"O POVO NÃO PODE FAZER MAIS SACRIFÍCIOS"
Chefe da Tabanca passou algumas horas este domingo no Santo da Serra para transmitir uma pertinaz mensagem à viloada que o mantém no poder há mais de 30 anos.
"O povo não pode fazer mais sacrifícios do que já fez", bradou aquela garganta conhecida pelo sem pudor das lampanas através dela despejadas.
Enquanto dava de pau nas maçãs para fazer sidra e assim dizer que é formiga e não cigarra - desse modo abrigando-se das críticas do ministro Miguel Macedo -, cacique das Angústias atacou a roubalheira do Estado ao povo.
Pela 500.ª vez exigiu a mudança de regime - no Continente, porque aqui a brigada do reumático vai bem de saúde.
Voltou a pedir caras novas - em Lisboa, porque aqui os fósseis do PPD lá se vão aguentando, e cada vez mais ricos.
Evidentemente, chefe da tabanca (hoje é mais feiticeiro do que chefe) considera-se um dos elementos do povo que não podem fazer mais sacrifícios.
Pode haver quem julgue o contrário, mas torna-se cada vez mais perigoso e difícil ao chefe tribal vender banha-de-cobra nos arraiais, como nesta imagem de ontem no Santo da Serra, porque há sempre uns loucos à solta com um copo na mão e, além disso, a viloada diz que sim pela frente, mas pelas costas chama-o de fascista para baixo.
O tempo de areal não acabou há muito e o homem está mais de rastos do que à ida para o Porto Santo. Sentir que já nem há quorum para uma patuscada no Bar do Henrique é deprimente. Depois, são jornais e partidos da oposição a bater nas dachas. O almoço no barco dos Sousas também já não é o que era. Bom, o povo não aguenta mais sacrifícios, a verdade é essa.
"Coitado de quem é velho" - o homem sempre o disse, julgando que o caruncho não lhe chegava.
Sacrifícios! Se os ingratos imaginassem o que custava desfilar naqueles carnavais loucos! Se palpitassem a dor debaixo do riso para enganar os inimigos de dentro e de fora! O esforço para não gastar demasiado uísque, por causa das fotografias em cuecas!
As atenções para conhecer os verdadeiros amigos, aqueles que não nos abandonam quando a hora é difícil!
Trabalhar, trabalhar, meter uma bucha sempre à pressa quando se trata de comparecer no terreno.
Despachar a copofonia de um fôlego, porque o tempo não é elástico.
Um banho para refrescar, sempre a correr e da maneira que for.
Simular alegria quando os bofes rebentam por dentro por causa de Passos Coelho que travou a massa das inaugurações e o Albuquerque da Câmara que pretende roubar este lugar de sacrifício!
Já não há mais um sacrifício que o cavalheiro das Angústias possa fazer. Trabalheira dos diachos!
E depois há os que julgam que as viagens são para descansar! Quando chegarem a velhos, verão se os pequenos gestos e obrigações diplomáticas lá por fora não se transformam em missões homéricas!
Mas vá lá ver uma coisa, agora muito a sério: os bananas acham que mereciam melhor?! Vão mas é trabalhar. Continuem formiguinhas obedientes e trabalhadeiras, porque para cigarra existe quem ganhe eleições há 36 anos!
Sem comentários:
Enviar um comentário