e incentivo a pequenas indústrias e produtos tradicionais;
m)   Certificação de todos os produtos regionais, no âmbito das regras da União Europeia, com a Marca – Madeira, criando redes para sua comercialização, designadamente no espaço nacional;
n)     Programa de incentivos financeiros à aquisição de produtos regionais por parte da restauração e da hotelaria;
o)     Aposta no cluster do Mar e na dinamização de todas as actividades económicas associadas, que podem crescer e tornar-se um pólo de atracção da Madeira e do Porto Santo;
p)     Garantir junto da União Europeia, autorização e apoios à construção de novos barcos de pesca, explorando racionalmente os actuais recursos e aproveitando novos Bancos de Pesca, detectados recentemente;
q)     Aposta na aquacultura e no desenvolvimento de novas espécies, não só para abastecimento do mercado regional, como para venda no exterior.
r)      Criar o Conselho de Concertação Social, com ampla composição para que o diálogo social seja uma realidade na Região.

2. TURISMO

A actividade turística é uma das actividades de maior relevância do ponto de vista de criação de riqueza, sendo um dos sectores que mais contribui para o PIB da Região e para a criação de postos de trabalho, quer directa, quer indirectamente. Trata-se de um sector vital para a nossa economia, uma vez que, o retorno gerado por esta actividade é imediato, razão pela qual deve ser visto como uma prioridade.
Num mercado cada vez mais globalizado e fortemente competitivo, a Região só se posicionará no mercado de forma eficaz e consolidada, com um planeamento estratégico correcto e firme.
O Plano Estratégico do Turismo deverá constituir um documento de planificação onde se definem os objectivos, bem como, as linhas estratégicas gerais, para o Turismo da Região Autónoma da Madeira. Através do diagnóstico realizado, estabelecem-se os objectivos que o destino Madeira pretende alcançar e, posteriormente, define-se a estratégia competitiva mais adequada, bem como, as estratégias especificas do produto, da segmentação e do posicionamento.
A elaboração de um Plano Estratégico do Turismo irá permitir ao Destino Madeira, conhecer quais os nossos clientes, quais os destinos que nos fazem concorrência, quais os canais e quais os meios de comunicação mais adequados à nossa realidade, identificar os segmentos de mercado prioritários do Destino, no sentido de saber quais as motivações que levam os turistas a nos visitar, identificar os produtos do destino com maior potencial de crescimento, definir uma imagem para a marca Madeira e saber como difundi-la consoante os mercados.

2.1 - Elaboração de um Plano Estratégico para o Turismo na Região Autónoma da Madeira

A Madeira tem características únicas, comparativamente com outros destinos. É urgente tornar o destino Madeira mais competitivo, definir os objectivos e as apostas para o sector, pois os números que são conhecidos revelam um declínio acentuado nas receitas provenientes do Turismo.
Neste contexto, é importante ter como objectivo primordial a definição da Missão e da Visão Estratégica para o Turismo da Madeira, valorizando e potenciando as suas características únicas da Região, para que, o Destino Madeira se possa posicionar como destino turístico diferenciado.
O CDS-PP Madeira defende um virar de página na política de Turismo da Região e, para tal, entende ser urgente o seguinte:
a)     Trabalhar sobre as causas e não sobre os sintomas. É importante que os nossos governantes percebam que, a falta de procura está intimamente ligada à degradação da qualidade do destino e à falta de uma estratégia sólida;
b)     Redefinir a marca Madeira, dando destaque ao que temos de melhor;
c)      Estimular e tornar o produto Madeira mais atractivo;
d)     Investir de forma significativa no consumidor final, ou seja, na promoção directa ao consumidor, para assegurar a notoriedade do destino e uma procura sustentada;
e)     Maximizar determinados mercados, gerando mais procura, de modo a que a mesma seja geradora de rotas para as companhias aéreas operarem para Madeira;

2.2 - Potenciar o Produto Levadas da Madeira

As cerca de 200 Levadas da Madeira constituem uma das principais atracções turísticas, um património único incomensurável, pelo que, são cada vez mais, os que as visitam.
Os cerca de 1500 km de levadas e demais percursos pedonais, das serras da Madeira, possibilitam aos seus visitantes experiências únicas de contacto directo com a natureza e com uma Madeira ainda virgem, onde é possível vislumbrar a exuberância da fauna e da flora endémicas da ilha.
Os percursos considerados pedonais apresentam falta de informação importante, nomeadamente, o grau de dificuldade de cada percurso, a topografia dos trilhos, os trilhos em GPS, a identificação das espécies florestais e dos locais que se podem observar ao longo dos percursos, bem como, informação detalhada ao longo dos percursos.
O CDS-PP pretende que se:
a)     Complemente a informação disponibilizada sobre cada percurso pedestre e, inclua o grau de dificuldade, a topografia dos trilhos, invista na implementação de trilhos por GPS, como forma de diminuir os acidentes ocorridos nestes percursos.
b)     Disponibilize e torne mais apelativo o produto Levadas da Madeira, através da colocação de fotografias, nos mapas dos percursos facultados nos sítios oficiais da internet do Governo Regional, em que, cada ponto de interesse ao longo dos percursos seja identificado e numerado e que esse número corresponda a uma determinada fotografia e que, por sua vez, o caminhante ao chegar a esse ponto do percurso possa recolher a informação do mesmo, nomeadamente, ao nível da paisagem ou da planta emblemática.
c)      Aposte na colocação de sinalética adequada nas extensões dos percursos, com informações de distâncias, altitude, paisagens e plantas relevantes, visto que, em muitos destes percursos estas informações, ou não existem, ou estão em muito mau estado.

