FAMÍLIA DE PAULO MARTINS
RECUSA CONDECORAÇÃO DO GOVERNO
Guida Vieira não compareceu esta tarde no Palácio do Governo, Avenida Zarco, onde correu a cerimónia de aposição de insígnias honoríficas madeirenses a personalidades destacadas pelo governo regional. A autarca funchalense, dirigente partidária e sindical e histórica da UDP e do Bloco de Esquerda, tinha sido contactada no sentido de ir receber o galardão com que o executivo decidira distinguir seu marido, Paulo Martinho Martins, neste Dia da Região.
No entanto, Guida Vieira rejeitou a distinção. Não compareceu à cerimónia. Assim como nenhum membro da Família lá compareceu.
Esta atitude, assumida discretamente, sem aparato na comunicação social, surge em coerência com o desagrado dos familiares de Paulo Martins pela desconsideração do PSD, que sustenta o governo regional, ao chumbar inesperadamente uma proposta do Bloco de Esquerda para atribuição de uma Medalha da Região ao líder histórico daquele partido, falecido há cerca de dois anos. A proposta do BE sugeria uma homenagem parlamentar. Porque o Parlamento foi uma Casa a quem Paulo Martins tanto deu em 3 décadas. O PSD entendeu levar a sua avante e desfazer na imagem de Paulo.
Roberto Almada manifestou na altura a sua profunda indignação pelo desprezo a que a maioria, como fazia noutros tempos, votou uma personalidade madeirense que se distinguiu desinteressadamente na vida pública regional, à qual deu todas as suas muitas qualidades políticas e democráticas, a ponto de receber a alta distinção da Comenda da Liberdade das mãos do antigo Presidente da República Jorge Sampaio.
No passado sábado, a Câmara do Funchal materializou a deliberação municipal de atribuir o nome de Paulo Martins a uma rotunda na Estrada Dr. Pita - concorrida cerimónia presidida por Paulo Cafôfo e em que participaram, além de Guida Vieira, sua filha Joana Martins e demais familiares, o presidente da Assembleia Municipal, Rodrigo Trancoso, alguns vereadores, deputados regionais, antigos adversários do homenageado de todo o espectro político regional e o líder do Bloco de Esquerda, Roberto Almada.
Guida Vieira decidiu recusar a honraria de um governo laranja cujo grupo parlamentar ainda há dias desconsiderou um carismático símbolo da Esquerda madeirense de 30 anos. Não temos a menor dúvida de que o próprio Paulo Martinho Martins faria o mesmo.
5 comentários:
Curioso que alguns se julguem donos da liberdade. Estranho que o Calisto que retratou bem a história da madeira na revolução, ignore os actos agressivos e anti democraticos de Paulo Martins, perseguições, ameaças verbais e físicas, planos de invasões de propriedade privada. Discursos inflamados... Agora que morreu é mais que todos...
"Planos de invasões de propriedade privada"?! Este comentador Anónimo das 22:48h está a precisar do número do Dr. Saturnino!
A Guida Vieira não recusou apenas a insígnia atribuída pelo Governo Regional. Recusou também essa atribuição pelo Povo da Madeira. Fica mal aos paladinos da liberdade e mostram o seu mesquinho rancor.
incoerente e incompreensível esta posição , dias depois de aceitar uma " homenagem " de um executivo camarário , que tem praticas com as quais o homenageado nunca concordaria , vem recusar uma distinção merecida , dada em nome de todos os Madeirenses .
espero bem que não fiquemos a saber que por detrás da aceitação da homenagem da CMF não está algum interesse pessoal.
Uma família que prefere uma Rotunda a uma insígnia de valor autonómico, está tudo dito...
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