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terça-feira, 23 de abril de 2013

AMBIENTE



PICO DO AREEIRO - reflorestação ou destruição do ecossistema?




O Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira é parte integrante do Parque Natural da Madeira com a classificação de Reserva Geológica e de Vegetação de Altitude.
O Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira está classificado como Zona Especial de Conservação (ZEC) na Rede Ecológica Europeia denominada NATURA 2000.
O Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira possui um Plano de Ordenamento e Gestão com o objetivo de assegurar um bom estado de conservação.
         O Pico do Areeiro integra o Maciço Montanhoso Central.
Em Agosto de 2010 o fogo destruiu um dos núcleos melhor conservados da formação arbustiva de altitude, que cobria a vertente atravessada pela estrada de acesso ao cume do Pico do Areeiro, na zona onde se localiza o posto meteorológico.
Poucas semanas após o fogo, trabalhadores ao serviço da Direção Regional de Florestas cortaram as plantas queimadas, minimizando o impacto negativo da paisagem calcinada.
Passados quase três anos e com a autorregeneração já bem visível, o proprietário da área localizada abaixo da estrada regional começou a implementar no terreno um projeto de reflorestação, aprovado pela Secretaria do Ambiente e com financiamento europeu.
Com o avanço dos trabalhos, e ao contrário do recomendado pelas boas técnicas de recuperação da biodiversidade num biótopo muito fragilizado e com fortes declives, as máquinas pesadas mobilizaram o solo e abriram uma estrada, que para além dum rasgo na paisagem, é um novo caminho para a erosão.
O que ali está a ser feito é caro e perigoso. O dinheiro gasto daria para repovoar uma área muito maior. As uveiras e os loureiros estão a rebentar de touça, as sementes das urzes estão a germinar muito bem. Como tal, naquela vertente, a intervenção humana deveria limitar-se à introdução nos espaços intersticiais, com a ajuda de enxadas e não de escavadoras, de loureiros, perados, sorveiras, fustetes, cedros-da-madeira, massarocos, estreleiras, goivos-da-serra…  
Infelizmente nesta Região muita gente insulta à boca pequena, barafusta sob a capa do anonimato, mas não é capaz de levantar a voz ou assinar textos manifestando a sua opinião, questionando os poderes instituídos. Por isso, não estranho o facto duma intervenção tão desastrosa numa área protegida por diversas leis, continuar sob a capa do silêncio consentidor.
No exercício dos meus direitos de cidadania, solicito publicamente ao Secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais respostas para as seguintes questões:
- Quem foi o técnico que assinou aquele projeto?
- Quais foram os pareceres do Parque Natural  e da Direção Regional de Florestas?
- Com que fundamentação técnica o IFAP aprovou o projeto em causa?
- Qual a área intervencionada e qual o valor do financiamento?

Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal

Pico do Areeiro – reflorestação ou aumento da fragilidade do ecossistema?




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