2.3 - Requalificação das Estradas Regionais

As Estradas Regionais, a par das Levadas constituem um património regional único. É certo que, as vias rápidas e vias expresso trouxeram uma mais-valia em termos de acessibilidades.
Contudo, as Estradas Regionais são um motivo de diferenciação e de atracção para quem nos visita, pois os turistas podem usufruir experiências e paisagens únicas, muito características da nossa ilha, nomeadamente, a costa, as montanhas e as quedas de água. Actualmente, as nossas Estradas Regionais encontram-se muito degradadas e votadas ao abandono.
O CDS-PP defende que se:
a)     Requalificar e renovar as Estradas Regionais, valorizando-as como património turístico para a Região Autónoma da Madeira tendo, para tal, especial atenção nos cuidados de manutenção e jardinagem das estradas, que foram já, anteriormente praticados e que contribuíram para manter os cenários envolventes;
b)     Estabeleçer as condições de realização de edificações, obras, trabalhos e outras intervenções e de exercício de actividades de natureza industrial ou comercial nos solos das estradas regionais e nas respectivas zonas de protecção, na perspectiva da segurança e fluidez do tráfego, da salvaguarda de valores paisagísticos e da preservação da qualidade ambiental;
c)      Criar roteiros turísticos próprios e catalogados, proporcionando e potenciando oportunidades de pequenos negócios tirando proveito da natureza sem a destruir.

2.4 - Promoção Turística do Destino Madeira

O sector público deve assegurar o investimento que maior retorno económico traz à Madeira, sendo igualmente importante a participação activa dos diferentes actores ligados à actividade do sector do Turismo, ou seja, os privados.
É fundamental que seja apenas um único organismo responsável pela estratégia e pela promoção do destino turístico Madeira.
Este conceito tem vindo a ser defendido pelos agentes económicos e pelos Presidentes das associações regionais ligadas ao Turismo, destacando as vantagens e a eficácia da promoção ser levada a cabo apenas por uma entidade.
O CDS defende que seja delegada na Associação de Promoção da Região Autónoma da Madeira a competência para realizar todas as acções de responsabilidade pública que visem a promoção do destino turístico da Região da Madeira, envolvendo as suas duas ilhas, no mercado nacional ou internacional.
Relativamente ao uso da competência delegada compete aos órgãos próprios da Associação, no respeito pelos seus Estatutos:

Determinar os mercados preferenciais onde promover a Região;
a)     Escolher o modo e os melhores procedimentos de promoção do destino turístico madeirense;
b)     Coordenar todas as iniciativas que tenham por efeito directo a promoção turística do Arquipélago;
c)      Criar as condições logísticas para que a promoção seja eficaz e eficiente.
A Associação deve celebrar com os organismos nacionais de promoção económica do País protocolos de colaboração e cooperação que favoreçam a promoção turística da Região.

3.  QUALIFICAÇÃO E RECURSOS HUMANOS

A Região tem investido muito na Educação e na Formação, mas os resultados têm ficado muito aquém do que seria desejável e exigível. Temos um parque escolar e infraestruturas modernas; temos um corpo docente habilitado; temos recursos humanos não docentes em número suficiente; por que razão continuamos a ter fracos desempenhos e as nossas escolas e os nossos alunos mediamente classificados nos exames, avaliações e rankings? Esta questão central deve encontrar respostas num grande estudo que deve ser realizado por uma entidade independente e credível como é a Universidade da Madeira. Só conhecendo as causas do problema podemos actuar em consonância. De qualquer forma a aposta no sector da educação e formação deve prosseguir no sentido de habilitar os cidadãos com as competências e conhecimentos necessários ao que procura o mercado de trabalho e ao que exige a sociedade dos nossos tempos:
3.1 - Educação:
a)     Revisão do sistema escolar regional e atribuição de maior autonomia programática das Escolas na Região, com a possibilidade de adoptar o seu próprio projecto educativo, gerir autonomamente os seus serviços, decidir os professores com que contam e adoptar o modelo de avaliação que entendam como melhor, dentro dos parâmetros gerais definidos pelo Ministério e Secretaria competente.
b)     Criação de um mecanismo de autonomia financeira das escolas, permitindo que a gestão dos recursos, nomeadamente financeiros, feita pelo Estado passasse a estar nas mãos dos órgãos executivos das escolas.
c)      Negociar com a UMA/Secretaria e Ministério a abertura de um Curso Superior de Turismo na Universidade da Madeira.
d)     Direccionar os Jovens para áreas importantes para a Região, o Turismo, Agricultura e o Comércio Tradicional (particularmente aquele direccionado para os visitantes das nossas ilhas), quer através do curso supra indicado, quer através de cursos técnicos profissionalizantes, nomeadamente através de benefícios e apoios estratégicos para jovens e jovens empresas que apresentem projectos nesta área.
e)     Aposta na sensibilização dos Jovens para a formação e profissionalização nas actividades do sector primário e das energias renováveis, considerados como pilares para o próximo desenvolvimento da Região, e apontados como empregos com procura crescente.
f)       Apostar na qualificação e requalificação profissional dos jovens trabalhadores, para a incorporação de conhecimentos teóricos, técnicos e operacionais relacionados à produção de bens e serviços, e a obtenção de habilidades para executar funções específicas demandadas pelo mercado de trabalho regional, como complemento da educação formal podendo ser aplicada nos níveis básico, secundário ou superior.
g)     Desenvolver um conjunto de ações de apoio a jovens trabalhadores para voltarem a estudar, nomeadamente através de sessões de tutoria sobre diferentes temas, assim como sessões e materiais de divulgação de diferentes oportunidades para jovens trabalhadores estudantes; providenciar meios sociais e pedagógicos para incentivar os jovens trabalhadores sem recursos e apoios a voltarem para o mundo académico; divulgar diferentes oportunidades para jovens trabalhadores estudante.

