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sábado, 4 de setembro de 2021

 

                                                        Alta Política


Este será um Setembro de bandeirinhas, esferográficas, t-shirts, ruído, um pouco de má-língua, debates repetitivos. 

Coisas próprias de eleições. 

Mas agora com uma novidade: como no antigamente em que ao 11-0 se seguia infalivelmente outro 11-0, agora também ficará tudo igual. 

Começando pelo mais difícil, o Funchal. As duas candidaturas visíveis, apesar de haverem adoptado slogans trocados, deixarão tudo na mesma. A equipa de Miguel Gouveia escolheu a palavra de ordem 'confiança' e a de Calado o 'Funchal sempre à frente'. Ora, 'confiança' parece jogar mais com os barões que aparecem nos cartazes laranja. Muitos deles têm provas dadas em funções executivas, de acordo com as suas inegáveis competências, e, diga-se a verdade, não deixariam a cidade a dormir mal se ganhassem. Já o propósito de 'andar sempre à frente' joga melhor com a juventude escolhida por Miguel Gouveia, onde é legítimo encontrar mais ambição, 'força nas canetas' e actualização com processos e ideias do futuro.

Da minha parte, escolho a mudança, não de uma coligação para outra, mas com uma renovação dentro daquela que já está. Como Gouveia fez, de resto.

...Até porque não há razões determinantes para fazer arredar o actual presidente.

[O conceito de liberdade de expressão anda muito maltratado entre os seus apoiantes carreiristas, mas lá iremos um dia]  

Numa palavra: a eleição no Funchal será renhida, mas sem novidade ao fim do domingo decisivo.


Sigamos para Leste. Os meus conterrâneos gauleses do JPP não dormiram na forma estes 8 anos e já preparam a festa verdinha para o dia 26, em Santa Cruz. Avancem, à minha responsabilidade.


O mesmo na cidade vizinha, Machico. Ricardo Franco mantém a popularidade em alta e há-de garantir nova vitória do PS. Mas não sai daqui sem um recado. Machico sempre foi uma terra de rasgos brilhantes, com prestígio a ofuscar zonas igualmente importantes do resto da ilha. Os machiquenses, laboriosos e inteligentes, sempre se afirmaram como referência regional. Convinha o presidente Ricardo reflectir sobre um certo cinzentismo que durante temporadas parece recair sobre a vida nas sedutoras Bandas d'Além. Há concelhos da Madeira que fizeram pela vida e hoje fulguram nos programas regionais da boa propaganda. E Machico? O 'low profile' de um dirigente não tem de apagar as luzes do município. Ou seja: Ricardo Franco ganha as eleições mas precisa de fazer um pouco de história, nos 4 anos de mandato. Para deixar marca e soltar o concelho.

Seguindo por Santana dentro, digamos que o carnaval eleiçoeiro das próximas semanas é perda de tempo. Assim como seria perda de tempo estar aqui a explicar o porquê da inevitável vitória do centrista Dinarte.

No eixo norte-sul central da ilha paira um certo fôlego, se bem que artificial, para refrescar os pulmões do PSD. A confirmação dos fugitivos Garcês (S. Vicente) e Nascimento (R. Brava) nas listas dos Netos safa Miguel Albuquerque de uma derrota global humilhante. Vá que os resultados estão à vista

É que Emanuel Câmara, agora sem precisar de uns aviões com turistas de Jersey, continuará a mandar no Porto Moniz. Assim como na Ponta do Sol a situação nova é o desaparecimento do CDS, já que Célia já deve estar a pensar na festa natalícia para os funcionários da Câmara.

Na Calheta e em Câmara de Lobos também está tudo destinado. Teles e Coelho são vitórias laranja sem ponta de extraordinário, já que se trata de realidade mais antiga do que o paleolítico.

A única dúvida destas eleições autárquicas está fechada nas mãos dos porto-santenses, o povo que emparelha com o machiquense na perspicácia e eficácia do voto. É na pequena ilha que mora provavelmente a única mudança de cor numa câmara (em S. Vicente e na Ribeira Brava é baralhar e tocar o mesmo). Nada garante que o PSD não apanhe um toque do PS para saltar do comboio. Será que os mandantes da Rua dos Netos já se arrependeram de subestimar Idalino?

Só para resumir: 

PSD - 4 câmaras

PS - 4

CDS - 1

JPP - 1

P. Santo: PSD ou PS?

Vale a pena fazer campanha eleitoral?


PS - A perda de tempo a chover no molhado com meia dúzia de linhas foi propositada. Só para reler no 26 à noite.

5 comentários:

Anónimo disse...

PSD - 3 câmaras
PS - 4 (a coligação confiança é liderada pelo PS, pelo que nestas contas, contará para o PS)
CDS - 1
JPP - 1
RB1 - 1 (apesar se contar com o apoio do PSD, é uma candidatura independente, à semelhança do que foram os UPSV e o Movimento Juntos pelo povo, antes de ser partido)

P. Santo: PSD ou PS?

Luís Calisto disse...

A coligação já está contada, daí 4 câmaras para o PS (está no texto). Quanto ao caso da RB, tem razão, o PSD é só apoiante da candidatura independente. Logo, no global, PSD 3 e RB 1.

Anónimo disse...

Acho que o Pedro Calado pecou nas escolhas para algumas juntas do Funchal e isso arrasta-lo-á para uma derrota que há uns meses atrás seria impensável. Ideias como a do estacionamento de 1500 lugares na Parça do Município são uma bazucada no pé e só contribuiram para perder ainda mais votos. Neste momento as juntas do Funchal estão 5-5, mas o PSD corre o risco de ainda perder mais duas ou três juntas, nomeadamente Santo António, Santa Luzia e Sé. A escolha do candidato de Santa Maria Maior foi tão desastrada que fazendo uma sondagem entre os militantes do PSD, o Guido Gomes do PS ganhava. No Porto Santo, pelo que me pareceu, não há grande diferenças entre os candidatos, mas a equipa do PSD é melhor e portanto parece encaminhada para a vitória. Na noite eleitoral todos vão ganhar, o PSD porque terá mais um câmara (S. Vicente), o PS porque ganhou o Funchal e o CDS porque manteve Santana. A único facto a lamentar é que ainda não é desta que nos livramos do inenárravel e oco Câfofo, que assim aguenta-se pelo menos até 2023.

Anónimo disse...

No Funchal ficará ela por ela, eleição equilibrada, muito bipolar, o povo está dividido, vai fazer voto útil, ficará 6-5 para o vencedor, que tanto pode ser o PSD ou o PS.

Em Camara de Lobos, Calheta, Ribeira Brava, São Vicente, Machico e Porto Moniz nunca houve muitas dúvidas, estes concelhos nem foram discussão.

Na Ponta do Sol o PS ao longo deste último ano afastou as dúvidas e é cada vez mais certa uma nova vitória de Célia Pessegueiro, desta vez com maioria, ninguém diz bem dos candidatos do PSD.

Em Santana o Dinarte parece ter consolidado os passos depois da agitação inicial da sua presidência, o João Paulo Luís não cativa ninguém, e a Tânia perdeu-se pelo caminho.

No Porto Santo haverá muito equilíbrio, com o Bettencourt a ser eleito vereador, e o PSD e o PS a ficarem com dois mandatos. Quem será o presidente de Câmara? Difícil, muito difícil, mas apostaria no deputado do PS.

Anónimo disse...

Força Pessoal
O Miguel Gouveia se quiser ganhar ao Pedro, tem de afastar-se do mentiroso careca
Esse embuste descredibiliza o PS
Nem o Arroz de lapas o chupa....