Delírios da Madeira Nova

Indignação no Porto Santo: Polícia ocupada no treino de Bernardo Sousa

A esta hora, 15h30 de terça, porto-santenses, madeirenses e estrangeiros apanham trânsito condicionado na tórrida zona norte da pequena ilha

Há veraneantes madeirenses revoltados com a situação com que se deparam neste momento: a estrada do norte da ilha do Porto Santo que liga a Camacha à Serra de Dentro não permite fluidez ao trânsito.
Carros da polícia e vários agentes controlam as duas entradas, a norte e a sudeste, de modo que os visitantes não prejudiquem os treinos em curso naquela zona do piloto Bernardo Sousa.
Madeirenses e muitos turistas estrangeiros que viajam em carrinhas encontram-se perto da Quinta do Serrado, à espera de vez para passar. 
Os próprios polícias não escondem o seu desconforto pela missão peregrina de que foram encarregados.

"Inacreditável em qualquer parte!"

Quem nos liga de lá não se contém: "Andamos a pagar impostos para termos uma polícia em peso destacada para o treino de um carro do rali! Isto só na Madeira, isto é inacreditável em qualquer parte do mundo!"

Na realidade, custa perceber a espantosa situação.
É certo que o nosso valoroso volante, depois de uma primeira e agradável prestação do automóvel como carro zero no Rali de Ypres, precisa de testar o seu Lotus Exige S R-GT novinho, que aliás ainda espera pela homologação.
Mas não haveria estrada na Madeira, com alternativas para a população circulante, onde Bernardo e os técnicos verificassem como se comportam nestes ares o motor V6 central e a caixa de 6 velocidades?

Optando os responsáveis por outra solução, o bólide fabricado em Inglaterra, que levará na prova madeirense o n.º de porta '6', viajou na manhã desta terça-feira para o Porto Santo. E neste preciso momento provoca aquele inevitável espalhafato pelo norte da ilha.

Ora, os madeirenses amantes do automobilismo querem apoiar o piloto da sua terra na carismática prova, não querem ficar 'de ponta' com o rapaz, que não deve ter a menor culpa nesta salsada: madeirenses e porto-santenses indignados à beira da estrada, carrinhas de turistas pára-arranca no alto da serra e polícia ocupada por causa do treino de um carro de ralis! 
O caso poderia ter-se resolvido talvez de maneira mais pacífica.