3.2 - Juventude:
a)     Promover medidas de apoio à contratação pelas empresas regionais, por via da celebração de contratos de trabalho, de jovens à procura de primeiro emprego; bem como o apoio à adaptação de postos de trabalho aos jovens quadros, dentro das próprias competências atribuídas à Região.
b)     Promoção da aposta em programas de incentivos à agricultura biológica e ao produto regional, bem como na promoção do arrendamento rural de terrenos públicos em condições mais favoráveis para os jovens desempregados (< 35 anos) ou à procura do primeiro emprego. 
c)      Promoção de um impulso fiscal – dentro das competências regionais – ao mercado de arrendamento para jovens recém-licenciados ou recém-empregados, essencial para os jovens casais que querem iniciar a sua vida familiar.
d)     Promover uma diminuição da utilização abusiva do regime dos recibos verdes que se estabelece na relação entre prestadores de serviços e os empregadores, com claro prejuízo para o jovem em primeiro emprego e com o incremento da precariedade laboral.
e)     Criação da Casa da Juventude (programa-piloto no concelho do Funchal): trata-se de uma espécie de ‘loja do cidadão’ para os jovens, cujos objectivos passam por implementar e desenvolver algumas das Políticas Municipais para a Juventude; de aproximar os serviços autárquicos aos jovens do concelho; e partilhar e fornecer informação aos jovens sobre o mais variado leque de temas (saúde, economia familiar, planeamento familiar, voluntariado, educação e workshops, emprego e empreendorismo, etc.)
f)       Criação de um Cartão Jovem Regional.
g)     Ocupação dos tempos livres dos Jovens através da criação de um projecto concelhio que visa reabilitar os prédios antigos e espaços urbano, com a participação dos moradores inquilinos da comunidade.

3.3 - Desporto:
a)     Regulamentação e formalização dos “Clube-Escola” como forma de revisão do plano de desporto da região.
b)     Redefinir o apoio à actividade Federada e Profissional, conjugando-a com as escolas e os clubes-escola.
c)      Apoio ao associativismo juvenil na área do desporto através de contratos-programa, protocolos ou outros instrumentos definidos para o efeito e dentro do plano de desenvolvimento do desporto regional.
d)     A criação de espaços públicos reservados à prática de desporto, e a possibilidade de utilização gratuita ou a preços reduzidos do parque desportivo existente na Região.
e)     Promoção da condição física da população através da criação ou da recuperação de percursos de manutenção, BTT, Cicloturismo, Ginástica de Manutenção, Passeios, etc....
f)       Promoção e incentivo à recuperação dos Jogos Tradicionais, Semana do Desporto, Espectáculos Desportivos, Jogos Desportivos Concelhio, Torneios abertos, Férias e Campos Desportivas, Actividades de Promoção e Jornadas Desportivas (Ciclismo; Natação; Patinagem; Jogos Tradicionais; etc...)

3.4 - Nova Política Cultural e do Conhecimento

Estamos a escassos 4 anos dos 600 anos da Descoberta da Madeira. Este acontecimento deveria estar a ser preparado, desde há muito, pelos órgãos de Governo próprio, Autarquias, Universidade e Instituições da sociedade e as suas comemorações deveriam ser um momento marcante do nosso Presente. A par dos cinco séculos da Cidade do Funchal e dos 500 anos da Diocese, a Descoberta deveria ser um acto mobilizador da Comunidade Madeirense e uma oportunidade única para afirmar a Madeira no contexto nacional e mundial. Infelizmente, a passividade do Governo Regional poderá impedir que se aproveite esta data para projectar a Madeira a vários níveis e com ganhos políticos e económicos de grande dimensão. A Madeira foi a grande plataforma dos Descobrimentos e e da chamada primeira globalização, e aqui começaram os novos mundos do Mundo. É esta nossa história, esta identidade, feita do cruzamento de povos e de culturas, que temos que enaltecer e tirar partido. Ligar este Passado ao Futuro passa por aposta na investigação, na ciência, na tecnologia, na inovação, voltando a fazer da Madeira uma Plataforma das “Novas Descobertas”.
Nesse sentido, propõe-se:
a)     Desenvolver, em parceria com uma instituição internacional credível, um estudo sobre as potencialidades da Madeira no campo das indústrias culturais e criativas, ajudando a definir uma política para o sector, criando produtos que insiram a Região no mercado global dos produtos criativos com mais-valias financeiras para a Madeira;
b)     Direccionar os recursos públicos para o restauro e preservação do património, procurando formas para a sua rentabilização;
c)      Elaborar um plano de inventariação do património material e imaterial regional, no sentido de estimular a valorização da identidade cultural madeirense;
d)     Elaborar a carta arqueológica da Região Autónoma da Madeira;
e)     Criar as rotas do açúcar e do Vinho Madeira;
f)       Orientar a formação inicial da Universidade da Madeira para padrões de exigência e de espectro largo;
g)     Dar prioridade à investigação e propiciar as condições imprescindíveis para uma investigação de qualidade, direcionada para a procura;
h)     Sensibilizar e mobilizar as empresas para a relevância económica da diferenciação tecnológica e da transferência de tecnologias entre as Universidades e o sector empresarial.

