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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

 

                                                        Alta Política



Célia apresentou candidatura


Célia Pessegueiro acaba de lançar a sua candidatura à liderança do PS-Madeira. 

Convidada do Telejornal esta terça-feira, a reeleita presidente da Câmara da Ponta do Sol não conseguiu rodear o anúncio da subtileza habitual nestas ocasiões.

O resultado foi deixar no ar uma ideia de atabalhoamento, de um projecto ainda por marinar. Com a ambição às escâncaras.

A entrevista revelou duas preocupações que de momento atormentam a candidata.

A primeira preocupação leva Célia Pessegueiro a tentar evitar que outros nomes se perfilem para disputar a liderança que Paulo Cafofo, de viva voz e em directo pela TV, declarou abandonar sem apelo nem agravo.

A segunda preocupação é passar, em particular aos militantes do partido, uma imagem de trabalhadora responsável e permanente pela causa socialista. A personagem ideal para tomar a liderança do partido.

Esta foi a estratégia que utilizou no tempo de televisão disponível. 

Resultado: um anúncio mal-amanhado de candidatura. De que já se havia falado, aliás.

Para afugentar quem porventura tenha ambições de presidir ao PS, Célia Pessegueiro optou pelo desencorajamento. 

Na sua peregrina teoria, Cafofo continua como o melhor trunfo do partido para ganhar eleições e correr com o PSD-M. Até porque ele, Cafofo, conseguiu um resultado retumbante nas legislativas de 2019. Ele fez mais isto e mais aquilo. Então, é importante que continue no seu posto, já que tem tudo para se recandidatar quando houver eleições internas - nada tendo dito ele que indique o contrário, segundo Célia.

Com isto, Célia está a querer dizer que todo aquele que manifestar o desejo de avançar com uma candidatura está a querer prejudicar o partido - na medida em que poderá impedir a continuidade do salvador Cafofo.

Acontece que Paulo Cafofo desta vez falou claro: deixa o seu lugar de deputado no Parlamento, abandona a liderança do PS e não se recandidata ao cargo.

Ora, se Cafofo disse que não se recandidata, não me parece que estivesse a pensar noutra coisa. É claro que nada obsta a essa recandidatura. Assim como ele pode anunciar um projecto diferente para tentar 2023. E até pode dizer que foi levado pelo estado emocional das ingratas votações autárquicas e que afinal nem sequer vai meter o papel da demissão. Até pode dizer que ficará 6 meses sem ir ao cinema.

Para ser franco, desde que um simpático bicharoco foi visto a andar de bicicleta, nada me espanta.

Quererá Célia fazer-nos pensar que ouvimos mal e que o Paulo apresentou a demissão mas sem dizer que não voltará a candidatar-se?

Estou a precisar de ir lá acima apanhar uns choques, essa é que é essa.


Muito a sério, não parece que o auto-elogio que o Profe fez no domingo à noite a si e à sua dignidade contemple um golpe de rins vergonhoso como este. 

Agitar Célia o nome do líder demissionário destinou-se, pois, a pôr em fuga os possíveis candidatos (os que tenham medo de fantasmas). 

As pessoas não andam a dormir. Logo, a desatenção de Célia fez ruir esta parte da estratégia que apressadamente montou para o ataque à sucessão. 

Quanto à segunda parte dessa estratégia para a entrevista, Célia exibiu algumas vezes, com ou sem motivo, a importância do seu nome na vida e na estrutura do partido. Talvez poucos soubessem, mas, a partir da entrevista de ontem, além de Sra. presidente da Câmara, a antiga líder da JS-M (fase da vida partidária que ignorou) será tratada por Sra. presidente da Comissão Regional e Sra. vice-presidente do partido. 

E obra feita como militante? Nem se fala!

Ilação à moda da Sra. Presidente: ninguém deve chegar-se à frente para não impedir as grandes vitórias que Cafofo ainda há-de dar ao partido; se, chegada a hora, se der pela ausência de Cafofo e for preciso "trabalhar pelo partido" (ou seja, liderar), está encontrada uma líder em Célia Pessegueiro, que até à data, apesar de 24 horas diárias ao serviço do município da Ponta do Sol, tem arranjado outras 24 horas para o partido. 


A isto chama-se 'alta política'. Que significa subir até ao alto para o tombo ser maior.

Afinal, o que é que impede Célia Pessegueiro de ser líder do seu partido? O currículo de que fala é verdadeiro, salvo uma militância que não é tão militante como a edil ponta-solense quer dizer. Mas de facto é detentora de cargos dignos, embora cargos com reduzido poder.

Além do mais, tem experiência de liderança política (JS) e continua a ganhar experiência à frente de uma autarquia. 

Tem qualidades com resultados firmados, porque as vitórias e os cargos não caem do céu.

Para quê as teorias a roçar o ridículo que foi ontem à noite explanar na televisão?

Pois, o PS-Madeira não está em crise. Ouvimo-la afiançar. Não? Há um líder demissionário, há pelo menos mais uma demissão sonante (Miguel Iglésias), há um antigo secretário-geral do partido a dizer que Cafofo deixa o PS num pântano, a Câmara da capital foi-se, as eleições do tempo cafofiano deixam um triste 0-4. E não há crise! É para o 'Não há crise' ou é para os 'Apanhados'?

Que é preciso para haver uma crise?

Crise é ter de recorrer a teorias abstrusas como a de que não se podem comparar eleições legislativas com autárquicas. Com os exemplos de sucesso e de fracasso que temos visto, misturando-as!...

Célia Pessegueiro pode e deve fazer muito melhor.

A candidatura está lançada. Com legitimidade total. Só não precisava de ser assim.

Registe-se uma curiosidade: Cafofo apresentou a sua demissão em directo; Célia noticiou a sua candidatura em directo também. Boa moda.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não há ninguém que informe a senhora que não tem asas para voar tão alto.
Mais uma que não tem noção do princípio de Peter!
Se assim for, preprarme.se, em 2023 PS voltará para menos de 20%!

Anónimo disse...

Concordo com a candidatura, neste momento a única do partido com moral e condições de ganhar.

Anónimo disse...

Prefiro 10x o Filipe Menezes de Oliveira do que a Célia Pessegueiro!!!

Enquanto PS estiver cacicado por gente menor, como ela, o marido, caldeira e Iglesias e outros que tais, que nunca fizeram outra coisa na vida, que vem das escolas (de crime) das jotas directamente para deputados, presidentes de junta, presidentes de câmara, chulos da política, que jamais trabalharam no duro em empresas ou por si próprios, o PS não passará da cepa torta!