ENXUTAS PARA BAIXO, MOLHADAS PARA CIMA
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A dois dias do equinócio de Outono (22 de Setembro) prosseguem a um ritmo alucinante as obras de criação das ribeiras siamesas do Funchal. Enquanto o mar não embravece e não chegam as águas turbulentas da montanha, as retroescavadoras e os camiões queimam combustível e euros, empurrando a areia enxuta para baixo e retirando as pedras molhadas para cima. Oxalá que neste frenesim não venham a ser arrastados restos de corpos desaparecidos a 20 de Fevereiro de 2010.
Entretanto, para que os pagadores de impostos não bisbilhotem o andamento das obras, uma parte significativa da Avenida do Mar já está vedada. A cabra cega ficou de fora (foto 10), mas a autonomia não escapou ao cerco (foto 11).
Com a vista cerceada pelos tapumes, na minha memória aflorou uma das muitas estórias atribuídas ao Dr. Aníbal Faria. Consta que nos anos sessenta do século passado perguntaram ao velho psiquiatra se a Madeira necessitava de mais manicómios. Ele respondeu que melhor seria vedar a ilha.
Depois do serviço público de televisão ter transmitido ontem mais uma alucinada exibição do presidente da junta de freguesia da Madeira e de ter fotografado esta manhã a vedada marginal do Funchal, fui obrigado a reconhecer que o Dr. Aníbal Faria tinha razão. O homem foi um visionário!
Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal
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Sabe qual sera o destino do Vagrant?
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