4. SAÚDE

- Onde estamos?
A saúde, a educação e a segurança social são os pilares do desenvolvimento humano e do apoio social às populações, na verdade as prioridades de qualquer governação.
O actual estado da saúde regional é motivo de crescente atenção e preocupação. Qualquer que seja a perspectiva sob a qual se observa, clínica, organizacional, financeira, política ou o interesse último do utente, uma característica transparece, a instabilidade do sistema. E poucos sectores serão tão avessos à instabilidade como a saúde.
A actual equipa gestora do SESARAM propôs-se fazer mais, com menos recursos mas os resultados são desastrosos ao fim de 6 anos. A dívida do SESARAM e IA-Saúde cerca de 800 milhões de euros A lista de espera cirúrgica passou de 11.000 doentes para 17.000, um 4 vezes superior ao continente. A estratégia adoptada de concentrar os exames no SESARAM resultou em que 22.000 madeirenses esperem agora meses e anos por exames radiológicos, o que adia os diagnósticos, origina tratamentos tardios, nomeadamente os oncológicos, reduz a sobrevivência às doenças e certamente contribuiu para o aumento em 20% no número de óbitos. A qualidade assistencial ao utente é irregular, com carências na saúde de proximidade, mas os cuidados hospitalares também vacilam como demonstra o facto de termos a mais baixa taxa de sobrevivência ao cancro.
Defendemos que o Governo Regional deve garantir o acesso de todos os cidadãos aos cuidados de saúde, mas não pode ser o único prestador de serviços de saúde. Deve sim concorrer, em igualdade de circunstâncias, com as instituições particulares, sejam as de natureza empresarial, sejam as Misericórdias ou as Mutualidades. A concorrência aumentará a qualidade e permitirá uma relação mais transparente entre os agentes de prestação de cuidados de saúde e os que a eles recorrem.
O CDS-PP Madeira tem consciência que os tempos futuros serão difíceis, os recursos financeiros serão limitados, que haverá necessidade de fazer opções difíceis, que os vícios e constrangimentos deixados pela governação de 40 anos do PSD Madeira demorarão a desaparecer mas, admitamos também, existe uma enorme vontade de mudar o rumo do serviço de saúde da região, e no qual, muitos querem participar.
O CDS-PP Madeira dialogou com os profissionais, os parceiros da saúde, com os restantes partidos e a sociedade, avaliou a situação com a Comissão de Inquérito ao SESARAM e propôs soluções para melhorar o serviço de saúde da Madeira. Criou diferentes grupos de trabalho que deram forma a estas soluções:
a)     Reprogramar a rede hospitalar na Madeira com a construção de raiz de um Novo Hospital que substitua os actuais Hospitais Dr. Nélio Mendonça e dos Marmeleiros, numa nova edificação moderna, funcional, mais produtiva, segura, com custos de manutenção reduzidos e adaptado à demografia da Madeira. Um Novo Hospital com capacidade de adaptação às novas tecnologias, que permita resolver eficazmente as listas de espera. Poderá ser construído por fases com fundos nacionais, regionais ou europeus, numa programação plurianual regional que privilegie esta edificação, de entre todas as obras públicas regionais. Reavaliar as obras hospitalares já adjudicadas, ou em execução, e não desperdiçar recursos no plano desastroso de ampliação previsto do Hospital Dr. Nélio Mendonça.
b)     Consolidar o sistema de saúde regional, de natureza pública, financiada pelos contribuintes, potenciando ao máximo a capacidade instalada, mas igualmente apoiado em pelo sector privado e o social, criando parcerias que aumentem a oferta numa óptica de custo-benefício, de complementaridade e qualidade dos cuidados de saúde na Madeira.
c)      Rever a Convenção Médica com o objectivo de aumentar a oferta de cuidados nas áreas carenciadas, promovendo a contratualização e racionalizando os recursos disponíveis, no respeito das boas Normas de Orientação Clínica, ainda pouco aplicadas na Madeira. Acordar uma ampla cooperação com o Serviço Nacional de Saúde de forma que a Madeira beneficie da experiência, dos recursos organizativos e assistenciais existentes no continente.
d)     Despolitizar e credibilizar o serviço de saúde, recentrando a sua mensagem no utente, na informação clínica e na acessibilidade aos cuidados de saúde e humanizar os cuidados de saúde, criando uma Comissão de Humanização em Saúde, que promova iniciativas que tornem os cuidados de saúde mais acessíveis, mais informados e próximos dos cidadãos, com reconhecimento e divulgação das inovações e das boas práticas em saúde.
e)     Criações da Carta dos Direitos do Doente, nomeadamente se esperam por exames e cirurgias, com um mecanismo compensatório alternativo nos casos em que seja ultrapassado o tempo expectável em espera por cuidados de saúde, usando serviços públicos, privados ou sociais, à semelhança do existente no continente e Açores. Assegurar os direitos das crianças doentes, dos, idosos, dos deficientes e pais de menores internados, cujos direitos não muitas vezes ignorados. Deverá ser dada especial importância à integração dos familiares nos cuidados de saúde.
f)       Promover normas éticas no relacionamento com utentes, colaboradores e parceiros em saúde, estimulando a cooperação, a informação e a gestão criteriosas de recursos em saúde. Valorizar os recursos humanos no SESARAM e IA-Saúde, implementar uma política robusta de formação funcional.
