MOBILIZAÇÃO INUSITADA ELEGEU
NELSON FERREIRA LÍDER NO FUNCHAL
Os apoiantes de Nelson Ferreira festejam a vitória que coroa um processo eleitoral polémico e desafiam Ricardo Vieira e seguidores a desimpedir a loja para deixar trabalhar os vencedores
Nelson Ferreira |
A polémica que se temia viesse a ensombrar o acto eleitoral desta tarde na Rua da Mouraria extinguiu-se antes do início da votação. A Lista A, que defendia a utilização do voto por procuração, resolveu desistir da ideia para não dar pretextos aos rivais, anulando assim qualquer reacção da Lista B nesse capítulo. A eleição para a Comissão Política Concelhia do Funchal decorreu dentro de toda a normalidade, assim como a que escolhia os nomes para a Mesa do Plenário Concelhio.
De anormal, apenas a inesperada afluência em peso dos militantes centristas da capital, que confessavam uns aos outros nunca ter visto mobilização igual em actos destes.
Desse modo, a lista encabeçada por Nelson Costa Ferreira, conotada com a actual Direcção do CDS-PP, venceu com 129 votos a favor. Rui Barreto, presidente cessante desta concelhia e actualmente deputado centrista, foi eleito presidente da Mesa do Plenário Concelhio.
Os derrotados receberam 65 votos: Américo Dias, que se candidatava a presidente da Concelhia, e Ricardo Vieira, um dos históricos presidentes do partido, que concorria à Mesa do Plenário.
A eleição foi pacífica e menos renhida, em termos de votação, do que a polémica dos últimos dias fazia prever. Porém, há apoiantes da equipa vencedora que não consideram a luta terminada. Pelo contrário, exigem uma mudança de comportamento dos derrotados e "a partir de amanhã".
A contestação dos vencedores visa principalmente Ricardo Vieira, de quem dizem ter sofrido dois desaires em escassos 5 meses - um no congresso do partido e este agora nas eleições da concelhia funchalense.
Segundo esses centristas, Ricardo Vieira e seguidores não permitiram que a equipa dirigente do partido, encabeçada por Lopes da Fonseca e Rui Barreto, beneficiasse do estado de direito a que tinha direito após a vitória em congresso, Dezembro. Com esta segunda derrota, Vieira e quem o apoia devem retirar ilações da nova situação no partido. "Se têm um mínimo de dignidade, que se retirem do palco e deixem trabalhar quem recebeu mandato para isso", disseram-nos.
Fontes próximas da Direcção dizem ter elementos que permitem concluir que entre os militantes pouco interessados em ver o partido seguir no caminho do êxito está o anterior líder, José Manuel Rodrigues, que deixou transparecer nos últimos dias a sua simpatia pela Lista B, derrotada hoje.
Relevando a grande afluência registada nesta eleição, a ala que actualmente dirige o CDS-PP diz que a hora é de procurar unir todos os militantes e simpatizantes que desejam colaborar. A esperança é que o dinamismo patenteado hoje na Rua da Mouraria continue nas eleições para as restantes concelhias da Região.
"Quem quiser trabalhar é bem-vindo e quem quer continuar a empatar, apesar de derrotas sucessivas, que se afaste de uma vez", rematam os adversários de Ricardo Vieira e apoiantes.