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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

 

                            Alta Política                            


São tantas que o povo já as deixa passar sem grande espavento. Mas, para matar tempo nestas últimas horas de campanha, recordemos a passagem de António Costa pela Madeira. 

Das facadas pelas costas de que se queixou o impagável Sargentão, referindo-se ao relacionamento com os malvados do governo regional, disso falou-se muito. Até o esquecido António José Seguro, como aqui referi, deve ter esboçado um sorriso.

Mas, além dessa comovente queixa, 1.º Costa jurou a pés juntos com os delegados de Lisboa no Funchal por testemunhas, que ele, 1.º Costa, tem pago despesas feitas pelo governo regional como por exemplo os 50% do novo hospital.

Se Albuquerque respondeu de viva voz às facadas, avisando que se for mesmo necessário as desferirá pela frente, o caso das contas a meias com Lisboa mereceu comunicado produzido na Junta Geral. O resumo mais objectivo da argumentação do GR para desmentir Costa foi este: é mentira.

Ou seja: o homem não tem pago nada, pese o rol de promessas em patuscadas conjuntas no passado.

Meus senhores, só há uma ilação verdadeira a retirar do triste episódio: uma das partes está a mentir.

Não pode ser o Costa estar a pagar 50% de hospital e ao mesmo tempo não estar a pagar. 

Quem é que mente?

O nosso 'primeiro', apoiado pelos seus delegados cubanos que se barricaram na Praça Amarela?

Ou será Miguel Albuquerque e os seus doentios carreiristas do Laranjal?

Eu diria que ambas as partes mentem. Porém, a Lógica não permite nenhum raciocínio que desague por aí.

Se um deles mente, o outro necessariamente está a falar verdade - se bem que coisa rara.

É com esta dúvida que os eleitores madeirenses vão às urnas domingo próximo.

Votar num dos dois pode mandar para o poder os também albardeiros que representam na Madeira o governo e o partido de Costa.

E pode mandar também para o poleiro os almocreves-das-petas alaranjados que andaram 40 e tal anos a pregar ilusões pela Região.

O acto de domingo pode ser o caso de fugir do lume para cair nas brasas.  

Tudo a condizer com o espírito de campanha eleitoral destas últimas horas. Do lado PSD, o saudosismo aos acordes do tempo volta p'ra trás, como na arruada de ontem - e o diabo seja surdo. E do lado PS, simplesmente uma tristeza como, desculpem lá, o comício no Largo do Colégio.

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