Laranjal Novo

FERNANDA CARDOSO HERDOU

DOIS PROCESSOS DE EXPULSÃO

O conselho de jurisdição já em funções no PSD-M pega em dois processos disciplinares que vêm de trás. A 'união de Albuquerque' também vai expulsar? Vai amnistiar estes, ferindo os estatutos? E os que foram expulsos anteriormente?

O feitiço dos processos de expulsão ainda não foi exorcizado da apocalíptica mansão dos Netos. Pelo contrário, o novelo encantado parece ter sido transmitido aos novos senhores da 'união de Albuquerque', partido refundado e mergulhado num estado de graça caído do céu. A presidente do conselho de jurisdição, Fernanda Cardoso, depara-se com a responsabilidade de substituir a equipa chefiada por José Prada, a qual fica na história do PSD-M por ter desobedecido a Jardim na 'ordem' para expulsar Miguel Albuquerque. A entrada em funções da nova titular não está nada facilitada, já que se depara com dois berbicachos por resolver.

Basicamente, é o seguinte.

Em São Vicente, a estrutura social-democrata local queixou-se na Rua dos Netos de um militante, Duarte Dinis Faria, que foi candidato naquele concelho pela lista 'Unidos por São Vicente'. Acontece que o mesmo militante continua integrando os cadernos eleitorais do PSD, apesar de ter sido eleito para a assembleia de freguesia de São Vicente pelo UPSV. Só não sabemos se votou nas internas.

É por isso que a queixa, enviada para o PSD ainda durante a campanha eleitoral dos Delfins, pede a expulsão de Duarte Faria, a quem os subscritores classificam de "traiçoeiro".

Segundo caso: Porto Santo.

Dinarte Silva, eleito membro do grupo PSD na assembleia municipal, decidiu desalinhar dos companheiros de partido votando a favor do concurso aberto por um vereador do PS que se nomeara a si mesmo em determinada função. A primeira medida foi banir Dinarte do grupo municipal social-democrata, que ficou reduzido a 6 membros. Depois, comunicar o caso ao partido. O que aconteceu. E agora?

São dois casos para o CJ de Fernanda Cardoso resolver.

No primeiro caso, mandam os estatutos expulsar quem concorrer a eleições em listas adversárias. No segundo, há pano para discussão.

Albuquerque, em pleno congresso, anunciou a nova dinâmica de atrair pessoas ao partido em vez de expulsá-las. Assim sendo, a nova onda laranja 'entra a matar', executando expulsões de militantes e quadros, mesmo merecidas? Haverá uma espécie de amnistia? Neste caso, abrangendo também as vítimas de Jardim - Simplício, Humberto Vasconcelos, Gabriel Farinha...?

Para debaixo do tapete é que as 'batatas quentes' não poderão ser varridas.