D. JOÃO, O LAVRADOR
O sector agrícola saiu outra vez do terceiro mundo...
Sua Alteza reconhece o erro de ter acabado com o trabalho agrícola ou então ensaia ocupação para o dia em que largar as Angústias, que ardentemente se deseja para breve. (Foto JM) |
Agora deu no toutiço do chefe das Angústias liquidar a nossa pobre agricultura - a pouca agricultura que resta da política de terra queimada que resolveu aplicar nos tempos em que, segundo aquela cabeça, trabalhar nas terras era tarefa terceiromundista, imprópria para o seu povo superior.
Nessa época, o rei mandou a massa rural encostar a enxada e a foice, deu-lhe subsídio para largar o palheiro e arranjou-lhe colocação nos serviços públicos lá na vila ou mesmo no Funchal.
Desertificados os campos, e agora que os buracos e os calotes econdidos por sua majestade vieram à luz do dia, o homem converte-se tantos anos depois à lavoura, secundando talvez o projecto das hortas urbanas de Miguel Albuquerque.
Os apelos pró-enxada começaram logo que sua majestade percebeu que não conseguia tornear o despenhadeiro para onde conduz o povo que o elegeu. E é nessa filosofia de recurso que anda estes dias no Porto Santo a dar força às vindimas colaborando na função de apanha, desconhecendo nós se também quis comparecer ao lagar e à repisa. O que se sabe é que ele continua por lá. Afinal, até ao lavar dos cestos é vindima. E ele não descansará enquanto não estragar o pouco que resiste em cima da terra mal-amanhada.
Ou então o homem está de boa fé e só procura praticar inocentemente agricultura para ter uma ocupação a partir do dia em que for corrido das Angústias, data tão ansiada pelos madeirenses conscientes.
É verdade que ele já ameaçou conceder mais terrenos do governo para trabalhos agrícolas e deu a entender que na próxima Páscoa ainda mandará na tabanca. Mas o congresso laranja deste próximo Novembro ou, em última instância, as autárquicas de 2013 vão acabar-lhe com o resto das 'peneiras'.
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