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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

DELÍCIAS DA MADEIRA NOVA






QUADRO BÍBLICO


Sua excelência pactua com o inimigo desde que seja para malhar em quem lhe ameaça o trono


O sacrifício do cordeiro.
A porca da política.





Sem ser preciso recorrer a grande imaginação, poderia ver-se ali a revivificação do conhecido quadro bíblico.
Pastor Cafôfo a entregar cordeiro Albuquerque para queima na fogueira em honra de deus 'Meio Chefe'. E deus 'Meio Chefe' a retribuir o sacrifício com dádivas celestes a pastor Cafôfo.
O pior é que a cena desta segunda-feira nos Bombeiros Municipais nada teve de celestial. Aquilo foi a escatológica realidade em que vivemos nesta Madeira Nova. Mais um episódio da tragédia a que o outro chamava 'a porca da política'.
Só que - só que - assistimos a um dado novo na prestação do sua excelência das Angústias. É verdade que cada dia que passa resulta para ele mais desonroso do que a véspera, logo já não existe novidade nos sucessivos despautérios. Só que - só que - desta vez o sua excelência passou a barreira do que se julgava, nele, o já de si elástico limite da ética.
O Rei da Tabanca não hesitou esta segunda-feira em juntar-se ao 'inimigo', elogiando-o, agradecendo-lhe e fazendo coro com ele, apenas para satisfazer a obsessão de malhar na cruz da sua vida, o seu companheiro de partido Miguel Albuquerque.
Pois claro, ali não há misticismo bíblico, ali há política da grossa, sem maneiras nenhumas.
Paulo Cafôfo houve-se como presidente de uma câmara que precisa de defender os interesses municipais e, logo, a população concelhia. Daí lançar o repto para encontro de contas com o governo (a câmara deve 20 milhões ao governo e o governo 10 milhões à câmara), a que o presidente do dito governo acedeu, argumentando que a política não era para ali chamada, o que interessava era resolver os problemas do povo. Mentira grosseira, já que toda a gente percebeu nas imagens televisivas o cinismo estampado no olhar e na comissura bocal do sua excelência. Política partidária era o que estava fazendo Rei da Tabanca. Que, aliás, não se fez rogado quando achou de ser mais explícito, na sequência do anúncio por Cafôfo da dívida municipal, que passa dos 93 milhões de euros. Depois de tantos elogios e propaganda ter ouvido à administração anterior, estava surpreendido. Nunca lhe passara pela cabeça - chacoteou - que a herança municipal fosse uma tal situação financeira.
Surpreendido?
O que surpreende é o sua excelência ficar surpreendido com uma dívida daquele nível, quando o seu governo deve à volta de 6,5 mil milhões, fora o buraco pornográfico, salvo seja, de que a Justiça procura o fundo há 3 anos, ao sabor da 'Cuba Livre'.
Por outro lado, surpreende que 'Meio Chefe' não se lembre de que Albuquerque pegou na câmara de onde se demitira compadre Virgílio - compadre de 'Meio Chefe' - precisamente por causa dos calotes que começou, Virgílio, a encontrar à medida que abria gavetas e armários daquela câmara. Surpreende que 'Meio Chefe' se esqueça de que a câmara anterior à de Virgílio-Albuquerque tresandava a laranja, tal como as anteriores.
Logo, o buraco tem dono - e isso, sim, não surpreende, porque pertence a um partido especialista no calote, o Partido Social Democrata de onde emerge o devedor desgoverno que temos.
A cena da entrega da ambulância aos Municipais fez lembrar levemente um quadro bíblico.  Mera associação de ideias. Porque Paulo Cafôfo não é um troglodita das religiões. Nem Albuquerque tem costela de cordeirinho político, longe disso. Nem o sua excelência ascendeu aos olimpos divinos. Ele pode surpreender-se com esta conclusão, já que de facto se julga um deus. Mas se, num momento de lucidez, cair em si, há-de reparar que agora também está sujeito ao código 'olho por olho, dente por dente'. Mais ainda, e porque o tempo voa, perceberá que disporá de poucas oportunidades mais para, mediante pactos com o diabo, estracinhar companheiros de partido no altar da ignomínia.

6 comentários:

Anónimo disse...

