De partir o coco a rir!

A GENTE GANHA POUCO

MAS ELES DIVERTEM-NOS

Contra preconceitos enraizados em poucos anos na opinião pública madeirense, venho atestar que o líder regional do Partido Socialista não é nada o Homem permanentemente mal disposto, antipático e indigesto que costumam pintar. Pelo contrário. Sei o que estou a dizer pelos convívios que acontecem amiúde ao abrigo de uma amizade pessoal que espero perdure depois do humor que vou escarrapachar também já de seguida.

É que só uma pessoa com ironia bem disposta à flor da pele conseguiria fazer-nos rir de mãos na barriga como Carlos Pereira nos tem feito estes últimos dias. 

Cheguei a equacionar a hipótese de ele ter tirado o fim-de-semana pós-festa da flor para brincar com o pagode que o elegeu nas eleições nacionais e o empacotou para a deputaria de Lisboa. Uma brincadeira de circunstância.

Mas o caso é que ele conseguiu dizer as bem construídas alarvidades sem se rir, e isso requer muito trabalho se casa.  

Vi Carlos na TV, a propósito do Conselho Estratégico dos socialistas, com ar muito preocupado (e não mal disposto) a dizer-se preocupado com a preocupação que lhe provocam as preocupantes mexidas no governo regional. Director de serviço passa daqui para ali, directora de serviço sai e dá lugar àquela... Bem, eu já não soltava gargalhada tão estridente há uns bons tempos, com a conversa do chefe socialista. Olhem que líder de partido de oposição altruísta! Preocupa-se com o mau funcionamento do governo em vez de querer que aquilo 'entre pelas canas dentro' a fim de o seu partido, o PS, não apanhar as banhadas do costume nas eleições que aí vêm!

Mas não é só. Carlos Pereira usa um discurso para cá e outro para Lisboa. Metendo-se na cabeça que a gente não repara. Ou então de propósito, para a gente rir. O chefe súcia regional diz-se preocupado com as mexidas de directores regionais e de serviços cá, no primeiro ano de mandato, e esquece as trapalhadas e mexidas lá, no seu governo rosa, com ministros e tudo a bater ruidosamente com a porta - mais numa semana lá do que num ano cá!

Continuo esmorecido a rir.

Depois, as 'notas do dia' de hoje. Um cardápio de anedotas das boas. 

O rol começa por uma engraxadela com muito lustre a Paulo Cafôfo e ao DN. Neste último caso, ele sabe de que de nada valerá o afago no pescoço quando faltar o dinheiro ao PS para investimento publicitário gráfico. Ainda assim, engraxa, também para corresponder às engraxadelas, compreende-se. 

Quanto a Cafôfo, que gargalhada, meus Amigos! Ao elogiar o sr. Mayor do Funchal, ou Carlos Pereira mudou muito ou o sr. Mayor finalmente decidiu passar cartão ao chefe socialista, coisa que não fazia até há bem pouco tempo, o que criava azedume na Praça Amarela.

Este chefe socialista diz que Cafôfo e o DN - membros do consórcio actualmente em excursão pelo hemisfério Sul - estão a ensinar ao governo regional como é que se traz investimento da comunidade madeirense sul-africana para a Região. Ou seja, dá palpites ao Laranjal que criou e pratica tal expediente de andar pela diáspora vai para 40 anos. Mesmo agora, Miguel Albuquerque dá-se ao luxo de captar investimento de caçadeira em punho no meio da savana prenhe de leões e leopardos!

Escreve Carlos Pereira nas suas humorísticas notas que os emigrantes têm a Madeira no coração e que esse laço emocional pode puxar pelo investimento e pela criação de mercados... Aqui é mais sério: cuidadinho, não puxem o laço com muita força!

Um gozo pegado, caros Amigos.

Da maneira que Carlos Pereira fala, as entidades visadas - Cafôfo e DN - terão problemas com excesso de bagagem no regresso de África do Sul! É aconselhável trazerem metade do investimento e organizar nova orgia itinerante para trazer a outra metade. O porão do avião é limitado.

