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quarta-feira, 26 de junho de 2013




NOTÁVEIS DO PPD: COMO PREPARAR UM FUTURO 

QUE ESTÁ BLINDADO POR JARDIM?


Jardim fala sozinho, não sabe o que os outros pensam - nem isso lhe interessa, aliás.



Três semanas depois, os barões dizem que a reflexão sobre o 'futuro do partido' teve um resultado igual a zero. Não adianta dar ideias porque é impossível mudar os dogmas de Jardim, afirmam. Além do mais, o líder vai recandidatar-se em Dezembro de 2014 e julga que vencerá Miguel Albuquerque.  



Os notáveis social-democratas continuam convictos de que participar em reuniões para tratar do futuro do PPD-Madeira é tempo deitado fora. Em causa, o pomposamente anunciado conclave de 3 do Junho corrente, na sede da Fundação Social Democrata, para o qual foram desafiadas as figuras mais conhecidas do partido.

Passadas 3 semanas, alguns dos participantes ainda comentam com um sorriso de sarcasmo a diligência organizada por Jaime Filipe Ramos. 
O resultado da jornada redundou num silencioso zero. Sem a menor dúvida.
Do que extraímos das conversas nos últimos dias com alguns daqueles notáveis, podemos concluir sem receio de errar que, se eles entraram para o encontro sem qualquer esperança de contribuir para um projecto de futuro no PSD, saíram de lá tão desesperançados como entraram.


Tem nome o intransponível obstáculo no caminho dos barões social-democratas chamados a estudar o futuro: Alberto João Jardim. É uma opinião unânime no grupo de participantes nesse painel de reflexão, onde figuraram João Cunha e Silva, Miguel Albuquerque, Miguel de Sousa, Paulo Fontes, Coito Pita, Sérgio Marques, Manuel António Correia, Tranquada Gomes, Bruno Pereira, Rafaela Fernandes, Medeiros Gaspar, Jorge Pereira, além de Jaime Filipe.

Afinal, propor o quê se, para os principais segmentos da vida do partido e da Madeira, existem orientações rígidas e inamovíveis do grande chefe? - interrogam-se os pensadores. 
O desencanto começa pelo estilo de estar em público do chefe. Eles, que sustentaram durante muitos anos a truculenta política 'à Jardim', da qual beneficiaram em termos de carreira política e em muitos casos profissionalmente, confessam-se agora cansados, quase arrependidos do seu passado no partido. 
Aceder ao desafio para apresentar ideias a que propósito, se o chefe sempre atirou para a sarjeta quem ousasse mostrar imaginação ou falar mais de 5 minutos?
São interrogações do 'baronato'. Há mais.
Propor mudanças com vista ao futuro como, se Jardim tem avisado que, enquanto for líder, não haverá reformas administrativas, não haverá eleições para o partido nos congressos em vez das directas, e que a comunicação social continuará a ser o que sempre foi?
Como sugerir um caminho diferente se o chefe costuma acusar de 'traição' os que não obedecem à linha partidária, isto é, à linha dele, chefe?
Uma farpa cravada no pescoço de quase todos os convocados para a reflexão é a impossibilidade de formularem as críticas que entendem dever formular ao governo regional. Um governo - dizem - onde uns não se falam com os outros. Que não apresenta uma só ideia para redinamizar a economia. Que deixou a vertente social derrapar até ao que se vê na actualidade. Que cedeu a Lisboa de forma tão vergonhosa que hoje não existe autonomia nenhuma, nem para mandar fazer um pagamento. 


Em última análise, para quê perder tempo em reflexões com vista ao futuro se o chefe já não consegue disfarçar a obsessão pela continuidade no poder? Sim. Alguns dos mais sonantes nomes do PPD-M já perceberam essa realidade: apesar de dizer aqui e ali que se vai embora, ele com toda a certeza vai candidatar-se de novo nas eleições internas de Dezembro-2014. 

Alguns dos participantes, fartos de saber que nada ganhariam em avisar o líder actual, dizem-se convictos de que será um grande erro essa recandidatura no plano interno. Se se mantiverem as condições actuais, Jardim perderá com Miguel Albuquerque, prevêem. Havendo mais um cenário a considerar: Manuel António, depois de usado pelo chefe contra Miguel, está disposto a candidatar-se em 2014, dê por onde der, mesmo contra... Jardim!
Cenário esse com 3 candidatos, pois.


A escolha de Jaime Filipe Ramos para preparar um documento sobre o futuro do PPD-M constitui prova de que Jardim pretende 'continuar até morrer'. Depois de tudo fazer durante décadas para dividir o seu partido, alimentando, para baixo da sua cadeira, um insolúvel clima de conspiração; e quando finalmente Miguel Albuquerque se mostrou capaz de fazer esquecer o mito Jardim; este 'puxou' de Manuel António como escudo para as inesperadas arremetidas do presidente funchalense.

Arrefecida a situação, após as internas, viveu-se o normal andamento do calendário político-partidário. Mas, hoje, o decisivo Dezembro de 2014 começa a despontar nas divagações de cada um. E eis o maioral Jardim a tratar de atropelar mais uma geração, a do secretário do Ambiente, utilizando agora um elemento mais novo, Jaime Filipe Ramos. Dá-lhe destaque e muitas esperanças, a Jaime Filipe, através da responsabilidade de estudar o 'futuro do partido' e, entretanto, vai-se perpetuando nas Angústias.


Os barões que fazem esta leitura resolveram cruzar os braços: enquanto 'ele' estiver lá em cima, na presidência, nada feito. Lá vão comparecendo a estes 'retiros espirituais', para não darem azo a ficar debaixo de olho do chefe, mas não acreditam em nada do que lá possa ser dito ou escrito.

Enquanto houver Jardim, não há mais nada. É o espírito reinante no outrora glorioso e prepotente PPD 'à Jardim'.

3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Estes barões de fresca data, com os olhos postos nas benesses do poder partilhado com Jardim, venderam a alma ao diabo. E, quando o fizeram, sabiam onde se metiam, a menos que fossem pouco espertos, para não dizer burros. Em qualquer dos casos, já é tarde para se carpirem.

Luís Calisto disse...

Quando há fogo a bordo, é vê-los aflitos a abandonar o navio...

Anónimo disse...

peço desculpa ao articulista mas julgo que deve existir um engano.
Rafaela , Gaspar , Tranquada . Barões ?
de qûe ?
a rafaela entrou na Assembleia por sorte e na comissão politica por oportunidade visto ser preciso encontrar quem se dispuse-se a substituir a Rubina Leal , o Gaspar nunca fez mais nada sem ser deputado e dizer que sim .
o Tranquada é o mais esperto mas confusões não são com ele.