BAÍA DO FUNCHAL - a loucura continua
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A aloucada obra na Baía do Funchal continua em ritmo acelerado. Com dinheiro da Lei de Meios (logo dos bolsos de todos os portugueses) e com o argumento da correção dos troços finais das ribeiras de Santa Luzia e João Gomes para aumentar a segurança da cidade, prossegue o caríssimo jogo de atirar terras enxutas para baixo e de puxar pedras molhadas para cima.
Do outro lado da baía, no mirante de Dona Guiomar, um alucinado excita-se com o movimento e o ruído da maquinaria.
Quem, com sanidade mental e coluna vertebral ereta, assume posição contrária às últimas obras do regime megalómano, é de imediato ameaçado com processos crime e cível. Entretanto, na justiça arrastam-se penosamente as investigações às crateras financeiras e aos seus criadores.
Com terra, areia e pedra transportada do aterro junto ao cais, está a ser construído um outro aterro a leste da foz da ribeira de João Gomes e que muito brevemente chegará à Fortaleza de Santiago. Os doutos estudos duma empresa, que tem no seu brilhante currículo a híper cara e inacabada Marina do Lugar de Baixo, aconselharam os visionários governantes a construir ali praias que serão alimentadas com o material resultante do desassoreamento das ribeiras. Estão a ver o negócio?
Julgo, no entanto, que se esqueceram que ali existe uma estação de tratamento de esgotos com descarregador de emergência para a praia. E, mais importante, que aquela secção da baía já pouco beneficia da proteção do molhe da Pontinha para a ondulação de sudoeste e que está completamente desabrigada em relação às tempestades de sul e sudeste.
As fotografias 1 a 5 mostram que o aterro já está a ser feito à frente da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais). As fotografias 6 e 7 mostram como o mar bateu no mesmo local a 02 de Fevereiro de 2010. Atenção, isto não foi no dia 20 de Fevereiro. Esta tempestadezinha de sudoeste ocorreu dezoito dias antes da grande aluvião. Já quase ninguém se lembra! Aqui ficam as imagens para memória futura.
Não sei prever o dia, mas tenho a certeza que o mar vai demonstrar aos desgovernantes e aos madeirenses acomodados que a natureza não pode ser modelada como se fosse plasticina.
Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal
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7 (Foto D.S.) |
Nota da 'Fénix' - De tanto descaramento, de tanta evidência da loucura, começamos a duvidar: não será que o alucinado das Angústias é que está bom da cabeça e nós todos pirados da cuca? Lembrem-se do exemplo daquele soldado a quem o pai viu a marchar certo no meio de um batalhão inteiro com o passo trocado, todo ele.
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