g)     Reorganizar os serviços de saúde, incluindo os serviços médicos, de forma a introduzir uma salutar competição, integração e cooperação, de forma a oferecer mais e melhores cuidados de saúde. Redimensioná-los consoante a priorização que for definida, seja pelas listas de espera existentes, seja segundo o padrão organizacional e oferta de cuidados existente nos serviços similares no continente e Açores.
h)     Revalorizar os Cuidados de Saúde Primários, dotando-os de uma gestão independente dos cuidados hospitalares, de forma possibilitar uma verdadeira promoção da saúde e prevenção das doenças, aumentando o acesso ao Médico de Família e criando o apoio do Enfermeiro de Família.
i)       Construção na Calheta de um novo Centro de Saúde e a abertura de outro em Câmara de Lobos, este já edificado, bem como a finalização das obras de requalificação em curso no centro de saúde do Bom Jesus no Funchal.
j)       Reformular os programas de apoio social assistencial e de cuidados de saúde ao idoso e pessoa deficiente e aumentar a oferta de cuidados continuados, de internamentos pós-hospitalares, de reabilitação, de terapia da dor, de enfermagem domiciliária e cuidados paliativos, nomeadamente a terapia da dor.
k)     Dinamizar o papel do IA-Saúde na promoção da saúde e prevenção das doenças, nas práticas de vida saudável, na prática do desporto e actividades de lazer enriquecedoras, na prevenção do tabagismo e toxicodependências, lançando um conjunto de campanhas em parceria com as Câmaras Municipais e IPSS´s..
l)       Alterar o funcionamento do Serviço de Urgência hospitalar, tornando-o mais profissional, mais flexível, mais presencial, mais humano e com padrões de qualidade mais elevados, interagindo com a emergência pré-hospitalar e a protecção civil e aumentando a cooperação com os cuidados nos centros de saúde.
m)   Criação de condições para a retoma de idoneidade formativa nos serviços médicos que a perderam, priorizar o Serviço de Anestesiologia, serviço limitante da produtividade cirúrgica, dotando-o dos meios necessários a operacionalizar uma redução das listas de espera flexibilizar os cuidados de saúde oncológicos, instituindo a Via Verde do Doente Oncológico, de forma a facilitar o diagnóstico precoce e o tratamento atempado.
n)     Dar uma nova dinâmica aos cuidados de saúde mental, promovendo projectos comunitários de prevenção e ajuda e dotando o Serviço de Psiquiatria dos meios necessários e estimulando a cooperação com os diferentes serviços de saúde. As equipas de Saúde Mental Comunitária podem assegurar programas de tratamento individualizados em colaboração com o sector social e a reintegração profissional.
o)     Dinamizar o relacionamento institucional com as diferentes ordens profissionais, organizações sindicais e associações de doentes de forma a alcançar uma tão desejável pacificação do sector da saúde e propiciar uma cooperação salutar com os parceiros da saúde.
p)     Alterar a gestão dos stokes de medicamentos, dispositivos e consumíveis de forma a minorar, as já habituais carências e harmonizar a política do medicamento com a existente no continente, nomeadamente com a implementação integral do receituário electrónico e prescrição de exames, poupando recursos sem que se traduzam em situações de racionamento, com a existente actualmente no Serviço de Urgência hospitalar.
Na saúde regional, mas não só, foram levantadas dúvidas sobre independência dos decisores públicos em relação a interesses privados. Não deve haver qualquer compreensão para o fenómeno de corrupção e é grave deixar sem consequências as decisões erráticas sobre o destino dos dinheiros públicos.
Para nós, o Estado justo é aquele que, nos seus próprios titulares, estabelece uma lógica de prémio e castigo.
As actividades de Protecção Civil englobam: Prevenir, Alertar e Socorrer. Não obstante o Socorro ser a mais visível e mediatizada, ele tem de assentar, como um iceberg, numa base muito mais ampla.
A Madeira encerra um vasto conjunto de situações que exigem observância e cuidado pelo seu potencial risco; Tal conjugação exige estruturas orgânicas, racionalização de meios e fluxogramas de actuação agilizados. Advogamos a constituição, de um Grupo de Trabalho que defina as bases da reestruturação da Protecção Civil na RAM:
a)     Dinamização de acções de prevenção e sensibilização no âmbito da protecção civil e efectuar a reorganização dos Corpos de Bombeiros da RAM em agrupamentos, mantendo a identidade, estatutos e meios das corporações mas ao mesmo tempo possibilitar uma melhor organização e eficácia.
b)     Elaboração de Planos de Emergência Intermunicipais tendo em conta os agrupamentos referidos deverá constituir-se uma central única de socorro, pelo que deverá englobar Protecção Civil, Bombeiros, SEMER e PSP e ser dotada dos meios humanos e materiais.
c)      Revisão da legislação por forma a implementar uma estrutura orgânica e fluxogramas de intervenção. Neste âmbito, deve ser alvo de particular atenção a definição e coordenação de funções dos diferentes intervenientes no sistema de protecção civil.

