PADRE DA PONTA DO SOL

PUXA ORELHAS À CÂMARA

Igreja e Câmara: má vizinhança na Ponta do Sol.

O pároco  não esperou muito tempo para zurzir os ouvidos dos responsáveis municipais: as coisas desagradaram-lhe logo de manhã na vila e não passou da homilia que não fossem disparadas as críticas.

O padre Johnny assistiu à cena embaraçosa de os hóspedes do hotel mais central da vila, à beira do tribunal, serem incomodados para afastar os carros do sítio onde estavam. Porque nesse espaço tinham de ser estacionados os automóveis antigos no âmbito da exposição programada.

O sacerdote, no legítimo papel de cidadão, iria referir-se ao assunto na homilia da missa seguinte, criticando quem, em lugar de actuar ponderadamente, avisando o hotel para o impedimento do estacionamento no local em causa, resolveu incomodar 'a posteriori' os turistas tão importantes para a economia do concelho.

Mas o descontentamento do sacerdote acentuou-se ao ouvir durante a própria missa o ruído ambiente, com música, da responsabilidade da mesma concentração de carros antigos.

Ao dirigir-se aos fiéis, lembrou que colabora sempre, quando se trata de divulgar eventos como aquele, dos automóveis. Mas que, em contrapartida, recebia o desrespeito à sua igreja.

Em ambas as situações, a Câmara foi atingida pelos desabafos do padre, desferidos em plena homilia.

As relações da paróquia com o município são pouco amigáveis desde que foi solicitada ajuda para consertar um beiral. A edilidade não se digna arrancar com a obra ou pelo menos conceder um auxílio para que ela se concretize.