Alta Política
Pedro Calado - 38,8%
Miguel Gouveia - 29,8%
(JM 22 Setembro)
A sondagem da Intercampus encomendada pelo JM redundou na vitória de Pedro Calado (PSD-CDS), como se esperava.
Bem como se espera uma vantagem igualmente tangencial de Miguel Gouveia (Confiança) no estudo, com resultados anunciados para amanhã, encomendado pelo DN à Eurosondagem (provavelmente).
E ainda se veria uma previsão eleitoral favorável a Pedro Calado se acaso o Económico Madeira tivesse tempo de encomendar uma sondagem à Aximage.
Tudo resultados apertados. Maioria absoluta resvés para um lado ou para outro. Cada encomenda com a sua tendência quanto ao vencedor, o que não deixa de ser curioso.
Parecendo que não, a eleição de domingo no Funchal nada tem de dramático. Os dois principais candidatos são equilibrados. A vitória cairá fatalmente para um deles sem espanto. Um tem de perder. E por isso mesmo nenhum deles tem a carreira política em risco, a não ser que se registe uma derrota surpreendentemente pesada para um dos lados.
Aquele que perder ficará com espaço para voar num futuro mais ou menos próximo. O "venerado" PR Marcelo foi derrotado numas autárquicas em Lisboa. Jorge Sampaio perdeu umas legislativas com Cavaco Silva, para ir pegar o cara-de-pau nas presidenciais à esquina seguinte.
Respeitadas as proporções, não vejo que Pedro Calado ou Miguel Gouveia saiam irremediavelmente 'queimados' de uma derrota no próximo domingo.
Infelizmente, as sondagens não têm fornecido indicação credível. Precisamente porque o resultado é previsível consoante a origem da "encomenda" (sem a menor ofensa aos jornalistas, que não têm qualquer interferência no processo). São coisas da política. Veremos se a do DN amanhã desmente esta tendência.
Pela sondagem da rua e do café, continuo com a ideia de que Miguel Gouveia beneficiará do facto de se encontrar no poder. É uma tradição vencer quem já lá está. No caso, é vantagem de Gouveia, não das forças que teoricamente o apoiam.
Na sondagem dos "pequeninos", a sondagem de hoje reacende o sonho da política fora do sistema. Raquel Coelho, provavelmente em resultado da boa prestação no debate televisivo (a nove), saltou para o 3.º lugar. Uma bordoada na bipolarização. Uma ameaça para os tubarões que, por sua vez, sonham com o aniquilamento de quantos os denunciaram dolorosamente estes anos todos. Eles compraram o direito a calar os jornais da terra, passando de marginais a salvadores da economia madeirense, de ladrões das ribeiras a mecenas do Ambiente. De modo que a reabertura do palco a Raquel Coelho é uma dor de cabeça para o esquema do silêncio vigente na pobre Tabanca.
Outras vozes se calaram por força do poderio dos magnatas. Os quais aprenderam depressa com McLuhan a teoria de que o meio é a mensagem. Ora se é! Quem consome rádio, TV e jornais cá no burgo já percebeu que o regresso do jornalismo levará mais de uma geração.
Acontecerá quando algum neto de McLuhan descobrir que o que se publica é menos relevante do que aquilo que não se publica, e ainda: mais perigoso do que não publicar é publicar como se publica.
Tema para estudiosos retrospectivos lá para 2070/80.
4 comentários:
Assim é. Nunca se consegue agradar a gregos e troianos.
Há 8 anos o DN também publicou uma sondagem poucos dias antes das autárquicas a dizer que o Bruno Pereira ia ganhar a CMF com uma margem folgada, e depois foi o que se viu...
Erro crasso de Miguel Gouveia...manteve as chefias (Directores/as de Departamento...Chefes de Divisão)...vai "pagar por isso"..
FUNCHAL "está todo armadilhado"...em vésperas de eleições 😀😀
"para ir pegar o cara-de-pau nas presidenciais à esquina seguinte"...
Que letra fina, Sr. Calisto...
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