 4.1 - Combater Desigualdades - Criar Oportunidades

O CDS Partido Popular constata a falência do modelo de protecção social do Estado-providência: é caro, é ineficiente, é injusto e, no médio prazo, tem a falência anunciada. É ineficaz e acima de tudo, foi desvirtuado por 40 anos de necessidade de sobrevivência eleitoral do PSD Madeira. Há que promover uma efectiva justiça social através das políticas públicas, da via fiscal e das prestações sociais que prossigam o objectivo da construção de uma sociedade justa e equilibrada.
É certo que a escassez de recursos financeiros públicos tornará inevitável uma melhor gestão, com avanços na redistribuição e na selecção de apoios, que cada vez mais devem ser direccionados para quem efectivamente necessite. Deve ser introduzida a validação do custo-benefício em todos os investimentos sociais. É crucial fazer com que as IPSS’s sejam parte integrante do esforço regional de apoio social e à saúde, instituindo protocolos abrangentes de cooperação. Releve-se:
a)     Promover uma efectiva justiça social através das políticas públicas, pela via fiscal e das prestações sociais que prossiga o objectivo de corrigir as desigualdades, combater a pobreza e a exclusão de forma a construir uma sociedade justa e equilibrada;
b)     Avaliar com rigor e com critérios objectivos o apoio social dado pelas diferentes IPSS’s que recebem apoio regional, procurando coordenar esforços ao nível local, com uma articulação de dimensão concelhia, de modo a evitar desperdício de recursos e as situações de privilégio no apoio social como nas contribuições devidas á segurança social.
c)      Possibilitar a necessária estabilidade às IPSS´s de modo a não haver constrangimentos ao seu funcionamento, garantir um apoio técnico adequado e promovendo a sustentabilidade das instituições, seja pelo mecenato social seja pela dinamização da economia social.
d)     Implementar uma política de transparência na Segurança Social, com disponibilização dos diferentes apoios, protocolos de cooperação e dados estatísticos e criar de uma Carta de Apoios Sociais Regional em que, de uma forma rigorosa mas igualmente acessível, se façam conhecer todas entidades e apoios disponibilizados.
e)     Aplicação integral do Programa Nacional de Emergência Social, e os seus sucedâneos, na região, com reforço de verbas e iniciativas do Orçamento Regional.
f)       A Família, valor fundamental da sociedade, sempre prioritário para o CDS/PP e por isso achamos fundamental a criação do Conselho Regional da Família da Região Autónoma da Madeira, uma entidade da sociedade civil composta por indivíduos idóneos dotados de capacidades técnicas nas áreas de intervenção familiar. Possibilitar a coordenação e interligação dos serviços de apoio à família (Estado, autarquias locais, Comissões de Protecção de crianças e jovens, segurança social, instituições de solidariedade social, misericórdias, mutualidades entre outras);
g)     Realização de acções de formação e Informação às Famílias e aos Técnicos (Saúde/Educação/Social/Justiça) sobre questões e dilemas familiares.
h)     Reforço do apoio domiciliário, do apoio social a idosos e incapacitados. Neste domínio, a interligação com as entidades de saúde e o sector social é fundamental, apoiando centros de dia e lares que possam atender às situações, além de uma política de incentivo às famílias que cuidam dos seus parentes mais idosos;
i)       Promover o voluntariado, nomeadamente incentivando os jovens e idosos a participar em diferentes acções, criando mecanismos junto dos empregadores que facilitem e premeiem quem as pratica bem como instituir um programa de voluntariado escolar.
j)       Promover o programa de apoio alimentar de forma a apoiar as populações carentes mas evitando a duplicação de recursos e avaliando continuamente o sucesso do mesmo.
k)     Promoção de um Plano de Luta contra a Violência Doméstica em conjunto com as diversas associações sediadas na Região Autónoma da Madeira, dando particular destaque à violência exercida sobre os Menores.
A Região está confrontada com uma grave crise demográfica. A baixa de natalidade na Região é preocupante e merece a nossa melhor atenção.
 A taxa de natalidade tem vindo a diminuir nos últimos anos e, por outro lado, o tempo médio de vida aumentou cerca de 16 anos, portanto, é fácil perceber que temos uma Região com uma população envelhecida, o que tem efeitos ameaçadores no nosso futuro colectivo.
Os números são inequívocos e reflectem uma realidade assustadora. Se a situação se mantiver durante os próximos anos, a Região, de acordo com a projecção do Eurostat, terá 233 mil habitantes em 2025, ou seja, cerca de menos 30 mil habitantes.
As consequências que decorrem da crise demográfica são diversas e alarmantes. O CDS propõe um conjunto de incentivos que tem por objectivo criar apoios directos e indirectos à natalidade na RAM.
a)     Atribuição de um subsídio, durante três anos, de valor idêntico ao escalão IV do montante fixado para pagamento da creche no ano de nascimento do bebé - o que rondará os 2.300 euros/ano.
b)     Atribuição de apoios às empresas amigas da natalidade, que facilitem as horas de início e términus do horário de trabalho. As faltas justificadas dos avós que tenham de se ausentar do trabalho para dar assistência aos netos.
c)      Medidas municipais, em que as autarquias devolvem o dobro do IMI pago por casais que tenham filhos e as rendas sociais de acordo com uma valorização do número de dependentes menores.

