ADJUDICAÇÕES
NO
SAPATINHO
Se os funcionários públicos rapam da imaginação para organizar o almoço de Natal, os governantes vão mais longe, confraternizando nas Angústias mas sem esquecer o dever de solidariedade com os amigos do regime |
Os tempos ensinam que é preciso usar a cabeça para comer.
...Obviamente, cabeça no sentido de esperteza, criatividade, imaginação.
É o caso dos quadros e funcionários do Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR), antigo Instituto de Gestão dos Fundos Comunitários. Apetece voltar a reunir a equipa no tradicional almoço de Natal. Os dinheiros escasseiam mesmo para quem trata de milhões com a Europa. Nos outros departamentos oficiais, cada qual paga o seu para escapar às críticas do costume. Na IGA, alguém conseguiu organizar o convívio de maneira que o custo será o do subsídio de refeição.
E no IDR?
Brilhante solução: é recordar as velhas excursões, o piquenique no Palheiro Ferreiro pelo 1.º de Maio... Pronto, cada um leva comida e bebida e está resolvida a festa.
São quadros e funcionários que acompanham os ritmos modernos, inspirados na crise.
Quanto às personalidades executivas, com assento nos plenários das quintas-feiras nas Angústias, vão mais longe: além do seu tradicional almoço na residência oficial do 'Meio Chefe', para o qual cada um leva a sua barriga, também praticam admirável altruísmo compaginável com a época da família. Vão pegando no pouco dinheiro que Gaspar manda e aplicam-no, por exemplo, em adjudicações para cais acostáveis e aterros, como se tem visto nestes dias de Dezembro.
Gesto simbólico mas bonito de solidariedade e caridade com os construtores empreiteiros amigos, que, coitados, também gostam de comer a sua carne de vinha d'alhos e beber um licorzinho pela Festa.
Pena faltar verbas noutras áreas igualmente carentes. Mas o dinheiro não é reproduzível.
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