Carlos insiste no elogio à Câmara do Funchal - e acrescenta-lhe Porto Moniz, deixando fora Machico e Porto Santo de lado - apontando-a como exemplo de rigor financeiro. 

Podia ter dado o exemplo do que a CMF gasta com estas viagens em que todos bebem, fumam e dão vazão a outros vícios - com o dinheiro dos munícipes. E com relatos a cantar bem alto as aventuras.

Sinais dos tempos: 'jornais' elogiam políticos; políticos elogiam 'jornais'...

Estas notas de Carlos saem no dia em que o DN anuncia a letras garrafais que o Funchal de Cafôfo reduz a dívida em 9 milhões - o que, além de ser análise feita com peso, conta e à medida, não é nada comparado com o que Egídio Pita conseguia na Ponta do Sol. Façanha era isso: Egídio nunca teve dívida, porque não fazia a ponta de um chavelho no concelho por conta da câmara. Aquilo era o calcetamento de uma vereda e viva o velho. O caso de Cafôfo é um pouco diferente: ele também não faz puto que se veja na cidade, a não ser espalhar esplanadas e dar estacionamentos às motas. Mas faz dívida. Ele aumenta-a, não a reduz.

E o economista líder do PS não ia saber disto!

Se Carlos esperasse um pouco antes de escrever as doutas notas de hoje, teria acrescentado as últimas de Cafôfo lá em baixo no hemisfério sul. Segundo a crónica do DN, único jornal que Cafôfo meteu na caravana excursionista (esta é brincadeira nossa, porque ele paga tudo com o nosso dinheiro mas não manda um c... no esquema que chega à agência de viagens) - segundo a crónica, ontem foi um dia de 'banhos de multidão' para Cafôfo. 

É verdade, Leitores, está escrito para a posteridade!

E a gente a pensar que as comunidades, com gente que não vem à Madeira há 30, 40 e 50 anos, se perguntava por lá quem era aquele careca que acompanhava os habitués das excursões! E a gente a pensar que as comunidades se interrogavam a que propósito um autarca ilhéu chegava lá a baixo a falar de investimento para a Madeira, a delinear linhas programáticas para as relações bilaterais Madeira-Comunidades... Mas afinal quem é que se julga o regedor do Funchal?

Enganei-me redondamente. Paulo Cafôfo recebeu aplausos ensurdecedores naqueles discursos gaguejados que costuma fazer. Como o conseguiu? Imitando os congressistas do PSD que, para receberem palmas quando a plateia adormece, falam em Sá Carneiro. Utilizando a táctica, ele diz mal da TAP e é ovação certa - o espertalhão. 

E foram também os tais badalados 'banhos de multidão'. "Domingo em cheio em Joanesburgo", como relata objectivamente o enviado-especial do consórcio, acrescentando: "Primeiro, com uma enchente na Casa da Madeira, em Alberton, e depois com uma visita apoteótica a Mayfair, para o final da festa de S. Brás."

Porra!

Amigo Carlos Pereira, uma vez que há eleições autárquicas em 2017, convém Paulo Cafôfo conseguir também uns banhos de multidão por aqui como aqueles que agora conseguiu na África do Sul, nas festas populares de lá. Se eu fosse ele, ia no mês de Agosto à Senhora do Monte. E passava a frequentar o Caldeirão em dias de jogos grandes. Banhos de multidão assegurados, como na festa de São Brás em Joanesburgo.  

Agradeço a Carlos Pereira os bons momentos deste fim-de-semana e de hoje. Hilaridade grátis, ainda por cima! 

Pensar que a segunda-feira é sempre um dia chato e olhem a gente aqui à gargalhada!

'Pera aí! Estes textos de Carlos Pereira não serão para concorrer com as peças humorísticas de Cafôfo nas rotas de mota que ele mete no site da câmara?!

Não é ser desconfiado, mas tratando-se de políticos...