ECONOMISTA ENVOLVE A MADEIRA
E CONSIDERA O OFF-SHORE
"VIVEIRO DE CRIME ORGANIZADO"
A Madeira segue envolvida no turbilhão de novidades que ilustram os debates televisivos sobre o escândalo 'papéis do Panamá'. Ainda há pouco na TVI, o economista João Pedro Martins (autor de 'Suite 605' sobre o off-shore madeirense) exemplificava o esquema fraudulento da empresa panamiana de advogados Mossack Fonseca utilizando um caso que mete ao barulho a Direcção Regional dos Assuntos Fiscais (do Governo Regional anterior), num "esquema de clara corrupção", acusou o economista.
Esse caso específico consiste num grupo mexicano que, a coberto da criação de uma empresa no Panamá, comprou 3 plataformas petrolíferas em Singapura, por 30 milhões € cada uma. As quais plataformas foram depois revendidas em saldo num tribunal de falidos nos EUA - tudo isto feito dentro do mesmo grupo - por 300 mil € cada uma delas.
Foi aí que entrou - diz o mesmo economista - o director regional dos Assuntos Fiscais da Madeira, o qual permitiu que fosse criada no off-shore da Madeira uma empresa com um regime diferente e não como uma empresa normal. Objectivo: beneficiar dos incentivos fiscais. Para o que, de acordo com a legislação, ela se constituiu no MAR - Registo de Navios - com 51 trabalhadores.
Declarações de João Pedro Martins: "As regras permitem empregar trabalhadores de todo o mundo para beneficiar de uma taxa de IRC reduzida no nosso off-shore da Madeira, que é um verdadeiro ninho de corrupção e um viveiro de crime organizado."
O caso dos 'papéis do Panamá', que está a abalar o mundo, rebentou depois da maior fuga de documentos - milhões deles - de que há memória e envolve em esquemas de lavagem de fortunas presidentes como o da Rússia e o da Ucrânia, primeiros-ministros, empresários e até gente do desporto de todo o mundo, Messi incluído.
São milhões de documentos que o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação está a manusear.
22 comentários:
Cá nada! Isso é invenção do Bloco de Esquerda!!!
Mas o CINM é um off-shore?
O director regional não continua a ser o mesmo?
Quem é o ignorante que acha que o CINM é um off-shore???
O ignorante que acha isso é o João Pedro Martins, economista, que chama àquilo 'viveiro de crime organizado'.
Calisto, prepare-se para um ataque dos fundamentalistas defensores do CINM. Quando reagem são tipo enxame de vespas. Fuja!
O Diretor Regional do anterior governo não é o mesmo que está no actual governo?É. O economista João Pedro Martins não desiste!Veremos, como é que tudo isto vai acabar.
Caro Luís Calisto
Acabei de falar com alguém que está dentro dos meandros fiscais e fui esclarecido (em linguagem que todos entendem) de que o Centro de Negócios da Madeira não é propriamente um paraíso fiscal, porque não está autorizado a fazer todas as "maldades", digamos assim, que são possíveis nos ditos paraísos. Mas que, mesmo assim, permite alguns privilégios fiscais. O que, diga-se o que se disser, não me parece justo. A Lei tem de ser igual para todos.
Caro Coronel
Estou convencido de que a sua fonte está certa. O que eu transcrevi foi o que o economista João Pedro Martins disse. Hoje mesmo na TVI. Sei que um centro de negócios pode não ser um off shore. Mas a coisa não correu transparente nos primeiros tempos, e daí...
O CINM não é um offshore porque tem limitações legais. De facto há operações que não são permitidas cá na Madeira. Daí que tenham mudado de paragens vários bancos nacionais, com as suas sucursais exteriores, entre os quais a estatal Caixa Geral de Depósitos. Esta, talvez por amor à pátria, foi para as ilhas Caimão.
Agora, querer encerrar o CINM e a Zona Franca da Madeira é uma grande burrice, porque seria apenas a transferência de capital para putras paragens. Este tipo de zonas especiais existem às centenas, e ou fecham todas ao mesmo tempo, ou então não vale a pena fechar nenhuma.
