BARCO SEM ARRAIS
Há um ano: tomada de posse, ainda com Manuel Brito. |
Esta terra está num marasmo que só apetece hibernar. Ninguém sabe nem quer saber se o Presidente está cá, se é Eduardo Jesus a mandar mesmo no Turismo e nos Transportes, se é Sérgio Marques a tratar do ferry, se é um privado ou é Humberto a ter de arranjar desculpa para o cargueiro, se é Cafôfo a fazer de secretário das comunidades e director regional do Aeroporto, se é Carlos Pereira o representante das Angústias na capital, se é o PCP a negociar as verbas para o novo hospital! De perder o fôlego. Passou-se um ano a viver não-acontecimentos! E assim custa a passar o tempo. Estamos com as velas içadas, para as fotografias, mas não há vento. A calmaria mata e temos a impressão de que o Blue Establishment já desgoverna isto há uns 10 anos! O tempo tornou-se pastoso. Viver aqui é uma seca.
Lamento não poder acompanhar os grandes festejos do 1.º aniversário do Governo Regional. Por mais que tente, não consigo ver no terreno aquele azulinho e o doce cor-de-rosa que leio, ouço e televejo a propósito da produção executiva ao longo destes 12 meses.
Tentei associar-me à moda e começar um balanço escrevendo: "Depois de
um ano de governo brilhantemente liderado por..."
Decididamente não. É-me vetado afirmar o contrário do que penso acerca
do 1.º aniversário do 'Blue Establishment'. Parece-me a mim que este
governo regional - até porque num ano de estreia não seria muito fácil - não
apresenta realização absolutamente nenhuma, excepto as baboseiras de salão
transformadas pela 'comunicação' em manchetes e aberturas de TJ que sabem a
tiros de pólvora seca. E é isto que afirmo.
A partir de hoje...
Miguel não vem ao café com a gente
Agora é que o Miguel não vem mais tomar um cafezinho de manhã cedo à baixa,
com este amigo do Fénix, mais o Humberto, o Sousa Lino e quem mais estiver por
ali.
Mas não posso iludir uma situação que se analisa à mesma hora que o
Congresso da JSD reflecte e projecta em Machico, sem margem para contemplações
- foram 2 votos de diferença - o ambiente de divisão em duas partes iguais no
próprio partido da maioria.
Por mais que branqueiem a ruptura, ela está bem à vista de todos.
Atenção que esta
Oposição também faz um ano!
Gostaria de fazer notar porém que ao 1.º aniversário do Governo Regional
chefiado por Miguel Albuquerque corresponde o 1.º aniversário da actual
Oposição. Não é tão irrelevante assim. Fazer um balanço ao que o Executivo tem
para apresentar e àquilo que a Oposição fez nestes 12 meses, depois somar ambas
as parcelas, multiplicar o resultado por 10, extrair-lhe a raiz cúbica e elevar
tudo à enésima potência - a múltipla operação dá sempre zero - porque partimos
de dois zeros. Sim, Governo zero. E Oposição zero. Só para concluir esta ideia
da Oposição: no PS é a desgovernação, com o líder taqui-tali-talá e a sombra de
Cafôfo por cima da Praça Amarela, qual adamastor que Carlos Pereira terá de
vencer; o CDS diz de si próprio que vive uma fase de transição, e imagina-se o
que vale um partido que caminha para duas eleições decisivas em estado de
transição; os meus conterrâneos de Gaula estão a pagar a factura da
inexperiência e as nacionais já mostraram a sua incapacidade para cavalgar como
era preciso a onda das regionais do ano passado. Os partidos mais pequenos, o
costume, trabalham no terreno como escravos mas poder para as mãos é que o povo
interesseiro nunca lhes passa. Foi um ano inconsequente, sejam francos convosco
próprios.
Apaga a vela...
Mas voltemos à vela que o GR vai apagar por estes dias.
Atendendo ao alarido em suplementos de imprensa quando dos '100 dias de
Governo', outra coisa não seria de esperar senão uma avalancha de títulos,
fotografias, peças de rádio e televisão, para celebrar um ano do advento. Uma
espécie de compacto das políticas editoriais que todos os dias, várias vezes ao
dia, produzem para vir à rua. Cheguei a temer a publicação de um anuário com a
retrospectiva de bonecos com Albuquerque, Eduardo, Humberto, Susana, Sérgio e
demais secretários. Com um grande suplemento no dia imediato com Cafôfo, para
evitar ciúmes. Sim, vai ser difícil gerir a guerra no clima de culto de
personalidade a dois senhores adversários - Miguel e Cafôfo. É lá com eles.
Jogam o seu jogo e no
fim ganha o Luís Miguel
Reconheço o cumprimento de uma promessa feita por Miguel Albuquerque: a
pacificação do debate político na Região e o regresso à normalidade das
relações com Lisboa. Sem dúvida, uma mudança do dia para a noite, se nos
lembrarmos do zaragateiro estilo imposto ao quotidiano
sócio-político-partidário do antigamente.
