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terça-feira, 7 de setembro de 2021


                                                       Alta Política 



A Direita não dorme na forma.

Nos areópagos conservadores do País, trabalha-se pacientemente, calculadamente, sem pressas.

Todos temos visto que a estratégia também passa pelo aproveitamento da imprensa, arsenal abandonado pelos deslumbrados "esquerdistas".

A Direita não só resiste à voragem dos tempos, segurando projectos político-jornalísticos implantados como o 'Sol', o 'i', 'O Diabo' e outros que o Leitor bem conhece, como avança para novas aventuras em papel. O exemplo mais recente é o 'Novo Semanário'. Um perigo, estes jornais, porque no género são todos bem feitos e têm gente de qualidade a escrever, a analisar pela direita, com um previsível poder corrosivo a prazo, conforme o plano.

Tudo bem pensado.

António Costa chegou ao poder depois de correr o camarada Seguro da liderança do PS e sem ganhar eleições nacionais. O PSD, desgastado pela austeridade com que arcou no pós-socratismo, nunca mais endireitou. A geringonça Costa-PCP-Bloco continua hoje com terreno livre.

Acontece que o conhecido Sargento socialista não parece preocupado com o futuro do seu partido e do País. Internamente, não cessam de lhe tentar arranjar sucessor. E ele vai 'engonhando', ajudando à festa. Ou seja: os camaradas não conseguem perceber que a chave do processo futuro é o próprio Costa. Não se vislumbra mais ninguém de gabarito a não ser Pedro Nuno Santos, perigoso porque "àqueles" socialistas não convém um esquerdista verdadeiro. Quanto a Ana Catarina Mendes, só a deixariam brilhar se obrigados pelas cotas, o que não acontecerá. Finalmente, Costa nada faz, pois, para deixar um País estável.

Mesmo aqui na minúscula Madeira se viu que tipo de "ideias" trouxeram os pára-quedistas do PS que se juntaram aos aparelhistas da teoria "o PSD papou durante 40 anos, agora também tenho direito a papar". O jogo dos boys tem sido um escândalo não menos estrondoso do que o dos tais 40 anos. A última cena degradante foi a chamada de um cavalheiro "socialista" para assessor da eurodeputada que ele, então influente no partido, impingiu nas últimas eleições. Tudo com vencimentos milionários, 'à Bruxelas', como se sabe, porque nós pagamos bem a "militância" e o "amor ao próximo" destes "políticos" bons samaritanos.

...O que, diga-se, é uma gota de água com o que se passa ao nível nacional.

Há um antigo deputado europeu madeirense que nos reconta quando vem a propósito: sendo ilegal ao membro do Parlamento Europeu indicar a mulher ou marido para um cargo de assessoria, o camarada nacional sugeriu que cada um dos dois nomeasse a mulher do outro. Depois, na prática diária, cada qual evidentemente trabalhava com o próprio cônjuge.

É assim a política paga pelos pacóvios. 


A Direita prepara-se, dizia, para tomar o País de assalto depois de o PS esfrangalhar-se a si próprio, no pós-Costa. E as cartas começam a voltar-se no pano verde. Ainda no passado fim-de-semana lemos um conceituado analista político com décadas de responsabilidade em jornais de referência assumindo que, no seu entender, o político mais abalizado para dar corpo ao descontentamento geral que a situação actual vai actualmente alimentando é ninguém menos do que o líder do Chega, André Ventura!

Trata-se evidentemente de uma manobra de diversão do reputado analista. Para não queimar o verdadeiro mentor e inspirador da vaga de fundo direitista que se vai formando estoicamente nos bastidores da comédia nacional: Pedro Passos Coelho.

Alguém acha que os tubarões do sistema ficariam de braços cruzados a ouvir as anedotas diárias de Rui Rio e Chicão? A ideia é deixar derreter estes líderes e fazer rebentar o sapo que vai inchando no Largo do Rato.

Depois então...

Não acredito que Pedro Nuno, Ana Catarina Mendes e o próprio António Costa não estejam a ver o filme.

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