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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

São Festas




UNS DÃO CABAZES AOS POBRES, OUTROS AOS RICOS



A carrinha do PND descarregou cabazes nas mãos dos necessitados. O 'VW Bora' cinzento da Secretaria de Manuel António levou as encomendas para os compadres do regime. São todos filhos de Deus.



Tudo à vista junto do Parlamento.

Mais discrição no Mercado Abastecedor.
Assistimos a vários debates esta manhã de sexta-feira entre populares, na Rua António José de Almeida e nos cafés daquela zona, sobre a entrega de cabazes que decorria frente ao edifício da Assembleia. Tratava-se de mais uma acção do PND, partido que desde há muito divide pelos necessitados uma parte do quinhão que lhe cabe do 'jackpot' parlamentar.

Sucintamente, dois pontos dominavam as conversas que rapidamente ganhavam participantes.

Por um lado, uns criticavam a presença na fila, aliás bem extensa, dos candidatos às ofertas natalícias que, pelo que os críticos sabiam, não necessitariam assim tanto delas. Outros contra-argumentavam que, nas altas esferas da carunchosa 'Madeira Nova', as mordomias são todas canalizadas também para os tachistas que menos precisam delas.

Por outro lado, alguns atribuíam à iniciativa da Nova Democracia o cunho de um certo farisaísmo, porque os dirigentes do partido estariam a exibir-se à custa dos desgraçados, ainda por cima causando impressão nos numerosos turistas em trânsito pela Baixa, que assim levariam de volta aos seus países uma péssima imagem da Madeira.
Pelo contrário - assumiam-se outros - É importante que todos conheçam a realidade madeirense, que espalhem nas suas terras a miséria onde a governação do Jardim fez mergulhar o povo, ao abrasar todos os dinheiros da Europa e de Lisboa que lhe vieram cair nas mãos.

Podemos aqui juntar algumas ideias à controvérsia que animou a baixa funchalense, a propósito dos cabazes oferecidos pelo PND. Por exemplo: determinados cavalheiros da desgovernação trabalham igualmente com cabazes de Natal para oferecer, só que desde sempre adoptam procedimentos discretos.

Aquele 'VW Bora' cinzento da Secretaria do Ambiente, que saiu ontem do Mercado Abastecedor carregado com caixas enfeitadas, alertou alguns fregueses, na ocasião. Mas ninguém sabe que essa viatura é a mesma que Manuel António Correia nos fins-de-semana recebe em casa, na zona dos Ilhéus, para lhe tomar o volante e viajar pelos campos, supostamente para falar com a populaça.
Que quer isso dizer?
Quer dizer que o titular do Ambiente, todos os anos pelo Natal, distribui um cabaz de produtos da terra em benefício dos 'necessitados' secretários seus colegas e outras peças do regime. Banana da Madeira na caixinha de madeira, mais fruta para este, vinho do Instituto para aquele, bolo de mel a compor o 'farnel', por aí adiante. E o carrinho vai ao Mercado Abastecedor buscar a 'mercadoria' para não dar maçada aos felizes contemplados.
 
Claro que o 'VW Bora' cinzento levou menos carga este ano para o lugar de entrega, porque a crise não brinca em serviço. Da mesma forma que já se deixou de altas cavalarias aquela empresa do Santo da Serra que, nas férias da Páscoa da Ressureição, amen, costumava mandar para certa casa no Porto Santo saborosos enchidos, queijinhos e o cabrito apropriado à época, fora as encomendas do Verão (o jipe vai carregado no 'Lobo Marinho' e já em terreno porto-santense não tem nada que enganar).
 
São mordomias a juntar a tantas outras.
Como as viaturas! Sua excelência o das Angústias divulgou, faz tempos, uma nota presidencial a mandar que direito a carro, só ele (mas é claro!), secretários e directores regionais em missão de serviço. Só que a prática traduz-se noutra coisa. Há directores regionais com acesso a carro de manhã, na hora de almoço e ao fim do dia. Mas que tem isso? Pois se assessores de imprensa há que, para irem da sua Secretaria ao Golden Gate para o encontro habitual (os assessores reunem-se para combinar com que matérias encharcar os jornais na semana seguinte), pois se há desses assessores que, para um trajecto de 150 metros, requisitam os serviços de um 'BM'!... 
 
Estamos portanto a falar de cabazes da Festa. E a moral da história é que enquanto uns oferecem aos pobres, outros presenteiam os compadres ricos.

Não vale a pena falar da sorte da classe média. Respeitemos a discrição dos cidadãos que, envergonhados com a situação desesperada em que caíram, aliás por culpa de um incrível desgoverno regional chefiado por um perigoso irresponsável, escolhem hora tardia para saborear uma sopa quente na penumbra do Mercado e no recanto da Igreja do Carmo.


1 comentário:

Anónimo disse...

Será que houve entrega de coral (A NOSSA) brisas e Àguas da ECM ao homens do regime ?