Mas, para meu gosto, essa transformação pecou por excesso de diplomacia. O
'Blue Establishment' exagera no 'bom relacionamento' com a capital. O que nunca
foi nem será bom.
O novo regime também entende praticar os brandos costumes à letra. Um
displicente 'laissez faire'. Os novos intérpretes dizem: o que vocês gostavam
era da ditadura anterior! Mas não é disso que se trata. As alternativas não se
reduzem à ditadura e à 'bandalheira'.
Acontece haver dias em que nos sentimos a bordo de um 'barco sem arrais'. O
cidadão comum apercebe-se disso. O presidente do governo diz que o ferry será
assim, o secretário dos transportes garante que será assado, o secretário da
Europa insiste em que tem a solução e patrocina petições a esse respeito.
Então, e como acontece com a Alemanha tratando-se de futebol, no fim deste
atabalhoado jogo da babugem madeirense, ganha o Luís Miguel de Sousa.
E quem não manda...
não é da malta!
Presentemente, à passagem do 1.º aniversário, assiste-se a uma saga com os
aviões que já faz rir a plebe. Miguel Albuquerque manda restabelecer linhas com
os países da diáspora e intromete-se nos horários dos voos da TAP, como o chefe
de praça da Rodoeste. Eduardo Jesus anuncia mais tráfego e estende-o ao Porto
Santo. Nisto, salta Paulo Cafôfo em bicos-de-pés a exigir à TAP a programação
de aviões lá como ele entende ser melhor. Como se a confusão não bastasse, eis
que a eurodeputada Liliana pega numa comitiva e leva a Bruxelas para um
encontro aparatoso com operadores montado para as fotografias de propaganda e
avançando quase com a data em que os aviões da RyanAir começarão a tapar o céu
de Santa Cruz como nuvens de gafanhotos.
Poderia dizer-se com ironia: deixem algum espaço lá em cima para o
cargueiro descer até Santa Catarina.
O barco à deriva desta governação também se nota muito na área do Turismo.
É tudo a mandar dentro do governo, com o contrapeso da Câmara do Funchal - de
tal maneira que não se conhecem as políticas do sector, à parte as frases
feitas dos intérpretes que não dizem (nem fazem) nada.
Cada vez mais na
mesma
Um ano depois, senhores do governo, e ao contrário das promessas formais,
os transportes marítimos e as operações portuárias não estão mais acessíveis
nos preços. E dizia Miguel que ia baratear isso custasse o que custasse! Então!
O grupo que domina o sector vive mais consistente do que antes, essa é que é
essa. Pelo que, consequentemente, continuaremos à espera do ferry. Esquisito,
depois de Miguel ter falado de uma caterva de armadores interessados na linha -
tantos que era difícil escolher um!
O tal cargueiro continua sem a balsa de borracha - última desculpa para
empatar um processo no qual uma população inteira foi apoucada, para não dizer
gozada.
Outra prova de que andam todos a querer mandar - é no que dá não haver quem
mande realmente - é o debate sobre o futuro hospital. É Albuquerque a dizer que
o fará construir, é Carlos Pereira do PS a reunir com ministros em Lisboa para
depois apresentar soluções imbatíveis, é o CDS ainda com ligações à capital
tratando do assunto, é o próprio PCP a ir lá reivindicar dinheiro para o danado
do hospital... Seria de uma pessoa ficar convencida de que em breve teremos
vários hospitais em construção, se não fosse evidente que não teremos hospital
novo nenhum.
O Jornal da Madeira continua na mesma situação financeira. Se o berbicacho
saiu da agenda diária é porque alguns oportunistas da oposição lhe tomaram o
gosto - calcule-se.
A RTP-M, de mal a pior. A Oposição, com antena em debates e mais debates de
adormecer, acha tudo bem. Assim como Albuquerque. O presidente costuma dizer
aos seus que 'aquilo agora está bom'. Lá sabe por que o diz.
O desemprego ronda os recordes dolorosos de 2014. Onde está a tal
'empregabilidade' que era grande aposta do PSD miguelista? O desemprego e o
alastramento da pobreza são realidades que se reflectem na fuga dos jovens para
onde calhar, abandonados à sua sorte, desde que seja longe da Madeira.
A vaca sagrada do
subsídio à mobilidade
O governo alardeia o subsídio à mobilidade. Também era melhor que não! E
mesmo assim a trapalhada que foi para implementar isso - e ainda há confusão.
A gente diz: este governo não faz nada. Eles disparam automaticamente: e a
mobilidade? Pronto, já têm vaca sagrada para uns tempos.
