CAMPANHA DE ALBUQUERQUE
BARATA E SEM COMÍCIOS
A estratégia será ouvir no terreno os reais problemas que as populações querem ver resolvidos sem gastar na campanha sequer 25% daquilo que a situação gastava com o folclore do antigamente
O estilo da campanha eleitoral do PSD-M para as eleições antecipadas marcará também uma ruptura flagrante com os hábitos antigos. Ao contrário da grande aposta nos comícios ruidosos e de encher o olho, na era Jaime Ramos/Jardim, a máquina de Miguel Albuquerque tenciona limitar-se aos contactos directos com a população e à intervenção na comunicação social, aos níveis do legal tempo de antena e da cobertura que os meios jornalísticos decidirem fazer aos dias de luta política.
Entre os miguelistas, persiste o propósito de entrar no tempo moderno sem o folclore e o espectáculo do passado. Se só numas eleições o PSD gastou 500 mil euros para levar aos comícios gente que sem Tony Carreira e David Carreira nem se aproximaria do local, os novos dirigentes garantem que a despesa total na campanha apontada às eleições de Março não chegará a um quarto do que se gastava nas eleições de outrora.
Os dirigentes social-democratas, com Albuquerque na vanguarda, percorrerão a Região inteira as vezes que forem necessárias de maneira a ouvirem as populações e desse modo registarem os reais problemas que as preocupam. Pelo menos são estes, actualmente, os desígnios no seio do Laranjal Novo.
"Se o povo atravessa gravíssimas dificuldades por causa da crise, não será o PSD a dar mau exemplo gastando ainda mais", diz-nos uma fonte laranja. "Fazer a campanha indo ao encontro dos cidadãos é mais eficiente do que funcionar como uma empresa de espectáculos a que as pessoas ligam cada vez menos. Por isso iremos porta a porta, sítio a sítio."
Aliás, a pré-campanha ainda nem está em marcha e já os dirigentes do PSD-M fazem as suas visitas de trabalho aos diversos concelhos. Ainda ontem, os mais altos dirigentes do partido estiveram reunidos com a ARASD - associação de autarcas do PSD - para um ponto da situação depois da troca de liderança no partido.
Na segunda-feira que vem, o secretário-geral Rui Abreu trabalhará no norte da ilha - São Vicente e Porto Moniz - em conjunto com os dirigentes locais.
Albuquerque em Lisboa na próxima semana
A meados da semana que entra, o secretário-geral Rui Abreu viaja para Lisboa onde se reunirá com o seu homólogo laranja nacional
José Matos Rosa. Em cima da mesa, segundo nos comunicaram, pontuará o estudo de formas de cooperação apertada entre as duas estruturas do partido, a nacional e a madeirense.
Mas outras diligências serão efectuadas também na próxima semana, ao mais alto nível e com a participação do líder da Rua dos Netos. Miguel Albuquerque terá diversos encontros com figuras gradas do partido, da governação e mesmo da vida não oficial.
Calcula-se que Albuquerque esteja decidido a aproveitar a abertura do primeiro-ministro para estudar formas de folgar a grave situação da dívida regional. Passos Coelho elogiou em pleno congresso regional a forma como a Madeira - mérito do ainda governo - cumpriu as metas do PAEF (plano de ajustamento económico e financeiro). E os novos dirigentes não querem deixar cair a oportunidade, para o caso de virem a ganhar as eleições e a formar governo. O próprio Miguel Albuquerque o confessou ao correr da entrevista concedida esta semana à Antena 1.
Reunião com Jardim por marcar
Nessa mesma entrevista, o novo líder confirmou a intenção de se reunir com o presidente do governo regional em gestão precisamente para se inteirar do dossier chamado PAEF. Mas há outros assuntos de que Albuquerque pretende conhecer junto do governo regional o ponto da situação, como é o caso do CINM.
8 comentários:
Boa tarde.
Já não voto PSD há muito anos.
Mas na próxima irei votar PSD e estou certo que muitos tal como eu, o irão fazer. Não tenho a ideia de que Albuquerque é Messias, mas o estilo é outro. Nem sequer acho que Albuquerque terá todo o mérito em vencer as eleições com maioria absoluta, mas desejo que o faça, o que não será difícil. E isso só é possível, porque a generalidade das oposições na Madeira são completamente estéreis, de uma pobreza franciscana. Esse sempre foi o velho drama das oposições na Madeira, e nem o final de Jardim as fez evoluir. Estão pior.
Acho bem a ideia.
Também deixar a oposição gastar saliva e não lhes responder. Lá diz o ditado , "os cães ladram e a caravana passa".
Eu sou do tempo em que se fazia campanhas com a malta da casa...uma simples sandes,um sumo e um bom convivio.de algum tempo a esta parte esse trabalho foi dado a empresas e a malta dispersou. Assim volto a votar psd.
Calisto
"Uma mudança deixa sempre o caminho aberto para outras" Maquiavel
ENTAO ISTO NAO É RENOVAÇÃO ?
OPOSIÇÃO CADA VEZ MAIS DISTANTE
Fazes muinto bem queres ver que a causa do PAEF foi da oposicao, sabia que Albuquerque fez parte da Fundacao Social Democrata que organisava entre outras coisas as campanhas? A malta dispersou foi pela europa fora a procura de trabalho.
Não foram os outros candidatos do PSD que acusaram o candidato vencedor de campanha "rica"?
Agora temos a verdadeira mudança dentro do PSD e na Madeira Força Albuquerque.
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