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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

LARANJAL


PSD-M À CASTANHA

Depois de um fim-de-semana prolongado por força de uma tempestade razoavelmente regada e não prevista pelo Observatório, uma pessoa vem de regresso às actualidades e nem sabe por onde começar. Tentemos dar um mínimo de ordem aos assuntos de que se fala.


1. Castanha na cabeça dos ordinários mentirosos: Jardim aconselha o povo a não seguir o PSD-M 



O sua excelência, sempre ele, também foi atingido pelo temporal de aguaceiros. Meteu-se por aí adentro com Manel António até à festa do Curral e o ambiente vaporoso fê-lo engatar outra vez na revisão constitucional. O povo de copo na mão a ouvir falar de censura, no Continente, às propostas, artigos, parágrafos e alíneas que o homem da Tabanca fez para salvar o país e que os cubanos desprezam. Se ele insistir naquilo, talvez um dia o pagode venha a saber que raio significa isso de revisão constitucional. Por agora, o que ti Jaquim e prima Piedade perguntam é como quer Meio Chefe salvar Portugal se não consegue retirar a Madeira do buraco onde ele mesmo a meteu.

Aproveitando aquele acto oficial para vulcanizar a campanha interna contra Miguel Albuquerque, Miguel de Sousa e Sérgio Marques, com incidência no primeiro, pestezinho das Angústias voltou a lembrar-se do 'cuspo no prato' e aplicou valentes castanhadas no lombo dos Delfins rebeldes, que "agora dizem as maiores mentiras e ordinarices contra o PSD".
Nessa toada, o sua excelência foi advertindo a plateia de romeiros de que não indica 'quem deve ser' o novo líder do PSD; apenas diz 'quem não deve ser'; o povo, portanto, que perceba quem é que há-de merecer o voto, ou seja, Manuel António Correia ou, em último caso, João Cunha e Silva. Todos o percebem. Ficou evidente pelas palavras do endiabrado chefe demissionário que o povo é inteligente e que, se o PSD não tiver o juízo de saber escolher o líder, então o povo inteligente "faz muito bem em não ir atrás das asneiras do PSD". Votando em outra gente, pois claro.
Jardim, neste momento do discurso avinagrado, absteve-se de ordenar um inquérito a si próprio, que se justificava por ele estar a aconselhar o povo a não votar no PSD. Hoje, porém, já na ressaca do arraial, ao ler Miguel de Sousa no DN com denúncias de uma 'chapelada' nas eleições internas de 2012, que transformou a vitória de Albuquerque numa vitória 'à rasca' do próprio Jardim, pronto: toca de recorrer outra vez ao Dr. José Prada. Para quê? Para encetar um inquérito a Miguel de Sousa.

2. Chapelada como a que o Jardim fez a Passos Coelho é irrepetível!


Também regressados do tal fim-de-semana tempestuoso, nós bem queremos ajudar a deslindar o imbróglio, a ver se juntamos provas dessa chapelada nas internas Jardim-Albuquerque. Mas dessa nada conseguimos. Apenas podemos mostrar a chapelada feita contra Pedro Passos Coelho, nas eleições em que intervieram também Paulo Rangel e Aguiar Branco. Todos se lembram das ameaças de Meio Chefe dizendo que, por ele, Passos não teria votos na Madeira, nas internas do PSD nacional. E acertou quase em cheio. Com muito trabalho, óbvio. 
Vejamos o documento oficial de resultados enviado da Rua dos Netos para os serviços nacionais do partido laranja. Uma incrível anedota!



Como se pode ver, na maioria dos concelhos todos os militantes foram às urnas. Estonteante! E todos votaram em Paulo Rangel, então apoiado por Jardim. Para Passos, zero votos, zero votos, zero votos. Fantástico! As 'coisas' só iam falhando no Funchal, mas ainda assim o actual primeiro-ministro ficou a léguas de Rangel.
O que não devem ter rido em Lisboa quando estes números chegaram lá e eles se lembraram daquela birra do sua excelência no congresso!
Ah, e temos a certeza, testemunhada perante nós, de militantes social-democratas que votaram Passos em conselhos que, vemos ali, dão zero votos ao mesmo Passos.
Por falar em chapeladas...

