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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

DISCURSO OFICIAL





JARDIM TRAZ 'INCÊNDIOS'
AO DIA DA CIDADE






Confirmadíssima, a presença de Jardim nas cerimónias desta quarta-feira, comemorativas do Dia da Cidade do Funchal. Depois de ter pensado melhor, o chefe do governo decidiu inverter a sua disposição inicial de dar uma 'tampa' em Miguel Albuquerque, autarca anfitrião.

Neste momento, Jardim está particularmente determinado, quanto ao conteúdo da sua intervenção na sessão solene, a culpar a Justiça portuguesa pela recorrência dos incêndios na Madeira, todos os anos. 
Não se trata de um discurso novo. Longe disso. Para não ir mais atrás, ainda nos últimos dias, enquanto ardiam florestas e casas à volta do Funchal, o presidente do executivo atribuía grande parte das culpas da tragédia à Justiça, que em seu entender "não funciona".

No círculo político à sua volta, nestas férias porto-santenses, Jardim já deixou escapar que o tema dos incêndios vai aquecer a sessão solene do Funchal na quarta, 21. E vai repetindo aos seus correligionários teorias conhecidas, partindo do princípio de que estamos perante situações de fogo-posto. "Continuamos a ter indícios de criminalidade nestes incêndios", reitera o chefe aos acompanhantes, concluindo: "Não se percebe como é que os responsáveis não foram apanhados, e há mais tempo. E quando alguns são apanhados, põem-nos fora, para fazerem o mesmo no ano seguinte."
Pode mudar de ideias ainda, mas Jardim já disse no Porto Santo, nos seus convívios privados, que voltará a exigir autonomia também para o aparelho de Justiça em funcionamento na Madeira. Pois se é assim em regiões europeias mais pequenas!
Assim sendo, é natural que o chefe do PPD encaminhe o discurso de modo a poder insistir em que apenas os tribunais de recurso devem trabalhar sob a égide do Estado. O resto, regionalizado.

Não acreditamos que Jardim - a não ser em declarações à margem - arranje uma deixa para si próprio de modo a justificar, no discurso, a sua ausência da Madeira nos dias de incêndios. Ele já disse que não gosta de usar a desgraça alheia para ficar na fotografia, bicada que toda a gente entendeu como uma indirecta a Miguel Albuquerque, agora edil anfitrião. Será que o repetirá numa sessão solene, diante de quem o convidou? Albuquerque andou no terreno a coordenar a Protecção Civil do Funchal no período dos fogos. E Jardim não gosta de ver os focos noutros actores.
Mas não acreditamos que entre por aí. Não por cortesia, mas para não ouvir reacções certamente agressivas.

De tudo o que aqui dizemos, só há uma certeza: chefe Jardim garante aos seus companheiros de areal que vai abordar a questão dos incêndios versus Justiça no seu discurso funchalense, quarta-feira. Se o fará efectivamente, não podemos garantir.
Ele é capaz de tudo só para desmentir quem lhe descobre as manhas.

3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Se a Justiça estivesse regionalizada, o Manuel Coelho e outros opositores — talvez o meu amigo —, já estariam a ferros com a acusação de incendiários. E com tudo nos conformes: testemunhas ajuramentadas, provas concretas, etc..

Anónimo disse...

julgo que desta vez Alberto João acertou no alvo, a justiça Portuguesa é a grande responsavel pela repetição dos incendios.
como todos sabes com estas temperaturas depois do incendio eclodir é muito dificil domina-lo , assim o verdadeiro trabalho faz-se na prevenção , na limpesa dos matos , dado que a maioria dos fogos eclodiu na area florestal e muitos deles em terrenos publicos cheios de matagal ( quem não se lembra do famoso tampão verde anunciado repetidas vezes por Manuel Antonio )importa responsabilizar quem não limpou as matas , importa que a justiça actue porque este facto repete-se todos os anos por incuria do Governo Regional que é a entidade com competencias nesta area.

Luís Calisto disse...

Dois sábios comentários.
É o que nos dá ânimo.