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terça-feira, 24 de junho de 2014

FUTEBOL DO AVESSO



CAMPEÕES DO MUNDO
EM PENTEADOS E TATUAGENS

A maçada que dá fazer o penteado para depois correr o perigo de o estragar, nos jogos que a FIFA inventa! 

A Federação precisa de dar atenção aos sinais deste Mundial. Não temos jeito para a bola, mas está provado que em cortes de cabelo, tatuagens e autógrafos ninguém nos bate. É começar a trabalhar já com vista a 2018, a pensar na passerelle.



Antigamente, quando os impressionantes filmes de terror acabavam à meia-noite no Cine Parque, imagine-se o que não seria o cidadão deparar-se com isto a caminho de casa, a saltar das trevas de um bananal!


Festejámos como loucos a proeza de Cristiano Ronaldo quando ele foi a Estocolmo marcar os 3 golaços que garantiram o apuramento para mais uma 'bola de ouro'. Mas até as moedas de ouro têm reverso. No caso, e por causa da epopeia sueca, fomos obrigados a participar no Mundial ainda em curso. Com jogos e tudo! Preço demasiado alto para um sucesso individual do nosso conterrâneo.  
Como dizia Carlos Queiroz a semana passada, para alguns competidores tudo estaria bem se o Mundial não tivesse jogos. Mas - por força dos interesses da FIFA - um seleccionado não pode passar umas semanas de Brasil sem a maçada dos 90 minutos de cada vez, dentro do campo.
Sem chauvinismo, somos de opinião de que, afora os jogos, a representação lusitana seria fortíssima candidata a campeã do mundo. Temos visto artistas bem pintados noutras selecções, mas ao nível de cortes de cabelo e penteados, tatuagens e empatia com as miúdas, além da popularidade aferida pelas multidões que esperam horas e dias debaixo de chuva torrencial e trovões ou calor de rachar - aí tenham paciência mas ninguém leva a palma aos nossos rapazes. 
Assim que não espanta verificar os cuidados que eles demonstram, com profissionalismo exemplar, no visual em cada jogo. Eles fixam o olhar nos écrans montados por cima das bancadas, para ver o estado do cabelo ou da barba,  quando são focados pelas câmaras, com mais empenho do que seguem a chatice dos passes em profundidade e cruzamentos dos norte-americanos e dos alemães. 
A propósito destes adversários, veja-se o aspecto bota-de-elástico de Klosers e Müllers, que não se incomodam nada com a moda e se atrevem a comparecer num Mundial com penteados normais. É verdade que marcam golos como chuva, mas a vida são dois dias.
Pensamos por vezes que os dirigentes federativos são testas-de-ferro de alguma multinacional de calculadoras, ao fazerem tudo para nos obrigarem a contas até ao fim das provas. Mas não se pode exigir muito mais a quem dá o que tem, essa é que é essa.
Depois de nos apurarmos à rasca naquele jogo sueco, e isso porque Ronaldo precisava de brilhar para dar uma bofetada de luva branca no rosto do ratazana Sepp Blatter, e outra em Messi, a sorte da Selecção ficou traçada: era viajar ao Brasil e enfrentar uma prova onde não encontraríamos já os marretas do Azerbaijão, Israel, Luxemburgo e Irlanda do Norte. E então?
Perante a difícil missão, Paulo Bento fez pelo melhor. Ao menos, bom ambiente na caravana. Se havia jogadores que mal haviam alinhado nos seus clubes toda a época, vamos compensá-los com um passeio ao Brasil, para elevar os índices de boa disposição entre todos. Mesmo os que andavam de muletas, a contas com lesões crónicas, tinham de seguir viagem, porque haviam participado num ou noutro jogo do apuramento e então como esquecê-los na hora que interessava? Danny e Rúben Micael não foram contemplados, mas não podia ir o país inteiro.
Enfim, já em terras de Vera Cruz, como diz o outro, chegaram os banhos de multidão, os autógrafos, os beijos e abraços das mulatinhas brasucas, umas jantaradas com aqueles 200 quilos de bacalhau, enfim. Ah, e as deslocações da camioneta e os treinos transmitidos em directo, como nas visitas do Papa. 
Raio! E os jogos que os chatos da FIFA calendarizaram, para estragar o idílio?!
Vamos fazer a coisa com tranquilidade - terá pensado Paulo Bento. Se, graças à calculadora e à bola de ouro de Ronaldo, o processo anterior correu bem, não há que inventar.
Então, toca a jogar com 10 contra 12, como habitualmente. Ou seja, com um ponta-de-lança que não só não faz nada por nós como serve nas transições 'bola nossa-bola deles'. Que não joga por nós e joga pelo adversário, quando muito chutando para as bananeiras ou 'atrasando' a bola para o guarda-redes contrário.
Vejamos: Hugo Almeida é convocado e posto no onze porquê? Ele joga e não faz nada. É convocado outra vez e nada faz. E vai sendo convocado, ano após ano, como um indiscutível, quando não sai daquilo. O mesmo com Hélder Postiga, 'arma secreta' usada quando Hugo Almeida está de baixa. Menos mau ainda é o Éder, mas o sistema é inapropriado para o material humano que temos. Não há ponta-de-lança com qualidade. Logo, Paulo Bento, para não jogar com 10 contra 12, deve mudar de sistema. O Barcelona fá-lo! Ronaldo e Nani marcam golos. Chegam ambos lá na frente. Mas não. Bento prefere apresentar apenas 3 médios diante dos 4 cavalos da Alemanha, salvo seja, só para dispor daquele 'peso morto' na posição de ponta-de-lança. 
Esperamos novo milagre, na jornada de quinta-feira. A Senhora de Fátima tem dias. Portugal precisa de golear o Gana e que a Alemanha vença os Estados Unidos. Ou então é vencer o Gana, mesmo com resultado escasso, desde que os germânicos goleiem os còbois americanos. Elementar, como se vê. Parece que, mesmo falsificadas, nem as calculadoras da FPF arranjam as contas que interessam. E a Senhora de Fátima também exige mínimos para os milagres.
Com realismo, convenhamos que resta os rapazes darem o seu melhor. Em esforço. Porque, em qualidade, à excepção de Ronaldo, Nani e do impulsivo do Pepe, são jogadorzinhos que jogam, jogam, jogam até fartar, e não passam daquilo. Se tivessem nascido numa Espanha, numa França e por aí fora, nem sonhariam alguma vez em ser internacionais. Não há que iludir. Mas vestem o verde-encarnado nacional e podem contar com a nossa amizade. Sem prejuízo de repetirmos: que pena o Mundial não ser numa passerelle.

1 comentário:

Anónimo disse...

O resultado de um país todo ele pimba e azeiteiro dominado pelo Big Brother e o, lá está, "Somos Portugal"!