DIA DA REGIÃO É REMÉDIO SANTO
PARA PROBLEMAS SEM REMÉDIO
Movem-se montanhas para evitar que sua excelência apanhe com insultos ou cerveja como a do Porto da Cruz, que provoca dor
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Há um século e meio, sem técnicas de ponta ao serviço da engenharia, podia o povo ir ao cais e vir sem capacete, digamos assim. Então como é que agora... |
Desde que os crânios da Madeira Nova decidiram descentralizar as comemorações do 1.º de Julho, as populações de cada concelho pedem aos santos que as bafejem com a superior escolha para o cerimonial. Já se percebeu que tanto o desgoverno como as câmaras inventam dinheiro e o que for preciso para alindar a vila ou a cidade das comemorações, acorrendo a satisfazer reivindicações populares muito velhas.
Agora, porém, é de pasmar: a Câmara da Ponta do Sol, concelho onde se festeja segunda-feira o Dia da Região, encontrou num ápice solução para um problema que se eternizava sem fim à vista.
Devido à insegurança da rocha sobranceira, sem taludes que protegessem quem estava ou passava por baixo, estava cortado o acesso ao cais. E o restaurante contíguo não podia funcionar.
Está tudo resolvido, senhores.
Milagrosamente, em vésperas do Dia da Região, a questiúncula pode dizer-se ultrapassada. Num abrir e fechar de olhos. O que vem devolver direitos ao proprietário do restaurante em causa.
O homem andava, há que tempos, com a cabeça em água por não poder trabalhar. Pedidos, súplicas, insistências na Câmara... O pequeno empresário chegou a tentar socorro junto do Representante da República (raio de ideia essa, já agora).
O que nos asseguram é que 'Meio Chefe', conhecendo a contestação causada pelo problema da escarpa na bonita vila, chamou às Angústias o presidente da Ponta do Sol, dizendo-lhe para tratar do assunto fosse como fosse.
É que... Mal-estar por todo o lado onde outrora recebia palmas é o que mais encontra hoje 'Meio Chefe', e daí o aparato policial que o protege quando sai à rua, mesmo que seja para assistir a um inofensivo concerto.
Não conseguimos comprovar a chamada do edil eng.º Marques à presidência, porque o nosso correspondente nas Angústias foi desviado nos últimos dias para o caso 'Vagrant'.
Mas o inegável é que há caminho aberto para o cais da Ponta do Sol. Depois de tanto tempo de impasse, de seca. O local está maltratado, é verdade. Segundo a nossa agente K-Canhas, que nos traz estas novidades, o cais é municipal mas D. Edilidade não lhe tratou dos buracos nem das pinturas necessárias.
Há cais acessível e há restaurante. Pelo que o proprietário tentará rapidamente minimizar prejuízos somados em tanto tempo.
Quem deve estar preocupado é o concessionário do bar-restaurante da praia, que até aqui trabalhou sem a concorrência do restaurante fechado. O concessionário do negócio da praia, por curiosa coincidência, é presidente da junta de freguesia da Ponta do Sol e, ao que nos garante K-Canhas, não paga renda. Essas vantagens encurtam-se agora um pouco. É a lei da oferta e da procura a funcionar.
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O restaurante reabriu hoje e a esta hora de almoço abarrota de fregueses até às varandas. |
Rejeições nos Canhas
De caminho, a nossa agente informa-nos que a lista do PPD à junta dos Canhas sofreu algumas negas. Gente farta da situação madeira-novense. Vai daí, o plano B foi recrutar funcionários públicos, do aparelho municipal. Daqueles que não podem dizer 'não'.