Eleições

EM EQUIPA QUE GANHA... RODRIGUES MEXE

Se Zé Manel não for eleito, mete-se na sua última alhada

Uma vez que prognósticos só no princípio, o JPP e Veríssimo já esfregam as mãos

Se bem percebemos, José Manuel Rodrigues, ao candidatar-se na lista dos populares para S. Bento, decidiu empenhar os trunfos todos para segurar o partido em seu poder durante mais uns tempos.

É legítimo agir. E corajoso. Mas àquele raciocínio faltou astúcia política, salvo melhor opinião. 

Como é óbvio aos olhos de toda a gente, para José Manuel Rodrigues o perigo de uma disputa de liderança no PP-Madeira chama-se claramente Rui Barreto. Ora, candidatando aquele que ainda está em São Bento, certamente que o manteria por lá mais 4 anos, distante das intrigas palacianas regionais. Barreto seria eleito porque caiu no goto do eleitorado. Ou seja, o PP alcançaria os seus intentos. José Manuel também, duplamente: o êxito do seu partido e a consolidação da liderança.

Acontece que Rui Barreto teve um percalço de linguagem no percurso. Já não nos recordamos se, a uma pergunta da jornalista do DN, admitiu que gostaria de continuar em Lisboa ou se deu a entender que exigia ser o candidato. Não foi feliz, num caso ou noutro. Mas Rodrigues não reagiu melhor. Também num caso ou noutro, interessava-lhe manter o deputado no hemiciclo nacional. Essa é que é essa.

A explicação para recandidatar o deputado até seria dispensável. Em equipa que ganha...

Mas... Ai ele diz que continua em Lisboa? Pois José Manuel resolveu mostrar quem é que manda na Rua da Mouraria. Então, ei-lo à frente dos forcados para enfrentar as feras em Outubro. Se for eleito, estabiliza as hostes. Se não for, continua no parlamento regional... com Rui Barreto ao lado, que desde já está 'condenado' a voltar ao Funchal. 

Zé reagiu como aquele tal: não há problemas, arranjam-se.

Quem vai perguntar o porquê de Rodrigues elogiar tanto o papel de Rui Barreto no hemiciclo e depois não o candidatar? 

Barreto é muito capaz de, por sua iniciativa, não pedir contas na noite eleitoral, em caso de o PP não meter ninguém na Assembleia da República. Mas não resistirá à onda que já nas regionais o queria mandar para a frente do partido. E então Zé Manel sofrerá em congresso.

Mas os prognósticos dizem o quê? Ora, como os prognósticos, ao contrário do que dizia o outro, devem fazer-se no princípio, o nosso prognóstico é que José Manuel não será eleito.

Ali perto, Carlos Pereira também vai encabeçar a lista do PS. Mas em circunstâncias diferentes. O novo presidente do Partido Socialista não ia subir à liderança e resguardar-se à sombra logo no primeiro combate, para ver no que aquilo dá. Fez muito bem em avançar, embora em caso de resultado mau lhe possam complicar a vida.

Enfim: não é preciso fazer prognóstico nenhum para concluir que quem deve andar a esfregar as mãos é o JPP e é Nelson Veríssimo.