TRANSPORTE DE PESSOAS OU DE GADO?
Tinha programado para hoje fazer o percurso na Levada da Serra do Faial, do Ribeiro Frio até à Portela. Às 10.15 coloquei-me na fila para entrar no autocarro para Santana, que deveria sair às 10.30 da estação do Almirante Reis.
À hora prevista para a partida o autocarro estava cheio e continuavam na rua 15 pessoas. À semelhança do que já vem acontecendo aos domingos e feriados o autocarro destacado para esta viagem não tinha lugares disponíveis para todos os potenciais passageiros. Durante alguns minutos o funcionário de serviço no quiosque da HF tentou a substituição do autocarro por outro com maior capacidade mas tal pretensão revelou-se impossível. Às 15 pessoas que continuavam na rua restavam duas hipóteses, viajar de pé até ao Ribeiro Frio ou ficar no Funchal.
Numa viagem longa e em terreno montanhoso mandam as regras de segurança que as pessoas estejam sentadas no autocarro. Apenas três madeirenses aceitaram viajar de pé.
Oito estrangeiros e quatro madeirenses ficaram em terra, porque recusaram viajar em piores condições do que aquelas exigidas para o gado na União Europeia, de que fazemos parte e a Horários do Funchal tem beneficiado de fortes apoios financeiros com o objetivo de prestar um serviço de qualidade.
Perante esta falta de respeito para com quem utiliza os transportes públicos, solicitei o livro de reclamações para lavrar o meu profundo descontentamento. Fi-lo, porque sou utilizador frequente dos transportes públicos e cansei-me de assistir calado ao mau serviço prestado a residentes e a turistas, especialmente nesta carreira de Santana e nas deslocações entre o Monte e o Funchal.
A terminar este desabafo público, devo referir que o pessoal de serviço na estação do Almirante Reis foi impecável. O mau serviço não resulta da falta de profissionalismo. É da responsabilidade de quem faz discursos apelando à utilização dos transportes públicos, mas não os utiliza.
Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal
1 comentário:
Recuando um pouco tempo, já em Madeira Nova, encontramos na nossa memória colectiva um acidente grave na Pedro José de Ornelas com mortes, entre elas a do motorista. Foi a primeira vez que do País, que nos querem fazer detestar, veio uma mensagem de solidariedade pelo acontecido.Como é costume fez-se um rigoroso inquérito. Encontrou-se culpado que foi o motorista. Neste caso narrado pelo meu amigo Raimundo Quintal podemos estar descansados pois estamos entre governantes que, custe o que custar, encontram os culpados. Conhecemos sempre as conclusões. Terminando em inquérito parlamentar teremos a experiência vivida com o JM para termos garantia de uma brilhante conclusão.
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