O GR também diz que, terminado o PAEF, agora é 'sempre a abrir'! Mas qual
quê! O GR não se libertou dessas amarras. Veja-se o ISP, o IVA, por aí fora.
Não se pode dizer que, em contraste com os especialistas que temos lido e
televisto, este seja um balanço de deixar alguém de consciência
tranquila e descansado.
É também verdade que quem chegar aí de novo não se aperceberá do drama à
primeira vista. O novo Establishment é mestre em derramar as suas cores
preferidas, azul e rosa, sobre a nova 'comunicação'. Mas não é com a cabeça
metida na areia que os gravíssimos problemas regionais serão resolvidos. O
Carnaval, a Festa da Flor, os arraiais de Verão e as festas de Natal são
quadras bonitas, mas o dia a dia dos Madeirenses com família é bem diferente.
Tomar uns copos só resolve enquanto a bebedeira não passa.
O ano passado por
esta altura...
Apesar de ser tempo de balanço, não vamos recordar a Miguel Albuquerque que
o ano passado por esta altura, ao tomar posse, anunciava para o minuto seguinte
a limpeza do passivo e a privatização do JM, porque 'o governo não deve ter
jornais'. Não vamos recordar aquela do centro de saúde na Calheta. Os contactos
directos com a população que se perderam pelo caminho - tirando as fotos perto
da plebe com o barrete da Flor. O trabalho conjunto com todas as autarquias,
PSD ou oposicionistas. As soluções para o Porto Santo a procurar directamente
pelo presidente das Angústias. A promessa de demarcação relativamente ao
antigamente que afinal desembocou numa imitação flagrante na realização de
actos públicos por tudo e por nada - a que não faltam as antes amaldiçoadas
inaugurações e a tribuna nos desfiles da continuidade.
Não vamos insistir nas trapalhadas hoje tão banais mas que, de início,
deram brado. A entrevista de Miguel ao Diário Económico (ainda antes da sua
posse) notando que seria preciso despedir na FP - com uma desculpa esfarrapada
ao estilo Jardim e, pior, explicando que tal medida era só para o Continente!
As trapalhadas com a Saúde, a substituição de um secretários aos 5 minutos
de mandato, a já referida saga do hospital, a comissão para dizer que o
necessário hospital de facto é necessário, o cheque para pagar cirurgias em
espera.
O regime de incompatibilidades que 'garantidamente' seria aplicado aos
deputados, mediante alteração do Estatuto da Madeira.
A dívida regional herdada está viva, mau grado a propaganda oficiosa dourar
a pílula de quando em vez.
Homem, não íamos fazer tudo no primeiro ano - dirão das Angústias para
baixo. Temos quatro anos. É verdade. Mas como no primeiro ano nada fizeram,
apressem-se, porque então o mandato é de 3 anos!
Miguel chegou acima
por mérito próprio,
mas isso não chega
Miguel Albuquerque, beneficiando do seu temperamento muito independente,
chegou ao poder no seu partido e no Governo. Mérito seu, sem a menor dúvida.
Acabou com o tal mito de que não passaria de um 'desempregado político'. Essa
constatação por um lado. Por outro lado, também é certo que o actual presidente
precisa de tomar o pulso à situação regional com toda a urgência. Amarrar os
cabos soltos, que são muitos. Tanto no governo como no seu partido. Se não o
fizer, tem os dias contados e ficará na história como a maior esperança dos
social-democratas que redundou no maior 'flop' dos madeirenses.
Para o ano há autárquicas, um quebra-cabeças para Miguel, a começar pela
candidatura ao Funchal. Mas, se há câmaras para recuperar, há uma ou outra que
pode fugir. E, como mandam os regulamentos, o líder terá de enfrentar em
congresso um partido dividido, depois do que acontecer nas eleições
municipais. A divisão persiste e o Establishment até a alimenta! Preguem o
contrário, preguem.
Miguel vai apresentar-se também nesse congresso a meio de um mandato
executivo com resultados 'sobre o fraco'. Será fatal, se o desempenho não mudar
radicalmente daqui até lá, porque, à passagem deste 1.º ano, os balanços reais
estão perto do confrangedor - embora o propagandismo venha dizer o contrário.
Isso, iludam-se.
Admitindo que o chefe PSD 'passa' nas autárquicas, é capaz de ganhar
embalagem para as regionais de 2019. Deve ser essa a sua esperança e sua
convicção. Já cidadãos comuns, como nós aqui, duvidamos profundamente de que a
maioria absoluta seja renovada. Assim como não acreditamos numa outra maioria
absoluta qualquer, seja do PS, do CDS ou de coligações mais ou menos espúrias.
Há um 'feeling' a segredar-nos que, graças ao 'excelente' trabalho dos
políticos madeirenses tradicionais, a que se junta a fama que vem dos seus
colegas políticos de outras paragens, o tempo novo será dos cidadãos
independentes.
