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segunda-feira, 1 de abril de 2013

TELEVISÃO



COLABORADORES DA RTP-M EM APUROS



A partir deste mês de Abril, o centro da Levada do Cavalo deixa de contratar colaboradores no exterior, fora os impreterivelmente necessários. Porque os serviços serão garantidos por efectivos da casa, com recurso a uma espécie de flexibilização de meios.
Tempos houve em que os sindicatos mostravam os dentes e nenhum trabalhador podia ser obrigado a fazer qualquer tarefa fora das suas funções definidas por ACT. Mas os tempos mudaram. Perante as ameaças do fecho puro e simples da estação pública, caindo toda a gente no desemprego, nada como aceitar o que for preciso - eis o que se pode ler da postura de vários sectores da casa.
Assim, os operacionais dos feixes, por exemplo, que nem sempre têm directos ou manutenção de antenas para observar, avançam para outros trabalhos nas horas mais folgadas. O mesmo acontecendo com os carpinteiros. E outros. Há quem tenha de se adaptar às VT (não sabemos como é possível...) ou a tarefas de assistentes de operações, mesmo sem curso. 
É a política de Martim Santos para, na medida do possível, aplacar os ímpetos da RTP central, sempre desejosa de se livrar das ilhas. Uma política praticamente inevitável, se feita com prudência e olhando para os efectivos de cada sector como especialistas, não como números.

O centro regional precisa de muita atenção, face aos perigos sobre a cabeça. Não devia, por exemplo, segundo afirma gente da casa, abrir telejornais ao domingo com a notícia de que os madeirenses consomem nesta Páscoa... menos cabrito. Ou apresentar, depois das cerimónias fúnebres da sexta-feira santa, um trabalho sobre o luto de quem perde um animal! Terá sido mesmo? Nem devia dizer, ao sábado: "Hoje, domingo, quem for ao Centro de Ciência Viva, no Porto Moniz, recebe amêndoas grátis."
Óbvio, são lapsos de que ninguém está livre. Só não erra quem não se expõe. Aliás, nada de espantar com esse estado de espírito criado pela situação em que os poderes colocaram a RTP-M. Mas atenção, veja-se o que está a acontecer aos colaboradores, mesmo sem os cometerem. 
Outro problema é que, numa altura em que se fala da fusão de redacções televisão-rádio (pontapé nos mais elementares princípios do bem fazer uma e outra), também se prevê a desvinculação, logo que possível, dos colaboradores da Informação.
...O que é muito pouco conveniente, no estado em que o mercado de trabalho se encontra.
Fazemos votos para que os trabalhadores da casa forcem uma solução urgente para a televisão pública. O caminho que está a ser seguido, com uma impressionante corrida às rescisões amigáveis e consequente perda de valores firmados, nada de bom promete às necessidades de uma RTP em condições na Madeira.
Não acham, senhores da política governativa de cá e de lá, que estão a exagerar no massacre a que condenaram o centro regional? Esta é outra  para julgamento da História.


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