JM PÕE CHEFE JARDIM A FALAR DO QUE NÃO ACONTECEU
Segunda-feira, o jornal trata a Fonte do Bispo sem referir uma linha de crítica socialista que belisque o rei da tabanca. Na terça, o patrão responde violentamente a "provocações" que, segundo a publicação dos 10 cêntimos gratuitos, não existiram
Segunda-feira, o jornal dos 10 cêntimos gratuitos relata um discurso de Seguro coincidente com o de Jardim: anti-governo de Lisboa. |
Terça-feira, o JM traz a reacção de sua majestade ao discurso do líder PS, 'provocador' e com 'ofensas pessoais' a Jardim. Raios! |
Da exaustiva e atenta leitura do 'Jornal da Madeira' desta segunda-feira, retirámo-nos a invectivar os órgãos de comunicação que nos haviam induzido em erro a propósito de uma tal festa socialista algures na serrania, domingo.
Ao pegarmos na edição do acreditado jornal de Jardim, chegámos a pensar que a festa nem sequer se havia realizado. A primeira página falava de uma discussão no calhau entre banhistas e Sanas, de agricultura, futebol de fim-de-semana, de folclore e da 1 243 425.ª queixa de sua majestade a respeito da perseguição que os media lhe movem desde a II Grande Guerra. Quanto à festa PS e à presença na Madeira do líder do maior partido da oposição em Portugal, nada na capa.
Bem víramos e ouvíramos António José Seguro, no meio de copos e suculentas espetadas, a falar para os microfones. O cenário era sem dúvida o da Fonte do Bispo. Mas sabe-se dos milagres que os efeitos especiais colocam ao serviço das televisões maçónicas, quando é preciso.
Depois, chegámos a ler parangonas em que Seguro chamava "incompetente" ao chefe da tabanca local, assim como a transcrição de ataques certeiros ao dito chefe dos Netos pelas bocas de Vítor Freitas e de Carlos Pereira. E, de facto, todos três falaram lá em cima, na serra, realidade em que, porém, só acreditámos depois de avançar pelas páginas do JM de segunda-feira até à 6.
Havia uma ressalva por fazer, atenção: eles falaram, sim senhor, mas em sintonia com o chefe do laranjal madeirense, disparando exclusivamente sobre a governação de Passos Coelho. Victor e Carlos Pereira tocaram na situação regional, mas vagamente, só referindo o PSD-M, partido, sem ofender Jardim nem acusá-lo do que quer que fosse.
"Aquela televisão e aquele Diário para desestabilizarem esta terra são doentes intratáveis", pensámos nós, com o seráfico JM na mão. Como podem eles inventar, montar, acrescentar, truncar, distorcer, iludir... Como podem eles pegar em meias verdades e tratá-las de forma tão agressiva para o código deontológico do jornalista?! Segundo o jornal oficioso do governo/igreja, que não pode mentir, os súcias nem tocaram no homem das Angústias. Pois os outros...
Surpresa esta manhã
Esta manhã, terça, pegámos no JM fresco e que fomos encontrar? Fomos encontrar grande chefe, segundo relato dos seus cronistas, a queixar-se de "provocações graves" e de "ataques pessoais" disparados por Seguro e parceiros regionais na festa socialista.
"Mas isto está tudo grosso"? - como bradou chefe das Angústias um dia, em congresso.
Em que ficamos? Os "colonialistas" atacaram directamente Jardim, como vimos na TV e no DN, com essas "provocações" e essas "ofensas pessoais"? Nesse caso, o repórter do JM na Fonte do Bispo foi 'arriba dos pés' no meio da laurissilva justamente nessas partes dos discursos? Ou foi o administrador que estava com atenção lá no jornal, mesmo num domingo, e cortou as partes inconvenientes do texto elaborado pelo jornalista?
Já vimos pior, mas custa-nos a crer que o patrão do jornal, do governo e da igreja, ou seja, sua majestade das Angústias - custa-nos a crer que fosse reagir criticamente a situações e declarações que simplesmente não aconteceram.
Cuidado, que o Dr. Saturnino está sem paciência para casos perdidos.
2 comentários:
Ler o JM é um exercício interessante. Tudo ali é cor de rosa, o mal está lá fora. Evitando das "coisas negras" tem hora que não se entende dos temas de que falam. Exemplo flagrante disso foram as palavras estilo "contra-informação" do dr. Miguel Ferreira no JM e as mesmas anestesiantes palavras no DN onde fala da medicina "topo de gama", demonstra que o Hospital da "Madeira Velha" é melhor que um novo e se ignora que nesta terra se morre de paludismo, doença por demais conhecida. Vem depois o angustiador atirar-se à Madeira Velha
A Madeira é um jardim...
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