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segunda-feira, 10 de junho de 2013


OH ELVAS, OH ELVAS
REVOLUÇÃO À VISTA


Apupos para os verdugos deste País, aplausos para os militares em parada: o povo fala cada vez mais claro







O suposto chefe do Estado, Cavaco Silva,  e o comissário da Troika em Lisboa, Passos Coelho, foram recebidos nesta manhã do 10 de Junho em Elvas com um esclarecedor coro de assobios e apupos. O povo que acorreu às cerimónias do Dia de Portugal, ao contrário das autoridades fictícias, levava missão para cumprir: exigir a demissão ou resignação dos figurões e, com aplausos na hora do desfile militar, incentivar as Forças Armadas a tomar posição revolucionária tendo em vista correr com aquela gente toda, caso insista em continuar a embaraçar a Nação.

Cavaco Silva, nas diversas discursatas a propósito das comemorações, além de exortar os portugueses a praticarem desporto, considerou que cada cidadão está obrigado a cumprir a sua missão em prol da recuperação do País. 
Troquemos por miúdos: o (in)dignitário barricado em Belém, que foge ao cumprimento da missão para que foi eleito, agredindo e permitindo agredir a Constituição numa parte de Portugal - a Madeira - atreve-se a dar lições de patriotismo aos portugueses que lhe pagam para um trabalho que ele nem sequer realiza.
Na intervenção principal, sr. Silva revelou o número de ovos produzidos no Alentejo, as toneladas de produtos lácteos exportadas este ano, os níveis comerciais da cortiça e do vinho do Porto... zz... o aumento de 24% dos litros de leite de vaca charolesa... os troços de couve recolhidos em... zzzzz... 

Que c...!

Este Presidente, se conseguisse concentrar um pouco de vergonha na cara, inventava uma desculpa qualquer para voltar ao Boliqueime e consumir o resto dos seus dias com a sua reformazinha - que chega para o efeito, apesar de ele a rotular de miséria.
Quanto a Passos Coelho, eleito primeiro-ministro mas a funcionar actualmente como embaixador da Troika em Portugal, faria um favor a si próprio demitindo-se de todas as funções oficiais.
É que os militares portugueses receberam esta manhã mais um claríssimo voto popular indicando a necessidade, a urgência de um novo 25 de Abril, embora desta vez eficaz o bastante para sem contemplações 'quebrar os dentes à reacção'.
O povo está farto de ser convocado para pagar as porcarias paridas pelos políticos deste País, de norte a sul e da Madeira aos Açores.

No Funchal, vimos esta manhã uns quantos dinossauros fossilizados, incluindo o mandatário insular de Passos Coelho, a servir de emplastros às cerimónias regionais do 10 de Junho. A hipocrisia ondulante a insuflar vários lençóis fantasmagóricos, lado a lado com as assombrosas obras do aterro. Espectros que erram pela tabanca enquanto não chega a hora, já próxima, de serem corridos para catacumbas onde escapem à turba.
Depois da encenação junto do monumento ao emigrante, mesmo diante do Iate dos Beatles (que ainda jaz por ali), passaram os pares do reino ao interior do Palácio de São Lourenço, castelo da soberania onde continua deambulando aquele espectro de ministro da República, hoje rotulado de representante, perfeito aborto da subserviência ao regime da crápula tribal. 
Mas vá lá que hoje reconheceu o aumento do desemprego, da exclusão social e da emigração cá na terreola. É uma verdade evidente, mas que se costuma esconder. Vá lá.
Ao contrário do que se verificava em Elvas, ao longo da manhã, o povo madeirense ignorou aquele cerimonial cínico. Não apareceu - logo não aplaudiu nem assobiou. Não sabemos se assim não foi ainda mais categórico do que nas agitadas comemorações nacionais.

Vimos este cenário esta manhã... por escassos minutos. A manhã de sol pedia que não a estragássemos. Fomos então pela cidade. Mas... nem por isso sentimos qualquer coisa que nos fizesse orgulhar da Raça em dia de comemoração.


Diante deste cartaz, curvaram-se e bateram no peito hoje 4 ou 5 hipócritas do patriotismo.


...Assim como sacudiam poeira de cinismo as colgaduras em edifícios oficiais.


...Mesmo nas casas de saúde como este parlamento regional.


Na ponta da Pontinha, esvoaçava o pavilhão patriótico azul-amarelo, sem sinal de verde-encarnado.
Assim como do alto da tabanca drapejava o fervor lusitano com cores da Ucrânia, ou da Suécia.



Não longe, o eterno descontentamento popular.

Ingratidão...


Sempre dentro do espírito azul-amarelo, os crânios despejaram coroas de flores lá para o meio do chão, junto do monumento ao emigrante.


...Ao passo que a Madeira Nova real esmolava na mesa da esplanada.

E novo cravanço (inútil) à mesma mesa, no espaço de 2 minutos.

Era o Dia de Portugal na Madeira.

Era o Dia da Raça na tabanca.

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

"O povo...
...com aplausos na hora do desfile militar, incentivar as Forças Armadas a tomar posição revolucionária tendo em vista correr com aquela gente toda, caso insista em continuar a embaraçar a Nação."

Caro Luís Calisto

Agora é tarde para aplaudir a tropa. Os sucessivos governos, a começar pelo de Cavaco, encarregaram-se de destruir a instituição militar. Os resquícios que ainda existem, perante os efectivos da GNR e da PSP, não servem para nada.
E duvido que um golpe militar tenha alguma aceitação da parte dos países que mandam em nós.

Luís Calisto disse...

É bem verdade, caro Coronel Fernando Vouga, que os desgovernos que nos desgovernaram aniquilaram a instituição militar. Resta esperar que GNR e PSP confirmem não estar desta vez com quem manda, como estiveram com Salazar/Caetano. Quanto aos países que mandam em nós, tomara que também lhes caia em rifa na governação um primo de Cavaco ou de Passos Coelho.