5. CONSTRUÇÃO DA ALTERNATIVA

O CDS está a completar 40 anos e a nossa história é motivo de orgulho para os nossos fundadores, dirigentes, militantes e eleitores. Estivemos na fundação da Democracia e na conquista da Autonomia. Ao longo destes anos procurámos sempre que o partido fosse um meio para atingir objectivos do Bem Comum e não um fim em si mesmo de pura conquista do poder. Se há palavra que se confunde com a nossa história é a RAZÃO. Mesmo, os que não são do CDS reconhecem no nosso partido, a capacidade de ser clarividente e esclarecido. Muitas vezes tivemos razão antes do tempo. O que na vida é um valor seguro, na política nem sempre é uma mais valia eleitoral. Muitas vezes perdemos votos, mas dissemos a verdade!
Recuemos aos 3 últimos Congressos do CDS na Madeira e às suas principais conclusões.
XI Congresso, Junho de 2006, no Paúl do Mar; Calheta:
A Madeira tem Autonomia política mas tem cada vez menos Autonomia financeira.
A Madeira está financeiramente hipotecada; economicamente estagnada e socialmente desequilibrada.
 Não há PIB por mais empolado que esteja que resista ao confronto com a realidade.
E a realidade é esta. Temos um Governo que investe, gasta e esbanja mais do que pode e deve, enquanto os sectores produtivos vão definhando, o turismo estagnou, a debilidade das nossas empresas é evidente, o desemprego está a subir, a qualificação dos recursos humanos está muito aquém do desejável, a pobreza aumenta, crescem as desigualdades sociais e piora a vida das famílias madeirenses e porto-santenses.
O modelo de desenvolvimento do Governo Regional do PSD teve o seu tempo, os seus méritos e defeitos, mas hoje está ultrapassado e esgotado.
O modelo que o Governo Regional teima em prosseguir, persistindo no betão, para alimentar lóbis, e engordando a administração pública para satisfazer clientelas partidárias, já não tem sustentabilidade financeira.
Três anos depois, a ilusão governativa continuava, apesar da agudização da situação financeira, dos sinais de recessão económica e da emergência de uma crise social.
E no XII Congresso do CDS, realizado em 2009, em Santa Cruz, alertava:
“A Autonomia da Madeira está na sua fase mais crítica desde a sua implantação em 1976.
O velho sonho dos madeirenses, concretizado em 1976, de terem um sistema de auto‐governo em que fossemos capazes de gerir os nossos destinos poderá estar a ruir, se, entretanto, não formos capazes de dar a volta à situação.
A nossa Autonomia política está comprometida quando a Madeira não tem Autonomia financeira. Temos poderes e competências políticas e legislativas mas o seu exercício está dependente da ajuda financeira exterior.
O resultado da governação do PSD é um fraco desempenho da economia produtiva que não gera receitas suficientes para fazer face às inúmeras despesas correntes da administração pública regional. Não fora a solidariedade financeira do Estado e da União Europeia e o sistemático recurso ao crédito, a atingir níveis incomportáveis para as actuais e futuras gerações, e não teríamos qualquer recurso financeiro para investir.
A pesada dívida directa e indirecta da Região, a fragilidade do tecido empresarial; o aumento do desemprego; os impostos com taxas exageradas; os preços altos dos transportes aéreos e marítimos, dos portos e aeroportos; a degradação do ambiente e da paisagem; a desertificação do norte da ilha e o mau urbanismo das nossas cidades; a falta de resposta dos serviços de saúde às necessidades da população; os maus resultados do sistema educativo; a descida do nível de vida de muitas famílias de classe média; a ausência de lares e apoios aos mais velhos; o crescimento da pobreza e da exclusão social, são da responsabilidade do PSD e dos seus governos.”
O CDS alertou, avisou, denunciou que o caminho estava errado.
No XIII Congresso, em Julho de 2011, no Funchal o CDS lucidamente perspectivava:
“O PSD e os seus governos já revelaram total incapacidade para se renovar e hoje o seu projecto resume-se à pura perpetuaçãoo no poder. Uma mudança de liderança não passa disso mesmo, e não constituirá qualquer alteração no comportamento de uma maioria instalada há mais de três décadas no poder. A alternativa não está no interior do PSD. Não basta mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma. Quem criou o problema ou foi conivente, nunca poderá ser solução. A alternativa, também, não está no PS, partido que tem desbaratado o seu capital político e eleitoral com divisões internas, e que defraudou a confiança do eleitorado devido à má governação do país, em tudo idêntica à da Madeira. Cientes de que os madeirenses são avessos a qualquer tipo de extremismos, compete ao CDS/PP assumir-se como Esperança e Alternativa, oferecendo aos madeirenses e portosantenses um Projecto de Mudança em próximas eleições. Este é o nosso caminho, que deve ser feito com a sociedade civil, com as forças vivas da nossa comunidade, com os líderes de opinião, com jovens quadros, com os cidadãos independentes e com todos aqueles que desejam uma Melhor Democracia e mais Autonomia para a Madeira. O CDS/PP deve ser capaz de agregar no seu Projecto todos aqueles que não se resignem perante o Estado da Região e o situacionismo político e deve ser um factor de esperança para que os eleitores e os abstencionistas possam voltar a acreditar na Mudança e na Alternância de políticos e de políticas.”
É este Sentido de Responsabilidade que dá ao CDS a Autoridade e a Legitimidade para se afirmar como a Alternativa nas eleições regionais de 2015.
Não obstante esta Autoridade e Legitimidade, o CDS/PP convidou o PS para uma coligação pré-eleitoral alternativa ao PSD, aberta a outras forças políticas, movimentos cívicos e personalidades independentes com um candidato comum a Presidente do Governo Regional que não fosse nenhum dos líderes partidários. Esta nossa iniciativa para formar um movimento político, que não substituísse os partidos mas os unisse e fosse para além deles, esbarrou na intransigência do líder do PS-Madeira que manifestou indisponibilidade para abdicar de ser candidato a Chefe do Governo. Os madeirenses podem assim avaliar a visão que cada partido tem do interesse regional e a prioridade que cada partido dá à construção de uma Alternativa sólida e credível ao PSD.
Cada um segue o seu caminho e cada madeirense tirará a devida ilação do sentido de responsabilidade de cada partido. Chegamos assim a este Congresso com uma total liberdade estratégica e com a Autoridade e Legitimidade de criar uma Alternativa consistente e de Confiança para o Governo da Madeira. A nossa coligação é com os Madeirenses e Portosantenses.
Esta Autoridade e Legitimidade advém do facto de sermos o maior partido da oposição com um Grupo Parlamentar de reconhecida qualidade e com propostas e soluções para todas as áreas políticas da governação.
Em 2011, os eleitores confiaram no CDS para liderar a oposição. Não os desiludimos e hoje podemos pedir-lhes para que confiem na nossa Alternativa de Governo.
A nossa Autoridade e Legitimidade é, também, fundamentada no bom resultado que o CDS/PP obteve nas eleições autárquicas de Setembro de 2013 - o melhor de sempre em eleições locais – e da conquista da Câmara Municipal de Santana e das Juntas de Freguesia da Ponta do Pargo, Fajã da Ovelha, Santana e São Jorge. A esta realidade acresce as posições decisivas que conquistámos noutras vereações e nas Assembleias Municipais e de Freguesia. É motivo de orgulho acrescido o trabalho realizado pelos nossos autarcas que são poder no Município de Santana e nas quatro Juntas. Apesar de só ter passado 1 ano já se vê a Marca CDS, a Marca da Diferença a favor dos contribuintes com impostos e taxas reduzidas, com políticas de apoio às famílias e aos mais carenciados, e com uma governação de proximidade junto das populações. Esta Marca CDS nas Autarquias credibiliza a nossa Alternativa governamental.
A nossa Autoridade e Legitimidade baseia-se, ainda, no facto indesmentível de sempre termos posto os interesses da Madeira e do Porto Santo acima dos interesses partidários ou particulares. Em Outubro de 2012, saí da Assembleia da República e demiti-me de Vice-Presidente do Grupo Parlamentar e de Vice-Presidente do CDS Nacional em protesto contra a chamada TSU dos pensionistas que o PSD queria impor no seio do Governo. Nesse final do ano o Deputado que assumiu funções em nome do CDS/PP Madeira votou contra o Orçamento do Estado para 2013 e por isso foi sancionado partidariamente. Mas voltou, coerentemente e corajosamente, a votar contra o Orçamento para 2014. Em matéria de defesa dos interesses dos madeirenses e de coerência de posições, os dirigentes do CDS/PP têm provas dadas de que não vacilam no momento da verdade. E novos Momentos estão anunciados para 2015 com a realização de eleições legislativas regionais e nacionais. Quanto a estas, o CDS/PP-Madeira avaliará o que for a estratégia nacional do partido e no âmbito da sua autonomia política e estatutária definirá qual a melhor forma de concorrer ao acto eleitoral, defendendo os interesses das populações da Madeira e do Porto Santo. Nas presidenciais, de 2016, o CDS/PP-M apoiará o candidato que vier a ser escolhido pelo CDS/PP Nacional.

