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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Cultura, Culturas





O FOGO PASSOU, A PREVENÇÃO TARDA A CHEGAR


(O Dr. Raimundo Quintal alerta governo e câmaras para o seu dever de reduzir riscos de incêndio em zonas carregadas de combustível)





Depois duma semana de imagens de fogo, de destruição, de gritos, de competição política entre as chamas e sobre as cinzas, a problemática dos incêndios desapareceu dos noticiários.
Antes que o vento de leste volte a fustigar a Madeira, criando condições favoráveis à ação de pirómanos, gente vingativa e pessoal negligente, o governo e as autarquias têm a obrigação de desencadear uma enorme batalha com o objetivo de reduzir drasticamente os riscos de incêndio nas áreas urbanas e suburbanas atualmente carregadas de combustível.
Alheio à maledicência de quem não respeita o exercício da cidadania e o direito à indignação, continuarei a divulgar as manchas negras da “Madeira Nova”,  a difundir as paisagens edénicas da “Madeira Telúrica” e a mostrar as flores do meu contentamento.
É com um enorme aperto no coração que partilho convosco estas catorze fotografias do matagal e das lixeiras que ocupam literalmente um enorme terreno entre a Estrada Monumental e o Caminho Velho da Ajuda, bem perto do local onde nasci. Lembro-me dos poios esmeradamente cultivados com bananeiras, abacateiras, papaieiras, vinhas e plantas hortícolas. Recordo-me perfeitamente das pequenas casas e dos terreiros sombreados pelas latadas de vinha do António do Engenho, do Noca, do João da Fonte, do José do Cutela, dos Henriques, do Alexandre e da minha avó materna.
Há mais de trinta anos um tal Coronel, pressupostamente senhor com dinheiro, comprou o terreno e quem possuía apenas as benfeitorias teve de migrar para longe do Lido, porque aquelas terras privilegiadas não eram para os indígenas, ou pelo menos para  os que não eram ricos.
Perdi a conta das vezes que o dito coronel e o atual proprietário anunciaram com pompa e bênção política o início das obras do grande empreendimento turístico. Mas até agora o que ali nasceu e cresceu foi mato e lixo. O lume é um fenómeno recorrente.
O terreno em causa polui gravemente a paisagem da zona do Funchal onde há a maior concentração de hotéis e constitui um enorme perigo para as unidades hoteleiras e residências mais próximas. Se o fogo pegar a sério nem a Capela de Nossa Senhora da Ajuda escapará.
Por quanto mais tempo a Câmara do Funchal irá permitir tanta negligência e elevado risco?
Se há cerca de 750 pessoas à espera duma horta urbana, ali está um terreno com condições excelentes para cultivar.

Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal
























Nota da 'Fénix' - Com estas imagens que valem milhões de palavras, os avisos do Dr. Raimundo tomam a forma de ultimato. Ou então arranjem outra vez, se por azar a desgraça voltar, as desculpas dos incendiários inimigos da Madeira, ou seja, do PPD...


2 comentários:

jorge figueira disse...

Pois é Raimundo aquele extra-terrestre, Bernardo de sua graça, deve andar distraído com a erva seca e não se atira ao "geógrafo". Vergonha na cara não parece ser coisa que o homem saiba o que seja, por isso, não é por aí que mete a viola no saco.

Luís Calisto disse...

Para mim, o que o sujeito tem, como dizia minha saudosa avó, é 'o coiro a comer'.