É bem verdade o que diz Luis Calisto mas assenta num pressuposto que convém ir modificando. É que o dito S. Exa. tem mesmo os dias contados e, como tal, o futuro não é dele nem ele terá sequer qualquer influência directa ou indirecta. O S. Exa. é uma carta fora do baralho no pós eleições internas do PPD. Ninguém lhe dará a mais pequena importância e portanto só tem tempo de antena agora. A análise a pensar no que acontecerá a esta figura e o que lhe está destinado, desvirtua a atenção daquilo que realmente importa e dos que estão no verdadeiro julgamento actual e futuro. Neste caso é Miguel Albuquerque que começa a ver cair a sua figura imaculada de bom gestor que bem soube gerir mediáticamente como seu ministro de propaganda Calado. Acontece que os holofotes e o acesso a dados por parte de Cafofo fazem cair o estatuto imaculado de Miguel e S. Exa. agora mais não faz do que dizer aquilo que sempre pensou mas em nome de uma solidariedade política não podia dizer. Já Albuquerque não agiu do mesmo modo, pelo que agora colhe os furtos do que semeou. Insistindo na ideia: Albuquerque só tem a perder enquanto o S. Exa. já nada tem a perder, nem a vergonha. Albuquerque perde porque já se sabe que não é solidário e traiu as hostes internas (isto não é bom para quem quer ser líder) e agora é exposto publicamente quer pelo S. Exa. quer pelo novel Presidente do Funchal que tem acesso a números e vai colocá-los na praça pública sempre que deles precisar para explicar o que encontrou e a miséria que foi a vereação de Albuquerque. Isto tudo era bonito quando se tinha o controle mas, Albuquerque ainda não percebeu que já o perdeu há muito. Está e vai continuar a ser cozido em lume brando, um lume que ele próprio atesou enquanto os seus comparsas assistem quietos calados porque já sentem o sabor do belo cozinhado.

Anónimo disse...

Não vale fugir do tema... qual a real dívida da CMF? Que buraco deixou realmente o anterior presidente de Câmara? Começam-se a descobrir as verdades... Deus nos livres de aquele senhor algum dia chegar a Presidente da Região... Força Mudança!

amsf disse...

Vejo aqui outra cena bíblica: a do sábio Rei Salomão que para descobrir a maternidade da criança propõe-se racha-la a mãe levando a verdadeira mãe a optar por perder a criança a favor da outra para assim a salvar.
Neste caso, a "mãe" AJJ prefere que se mate a criança (PSD/M) a que esta seja entregue à "mãe" impostora (Albuquerque ou outro qualquer! Com o UI nem o rei Salomão conseguia mostrar a sua sabedoria.

Anónimo disse...

O Ui desconhecia a divida da CMF tál como desconhecia quando disse a Virgilio Pereira que era preciso fazer omoletes sem ovos. Já na altura levou com a porta no focinho , e vai continuar a sua politica de terra quimada , vai destruir o PSD-M e só não destroi a Madeira porque as pessoas estão a acordar.

Anónimo disse...

Insisto, qual a real dívida da CMF? O Paulo Cafofo tem razão? Há dívida escondida? E o magnânimo e salvador Albuquerque não diz nada? É que realmente quem lia as notícias no Diária, só lia coisas fantásticas sobre a dívida e despesa da CMF...

Anónimo disse...

Meus caros amigos ,
A divida da Camara do Funchal é de 93 milhoes de euros. Isso nunca foi escondido. Por varias vezes saiu nos jornais e de tres em tres meses constava dos relatorios que obrigatoriamente eram apresentados na Assembleia Municipal. Agora vejamos a real dimensao da divida. Este valor corresponde a um orçamento anual da Camara. A divida de Portugal corresponde a tres ou quatro vezes o orçamento anual do país. E a divida da Madeira, da responsabilidade dos governos de AJJ, no valor de 6 mil e quinhentos milhoes de euros, corresponde ao valor de cinco orçamentos regionais. Estao a ver a diferença? Nao é preciso ser economista para perceber isto.AJJ tenta com estas manobras esconder a descomunal divida que criou, muita da qual em obra de duvidosa utilidade. O estranho é que Paulo Cafofo alinhe nisto. Pode vir a sair-lhe caro.Tenha cuidado, porque quem cospe para o ar pode-lhe cair na cara.