Já repararam que ninguém fala dos offshores dos EUA ou do Reino Unido ? São os maiores, por onde passa o grande volume de capital e massa monetária mundial. Mas são demasiado grandes. Só falam dos pequeninos: Panama, ilhas Virgens, Madeira...
Se o CINM não é um Off-Shore porque é que todos os bancos e empresas aqui na Madeira que representam interesses no mesmo, têm uma placa a dizer : SUCURSAL OFF-SHORE, SERVIÇO TRUST OFF-SHORE , SUCURSAL FINANCEIRA EXTERIOR e demais neologismos? Me engana que eu gosto...
Somos é uns ricos pobres, com o aumento artificial do PIB nessa lavandaria.
Caro anónimo das 23:30
Totalmente de acordo.
Assim sendo, só há uma solução: uma acção conjunta e simultânea para acabar com todas essas vigarices (não hás outro nome para tal).
Mas isso é capaz de incomodar muita gente rica e poderosa e...
Meus Caros Fernando e Luís Calisto
Esta terra é muito dada às alcunhas. Conta-se que certa vez um madeirense, convictamente, disse: na minha família todos têm "apelido" menos meu tio o beiçolas.
Uma alcunha frequente cá no burgo é "comunista" - um pouco em desuso é verdade - mais ainda utilizada. Assim como direita e esquerda se põem de acordo na fraude também as pessoas bem intencionadas à esquerda e à direita são capazes de propor coisas próximas para combater estas fraudes.
Espero que não se lembrem de chamar "comunista" a António Nogueira Leite depois da leitura que vos proponho. Mariana Mortágua, logo abaixo, não foge daquilo que diz Nogueira Leite. Pela parte que me toca, já pareço o dr. Alberto João, há muito que venho dizendo que certas formas de gestão financeira resultavam muito mal.
http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/a-opacidade-financeira-e-inimiga-do-capitalismo-5110511.html
http://www.jn.pt/opiniao/mariana-mortagua/interior/o-panama-e-o-mundo-dentro-do-mundo-5110478.html
Engraçado ninguém,especialmente madeirenses,falar na Ilha de Man!...
As sucursais exteriores dos bancos permitem as operações para os não residentes e, para as empresas que estão na praça poderem transacionar com outros mercados. Mesmo assim, desde que foram balizadas aquelas operações, as sucursais exteriores têm pouca importância. Tanto assim é que alguns foram para outras paragens, e como já escrevi até o estatal CGD.
Mas não se confunda a zona franca e o CNIM.
Seria bom que o Calisto soubesse quanto é que o Estado Português arrecada em impostos com o CNIM.
Ao contrário das aves da desgraca, eu até acho que estas zonas especiais são úteis à economia. Precisam é de regras próprias apertadas, como por exemplo a obrigatoriedade de publica propriedade das empresas registadas.
Resumindo e concluindo: Se os outros roubam, porque é que não roubamos também, mas menos por que aqui não se pode fazer tudo.......... novos primas estes do obcecados por dinheiro. Estou desejando de saber quais os cidadãos e empresas portuguesas envolvidas e ver no que dará isto tudo.
O PSD, CDS e PS são os que estão mais "envolvidos" na coisa. Mas os outros só não estão porque não sabem. Pois a substância que compõe aqueles seres que habitam os partidos(no topo),é a ganância.
Abraço ao Coronel. que ainda o apanhei em cerimónias no meu tempo de tropa. Houvessem mais Homens assim.
Ia perguntar o que o sr Luís Oliveira perguntou...Afinal?
Os cubanos querem ver mesmo os madeirenses à fome.
Resumindo e concluindo: as offshore só acabarão quando existir vontade política a nível mundial, e por exemplo por imposição do FMI.
Os políticos têm dinheiro escondido nas offshore para fugirem ao fisco dos seus países. Os bancos mandam nos politicos, e o FMI manda em todos menos nos bancos.
Logo, nunca haverá a vontade política necessária.
Convém é que não sejam os madeirenses os ingénuos da globalização. Daí cada um conclua o que bem entender.
O Sr. Luís Oliveira já trabalhou num banco, e mesmo não sendo numa sucursal exterior, saberá que os bancos não são sociedades de benfeitores.
Mais não eramos todos a favor do CINM como dizia o Diário ?
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