6.  ESTRATÉGIA PARTIDÁRIA

Em 2015 fecha-se um ciclo político de quase 40 anos de maiorias absolutas de um só partido, marcado por um líder carismático mas autoritário que delapidou o seu passado político e deixa um pesado legado financeiro à Região. Esta é uma Oportunidade para abrir um Novo Ciclo que traga uma Nova Política, uma Nova Maioria e um Novo Governo, para a Madeira. Este Novo Rumo não se fará, apenas, porque muda o líder do PSD, implica uma ruptura com o actual sistema e uma alteração profunda das políticas públicas. Ora, não será nenhum dos 6 candidatos à liderança do PSD que será  capaz de fazer essa ruptura já que eles próprios são responsáveis e coniventes com a governação do seu partido. Quem fez parte do problema não pode ser a solução.
O povo da Madeira e do Porto Santo está farto de maiorias absolutas que se transformam em poderes absolutos. Era saudável para a Democracia que das próximas eleições não resultasse a maioria absoluta de um só partido, até porque os tempos difíceis que vivemos exigem entendimentos e compromissos entre diversas forças políticas. Pela sua parte o CDS assume-se como Alternativa ao PSD e a Chave da Mudança Política na Madeira.
Para alcançar esse objectivo contamos com novas gerações, protagonizadas no CDS pela Juventude Popular, a quem o CDS/PP deve grande parte da sua energia e da sua capacidade de mobilização. Foi nas mesas dos mais jovens que o partido mais cresceu nas últimas eleições regionais.
A credibilização e aceitação da nossa alternativa passa também pelo Programa de Governo que o CDS apresentará ao eleitorado. Com a qualidade do nosso Conselho Económico e Social não temos dúvidas que esse será um Programa Realista mas Ambicioso; um Programa de Esperança que devolva a Confiança aos Madeirenses.
O CDS concorrerá com listas próprias às eleições do próximo ano, mas com total abertura a movimentos cívicos e personalidades independentes que queiram colaborar na candidatura da alternativa. Qualquer alteração a esta estratégia, motivada por circunstâncias excepcionais, políticas ou temporais terá que ser objecto de decisão do Conselho Regional, órgão soberano entre Congressos.
A nossa expressão num novo Governo Regional será directamente proporcional à força eleitoral que a Madeira nos der.
Será o povo no dia das eleições que dirá o que o CDS deve fazer depois das eleições. Acreditamos na sua escolha e saberemos contribuir de forma responsável para uma solução de estabilidade que conduza a uma Nova Visão Estratégica na Governação da Madeira e do Porto Santo. Este é um Novo Tempo que precisa de uma Nova Esperança.


José Manuel Rodrigues




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