REGRESSO À PEDRA LASCADA
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| Com prática não custa tanto assim. Que remédio... |
Os fumadores madeirenses estão a ceder a uma curiosa mudança de hábitos ditada pelas necessidades actuais: deixar os maços de tabaco nas máquinas e fazer os cigarros manualmente.
A falta de dinheiro obriga.
Lembramo-nos dos velhos tempos em que os mestres apagavam o cigarro a meio, guardando a beata atrás da orelha.
- Para que é isso, perguntámos uma vez.
- Para fumar daqui a bocado... porque o sr. doutor proibiu-me de fumar um cigarro de uma vez só.
Dinheiro era raridade, nesse tempo em que no top dos cigarros mais populares se impunham inequivocamente o "King Size de Barquinha", ou simplesmente "Boa Viagem" (com feltro fingido), e o "Se me dão".
A moda passava também pela compra de cigarros avulso - 5 'Pompeias', 'São João', 'Santa Maria'... ou mesmo 2 'EM' ou 'Magos' por 5 tostões...
Estamos a regredir na História, mesmo sem máquina do tempo.
Voltámos a usar tanga e a fazer cigarros como no velho faroeste. E quem não dispensa mesmo o cigarro que ensaie já fazer fogo com dois pauzinhos.
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| Há vícios que são luxo para o povo. Só quem fuma charuto não dá pela crise. |
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