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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O que vai na Praça




RAIO DE INTRIGA QUE NÃO TEM FIM


O madeirense é o pior inimigo do madeirense. Quem o diz é o rei das Angústias. Sabe do que fala.


 
Não é domingo nem feriado, muito menos Dia de Natal, mas a Rua da Alfândega dorme...



...Tal como a dos Tanoeiros e as demais.


...Mesmo no centro dos centros. E não são sete da manhã, são dez horas!


Daí a deprimência nas esplanadas.



Nas últimas horas, corriam na Praça funchalense novidades e comentários merecendo citação uns e caixote do lixo outros, como de costume.

Na zona das esplanadas centrais, habitada nesta quinta-feira por meia dúzia de pessoas a olhar para nada, um empregado resmungou:
- Claro que isto está tudo vazio, as pessoas não têm dinheiro para tomar café. E agora será pior: onde é que se arranja dinheiro para livros e cadernos dos pequenos?

Desta vez, resolvemos não enquadrar os diálogos. Percebemos que, a partir dos traços que pintávamos nas crónicas sobre 'o que vai na Praça', os serviços secretos de Machadinho e André Freitas conseguiam identificar os nossos convivas ressabiados e já compilavam nutrido e comprometedor banco de dados com pormenores dos traumas de cada um deles, além das escorregadelas na vida das irmãs, tias, pais, primos, amigos e amigas dos ditos, com adendas sobre simpatias religiosas, clubísticas e partidárias.
Os primeiros elementos chegaram mesmo à posse de sua majestade, conforme depreenderam muitos dos três velhos sevandijas que ainda escutam os peripatéticos devaneios do ancião pelo areal dourado.

Hoje limitamo-nos a fornecer umas ferroadas que correm na Baixa. E que se diz por lá?

- Que a Polícia continua a guardar a casa do rei na Pedro José de Ornelas, enquanto ele se refastela na 'dacha' do Porto Santo.

- Que os guardas de sentinela ao palácio particular do rei, lá na Pena, se recusariam a regar as flores e a dar comida ao gato de Jardim, mesmo que a isso os obrigassem.


Julgamos que a ASPP não aceitaria que os polícias, além de vigiarem a casa, também regassem as flores e deitassem comer ao gato durante as férias de sua majestade.
 
- Que a Polícia não teria homens suficientes para mandar de serviço aos arraiais todos, neste Verão, se acaso chefe Jardim possuísse mais casas na Madeira para a força pública vigiar durante as férias dele.

- Que o carro particular de Jardim (o Toyota 15-15-MD) ficou bem guardado para evitar tentações aos terroristas incendiários que já não suportam o velho.

- Que sua excelência o régulo do desgoverno regional pouparia ao povo fartos milhares de euros se pusesse os carros da presidência num estacionamento ou numa das garagens públicas em vez de pagar uma fortuna incrível a Joe Berardo por aquele espaço nos Barreiros, perto do ex-IDRAM e paredes meias com a casa de Miguel Mendonça. 

- Que na frota da presidência das Angústias, entre o Mercedes novo e o velho, o Buick e o outro clássico, figuram máquinas como a que aquele director de fundos europeus pôs ao seu serviço, com todos os requintes, até que Machadinho soube da mordomia e convenceu chefe Jardim a chamar a si o brinquedo.

- Que esse director ficou debaixo de olho, mas que outros ainda conseguem pegar numa viatura de vez em quando, apesar de a mordomia ter sido retirada aos directores regionais.

- Que sua excelência pode contar com dificuldades financeiras acrescidas pela frente, já que os bancos em Portugal combinaram agora vetar todos os empréstimos que possam provocar o agravamento da brutal dívida regional. Sofre quem recebe vencimento do governo, que mais dia menos dia... Bem.

- Que o rei também pouparia toneladas de notas se adaptasse a Região à sua realidade... porque são milhares de directores, secretários, deputados, chefes de divisões e de serviços, presidentes de institutos, conselheiros, adjuntos, assessores - numa terra de 250 mil habitantes... quando noutras zonas de Portugal e da Europa se resolve o problema com um presidente de câmara e meia dúzia de vereadores.

- Que só um empresário madeirense tem a receber do desgoverno regional cerca de 200 milhões... grande parte disso decorrente dos juros!

- Que chefe Jardim perdeu totalmente a vergonha quando anunciou a venda 'por tuta e meia' das infra-estruturas das sociedades de desenvolvimento criadas... para 'salvar' a economia regional.

- Que o próprio chefe mais Cunha e Silva chegaram a dar uma volta por aí com Dionísio Pestana, para ver se conseguiam impingir ao conhecido e muito esperto empresário de hotelaria mamarrachos erguidos pelas sociedades de desenvolvimento... tendo apanhado com a competente recusa. Dionísio anda no mundo para receber, não para dar.



É tempo de as escolas ensinarem mandarim aos jovens que se preparam para enfrentar o escasso mundo do trabalho.

- Que chefe Jardim perdeu ainda mais a vergonha quando, contra afirmações xenófobas que proferiu ao som das 48 horas a bailar, em Santana, parece regozijar-se com a vinda de mais empresários chineses. Depois dos que havia e do caso 'Bazar do Povo', agora teremos 'A Casa'.

- Que as escolas, perante o desemprego que aguarda os jovens que acabam os estudos, deviam começar urgentemente a ensinar mandarim aos rapazes que não tencionam emigrar.


Depois de ouvirmos estas e outras farpas injustas e azedas, fugimos para o local arejado que o Leitor conhece.


Para respirar bem, longe da intriga, nada como este futuro cais.

5 comentários:

Paulo disse...

Faz algum tempo que nao visito a Madeira, mas ao ver estas fotos de ruas vazias, apetece me perguntar por aonde andam os Madeirenses ?

Luís Calisto disse...

Os Madeirenses andam em sítios onde não sejam obrigados a fazer despesa - como por exemplo no quintal de casa (se não aparecerem credores).

Anónimo disse...

O gato está hospedado na Quinta Vígia pois esse animal de estimação, que o dito cujo herdou da mãe, nunca foi bem-vindo à sua residência pois a 1ª dama proibiou-o de trazer para casa tal recordação da sogra.

amsf

Luís Calisto disse...

Pior ainda!
Uma dacha no Porto Santo para o senhor e um palácio nas Angústias para o gato!!!

jorge figueira disse...

Aqui há gato, sem dúvida! O diabo pode muito bem um dia andar à solta. Basta que o fatalismo, trazido à boca de cena no teatro da política, cesse na cabeça das pessoas e elas deixem de ouvir as maviosas (o malandro do computador sugeria que escrevesse maf(v)iosas) Harpas que, há anos, se exibem.