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quinta-feira, 19 de julho de 2012



'CORTINA DE FUMO' DA RTP-M IMPEDE-NOS DE PERCEBER OS INCÊNDIOS 


A TV de Miguel Cunha e Martim Santos censurou friamente os telespectadores que se atreveram a criticar



Quando não são os profissionais a trabalhar livremente, a TV da Levada do Cavalo colabora na asfixia do povo madeirense, proibindo-lhe a menor crítica ao poder instalado. Até numa p... de um incêndio!

Enfim. Depois de mais de duas horas 'aos papéis', a RTP-M lá conseguiu chegar à notícia dos incêndios, na noite de quarta-feira.
Uma eternidade para sair da Levada do Cavalo com repórteres e câmaras, enquanto as televisões nacionais mostravam as labaredas das zonas altas de São Gonçalo aos seus telespectadores.
Uma vez entregue o processo aos profissionais, a emissão, embora irremediavelmente atrasada, lá engrenou. Isso quase 11 da noite, quando o assustador sinistro começara pelas oito-nove.
Uns directos da zona do Palheiro Ferreiro e São Gonçalo puseram os ansiosos telespectadores a par da situação, na medida do possível.

O pior foi depois. Cheira-nos que a coordenação da emissão foi profanada por extra-terrestres do 'plateau'.
A partir de certa altura, a jornalista Tânia Spínola chamava o repórter Filipe Gonçalves, que falava de 'cascos de rolha', sem imagem, no momento em que víamos imagens de outro sítio gravadas muito tempo antes. O mesmo com as chamadas a Paulo Jardim, este com câmara privada, mas com poucos resultados.

A TV mostrava labaredas piramidais, corríamos à varanda do Funchal e víamos o anfiteatro muito mais calmo do que horas atrás. Outras vezes, falavam em reancendimentos e... era gravado. Que raio de directos!


Censura escaldou como o braseiro de São Gonçalo

Pior ainda: a RTP dispôs-se a passar comentários e informações dos telespectadores. Mas depressa percebemos para quê: para que se produzissem felicitações à reportagem da RTP e sobretudo ao trabalhos das forças de combate aos sinistros, comandadas pelos competentes políticos entretanto chegados ao 'teatro de operações'.
Assim que um telespectador ensaiava uma crítica qualquer, 'obrigado e boa noite' - cortava-se malcriadamente a palavra ao comentador, em nome da censura oficial e do bom relacionamento da RTP com o poder, e toca a passar adiante.

Em resumo, a RTP-Madeira pretende ser a televisão dos madeirenses, mas nega-lhes uns meros desabafos em horas de carência.

Vários foram os telespectadores que tentaram chamar as atenções para deficiências que eles mesmos verificaram no plano de reacção aos incêndios.
Mas a jornalista - não acreditamos que por iniciativa própria - retirava o 'pio' a quem tentasse criticar.
Foram vários os exemplos pela noite dentro.
Uma mulherzinha foi 'calada', um guia turístico idem, e idem ainda com um tal Martinho que atacou a emissão atrasada da RTP e os ditadores políticos da tabanca.
"Não é hora de apontar o dedo", disse a jornalista, enquanto a técnica desligava o som do comentador.
Então quando é essa hora?

Vergonhoso descaramento da estação oficial!

Neste momento, são 00h37 de quinta. Temos a SIC Notícias em directo de São Gonçalo. A SIC! É para lá que vamos, sem ideia de regresso à Levada do Cavalo. Para ouvir graxa já chega o telejornal, dia a dia.


O dr. Jardim evidentemente fica satisfeito com esta vergonha de emissão. Pelos vistos, escolhe os entrevistados para os programas da sua TV (já lá vamos, um dia destes) e manda nas reportagens com impacto.
O serviço aos madeirenses pagantes é que piora, se é possível.




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