Estilhaços de Madeira

JOVEM PEDRO PEREIRA AMEAÇA 'PARTIR A TASCA' NO CHÃO DA LAGOA

O antigo líder da JSD-Madeira saiu do congresso do passado fim-de-semana mais indisposto do que quando lá entrou. "Esperem que vão ver o que vai acontecer no Chão da Lagoa!", ameaçou no final perante quem o quis ouvir, nos 'passos perdidos' do fórum da Fundação Social Democrata, em Santa Quitéria.

A história é conhecida. José Pedro Pereira compareceu no congresso com os seus apoiantes desde cedo revelando a intenção de boicotar a consagração do seu sucessor na liderança da Jota. Passadas mil peripécias, com demissões, brigas e suspensão de trabalhos, Pedro Pereira viu-se reduzido a uma minoria enquanto Rómulo Coelho encerrava o congresso na condição de vitorioso.

José Pedro Pereira, que chegou a negar haver apresentado a sua demissão que toda a gente viu banhada em lágrimas pela TV, não encaixou as 'ilegalidades' do congresso. Já nos 'passos perdidos' das instalações da Fundação, rodeado de apoiantes, lançou séria ameaça relativamente ao próximo domingo, dia de Chão da Lagoa, na Herdade.

Os avisos e as ameaças do jovem José Pedro, que nos contaram 'ipsis verbis', têm sido analisados em diversos patamares do PSD. Elementos da nova onda JSD previnem-se para o que der e vier, cônscios da desenvoltura da facção vencida no congresso. Evidentemente que Rómulo e companhia estão sob mira dos antecessores.

Mas não apenas esses jovens encaixaram a ameaça. Entre os apoiantes de Miguel Albuquerque, admite-se que os anteriores dirigentes da JSD liderados por Pereira, que sempre combateram a candidatura do presidente da Câmara à liderança do PSD, aproveitem o domingo de movimento e festa na serra para concretizarem provocações até agora feitas à distância.

Quanto à nova Jota de Rómulo, também tem sido acusada de conotações aos laranjas municipais. O que aumenta o azedume de Pereira e seus rapazes.

O ambiente cresce em tensão à medida que o domingo se aproxima. Estranhamente, os militantes do partido em festa não temem uma 'invasão' interpretada por partidos oposicionistas, mas a instauração de um clima de guerra no planalto por jovens companheiros do laranjal.

Antevendo o significado das ameaças

"Esperem que vão ver o que vai acontecer no Chão da Lagoa!" Que quer significar este ameaço de José Pedro Pereira?

Olhemos a situação, agora com um pouco de humor.

O aviso pode prenunciar a colocação dispersa de antigos elementos da Jota a funcionar como claque para puxar assobios quando Rómulo Coelho se chegar à frente no palco, para a sua intervenção. Ou/e durante o discurso de Miguel Albuquerque.

Se ficarem por aí, não se pode condenar os rapazes despeitados. E mesmo que haja umas 'bocas' e uns encontrões quando as facções se cruzarem no trajecto entre as barracas, bom, já se sabe o que são rapazes com o sangue na guelra.

Agora se alguém tentar agitar mais os ânimos, uma provocação a falar na família, depois de umas ginjas na barraca do Curral e uns jaqués em São Vicente - num caso desses é preciso gerir a situação com cuidado. Há espetos de carne por todo o lado, foices e enxadas pretensamente decorativas, copos e garrafas a granel, cuidado para ninguém se magoar.

Não há necessidade de zaragatas físicas quando as que Jaime e Jardim vão arranjar nos seus discursos aquecerão ainda mais a brasa estival no planalto.

Que tudo corra bem naquela festa preparada para combater os verdadeiros inimigos da Madeira, que, como se sabe, são todos os que estão lá fora e todos os que estão cá dentro.