3. Debate no Delfinário foi mais debate





O mesmo tema eleitoral da transparência, ou falta dela, foi curiosamente abordado no debate de sexta-feira na RTP-M, entre os Delfins. Não o vimos em directo (pelas razões acima apontadas, que um sujeito quando vai para velho vai perdendo ainda mais o juízo). Vimos hoje, gravado. 
Alguns Delfins fizeram denúncias de pressões feitas até ao momento sobre militantes. E confessaram receios pelo que possa registar-se na hora da votação e da contagem.
Apanharão, também eles, com inquéritos made in Rua dos Netos?
O debate, já agora, pareceu-nos mais interessante do que o primeiro... porque foi mais debate e menos montagem de declarações. O pivot Gil Rosa permitiu mais troca de ideias, o que animou a sessão.
Atribuir a vitória a algum deles não é tarefa fácil. Tal como na estreia, cada qual esteve à sua altura. Nem grandes rasgos nem grandes deslizes. Digamos que se tratou de os Delfins explicarem melhor alguns temas sobre os quais se têm pronunciado.
Como se compreende, esta espécie de empate só favorece quem vem de longe. O primeiro a enveredar pela ruptura. Os outros, teimosamente, ficaram à espera de ser indicados pelo líder. Estão arrependidos, certamente. Porque nenhum consegue descolar dos restantes. Nem fazer o que é necessário para se chegar à frente, onde Albuquerque pedala sozinho. 
Todos eles, à excepção de Cunha e Silva, pretendem antecipar eleições e assumem que Jardim não tem de se intrometer no futuro do partido. Pode ir quantas vezes quiser a Belém, mas, determinante na vida do PSD, após o congresso, apenas o líder que for eleito.
Falaram do hospital novo, divididos sobre a oportunidade da obra e a viabilidade do financiamento. Abordaram os dinheiros do desporto - se devem continuar a ter participação governamental ou não. O tema escalda e houve dissertações gagas em quase todos os quadrantes.
Confrontados sobre o propósito de, em caso de vitória, contarem com os outros Delfins para o partido e o governo, todos vêem méritos nos adversários e querem tentar unir as várias sensibilidades no futuro, embora com entusiasmos diferentes e destacando-se a frontalidade de Miguel de Sousa: jamais aceitaria ser secretário de outro candidato e, se ganhar, não convidará para secretários elementos actualmente no governo que aplicam políticas contrárias às que ele preconiza.
Quanto a Miguel Albuquerque, diz contar com todos. Para o partido. Já no respeitante ao governo regional, não explicou se convidará alguém. Apostamos que não.

4. PP aceitaria Carlos Pereira à frente de uma coligação




Enquanto se digladiam os pretendentes no PSD-M, a oposição continua sem dar mostras de querer aproveitar a mobília partida em casa do vizinho. Prova disso foi a declaração de Victor Freitas quanto às suas esperanças de ganhar, ele mesmo, as eleições regionais. Parece uma resposta negativa às propostas de José Manuel Rodrigues no sentido de uma aliança eleitoral com os socialistas.
Fontes populares asseguram-nos que nomes bem vistos à cabeça da alternativa poderiam ser António Trindade, Luís Amado, Ricardo Vieira ou Francisco Costa. O próprio Carlos Pereira, líder parlamentar do PS-M, não é 'carta fora do baralho' nos projectos populares. 
Victor Freitas, porém, não está pelos ajustes e quer ser ele mesmo a encabeçar uma candidatura pelo PS.

8 comentários:

Augusto Trindade Pereira disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Duas considerações:

- Jardim continua sempre fiel à sua máxima " depois de mim, o caos"

- a "chapelada" dos resultados regionais nas directas do PSD nacional em 2010 e a sua participação às urnas é de figurar como um grande momento democrático a par das eleições na Coreia do Norte e em alguns países meio duvidosos

- mesmo com esta suposta abertura do CDS/PP (por vezes confunde-se quem é o partido mais votado da oposição) para encabeçar a coligação, Vítor Freitas, dando provas de uma pequenez política e de uma sentimento de "ajustar contas", insiste em conduzir o partido ao descalabro. Mais um a viver pela máxima de Jardim.

- debate interessante pelas denúncias de Miguel de Sousa e pelo volte face de Manuel António na questão de eleições antecipadas. Se não houve vencedores, Cunha e Silva foi batido em toda a linha, pelas suas acções governativas.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

até manuel antonio quer eleições antecipadas e correr com AJJ?!!!!!...isto é que é traição!....só cunha e silva sustentará AJJ....

Anónimo disse...

Francisco Costa?! Ricardo Vieira?! Mas tá tudo grosso?! F****-se!

Anónimo disse...

o debate foi ganho por manuel antonio
Albuquerque zero ideias
sergio idem
miguel sousa - cinm unica solução basta
cunha= tudo igual

Anónimo disse...

Ninguem ganhou o debate.
Manuel Antonio, com um discurso formatado, que nunca passará daquilo. Sem rasgo, sem naturalidade, porque tambem nao é capaz de mais!Aliás a certa altura perguntaram-lhe alhos e respondeu bugalhos.
Miguel Albuquerque, nâo quis arriscar, mas ainda assim esteve melhor que no primeiro debate, mais agressivo.
Miguel de Sousa, passou o debate nas "bocas" e sempre repetindo o seu milagre da multiplicaçao dos pães, em quem já ninguem acredita.
Sergio Marques, pareceu já conformado e cansado, perdeu-se em coisas futeis e esteve pior que no primeiro debate.A perder gaz...
Joao Cunha e Silva esteve igual a si propio, um desastre..! Como vai governar sem eleiçoes? Onde está a legitimidade popular?
Saliento tambem o passo de magica de Manuel Antonio, ao derepente passar a defender eleiçoes.

Anónimo disse...

Mas o que é isto?
Eu votei nulo, num concelho, e os resultados enviados dizem zero por cento de nulos?