Já se viu muito nas pretéritas autárquicas. Em 2017, talvez a moda ressurja
em força. Nas regionais não há candidaturas populares, é verdade. Mas há tanta
maneira de matar pulgas!
Não há motivos para
festejar
Não comparecemos à festa do 1.º aniversário, com ou sem convite.
Simplesmente, não há motivos para festejar. Este governo regional não tem um
rumo, não tem consistência, não dá confiança em termos de competência. Apesar
de uma girândola de 'planos estratégicos', o GR não tem uma estratégia, não é
criativo, não tem uma ideia para dinamizar a economia, que vai resvalando
apesar dos 'recordes' estatísticos diários banalizados na imprensa. Este GR não
tem um plano para minimizar o desemprego que se diga benza-te Deus. É mais
teoria do que outra coisa. Miguel Albuquerque vai ter de espaçar mais as
passeatas com os amigos do consórcio e as caçadas nas quintas alentejanas e na
floresta de África. Vai ser preciso pensar muito e fazer os membros do governo
pensar. Se é para gerir o orçamento nas calmas, com mangas de alpaca, então uma
Junta Geral chega para governar a Tabanca - essa é aliás a nossa tese.
Fazendo o balanço deste primeiro ano, é caso para nos arrepiarmos: como
estamos tramados! E então fazendo o balanço do ano da Oposição, para juntar ao
do governo, é arrumar malas à pressa e cavar para uma favela do Rio ou um
bidonville parisiense.
11 comentários:
"Os partidos mais pequenos, o costume, trabalham no terreno como escravos mas poder para as mãos é que o povo interesseiro nunca lhes passa".
E ainda bem, ou não chega o exemplo revolucionário (ou melhor, roubolucionário) da Venezuela e do Brasil?
Excelente análise. E depois do que aconteceu no congresso da jota, é um prenúncio que Rui Abreu e Miguel Albuquerque terão de fazer muito mais, começando por cumprir as promessas feitas. Um ano morno a frio.
Amigo Calisto. Faltou referir os blues boys e girls da educação e onde a levaram http://www.dnoticias.pt/actualidade/madeira/582216-spm-%E2%80%98ataca%E2%80%99-secretaria-da-educacao#comment-700350
Sr.Calisto, já que os seus Kapas não conseguem desvendar o que se passou prometo-lhe que vou enviar para este seu blogue a história da derrota da menina na corrida à liderança da JSD. Incluindo as movimentações de bastidores, os telefonemas constantes, a "compra" de votos e de delegados, as intrigas de bastidores, o braço de ferro entre o SG Abreu do PSD dos "abreus" e os próximos de JCSilva, etc. Tudo por causa de uma prometida disputa pela liderança
Tenho de fazer também uma renovação na equipa dos Kapas. Alguns quer-me parecer que se deixaram seduzir pela doçura do Blue Establishment. Mande então esse relatório, que deve ser interessante.
Tenho a certeza que a dupla Albuquerque e Rui Abreu não têm vontade nem capacidade para fazer melhor. Mostrarei isso na próxima publicação.
Infelizmente para os madeirenses, os deputados da Oposição à excepção do Coelho parece que estão à espera das eleições regionais para se começarem a mexer.
Que eu saiba, a maior parte da população já sabe em quem vai votar antes do período eleitoral pois já fez a sua análise aos lideres dos partidos.
E era isso que deviam estar a fazer: a mostrar a sua capacidade e integridade, e a rebentar com a dos adversários.
As pessoas votam em pessoas não em projectos políticos e cada vez menos em promessas...
Caro Luís Calisto
Mais uma das suas excelentes análises.
Mas eu começo a cogitar: não será melhor essa gente não fazer nada? E que...
Não é de desprezar esse conselho, Caro Coronel Fernando Vouga. Quanto menos eles 'inventarem' mais a salvo nos podemos considerar.
Nós realmente temos o que merecemos. Basta olhar os partidos, a Assembleia Regional, oGoverno, As Câmaras. Basta ver o que estes políticos gastam em suplementos, viagens etc. E já agora querem ferry aqui vai, querem hospitais aqui vai, basta querer. Emprego, saúde, educação tudo resolvido, pois temos o brava valley, o Míti, A Arditi, a Ilha Peixe o cinm e a tulipa. E a madeira tem de virar-se para fora para o Mundo pois ainda temos a banana, o açúcar , bordado e o Pestana e consortes e com sorte vamos todos para o trabalho.
Acabou-se a trilateral, a maçonaria e os chineses, neste momento o problema é a TAP E OUTROS inimigos devidamente identificados que a seu tempo vão ser denunciados como inimigos da Madeira. Mentem e Mentem respiram poder, pagamos-lhe os seus vícios e muitas em tertúlias ou almoços ou jantares GOZAM DO POVO SUPERIOR
Uma pasmaceira.
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