LOUCO LARANJAL

INTERFERIDOS E MAL PAGOS

O homem trocou 'interfere' por 'indefere' para ter música. A diligência cai pela base. Aliás... não há pachorra.

Meio Chefe ouviu bem, mas fez-se desentendido.

Miguel Albuquerque declarou no debate entre Delfins na RTP: "Penso, pelo que já ouvi dizer, que o presidente do partido interfere nas decisões do Conselho de Jurisdição." O que foi bastante para inspirar o criativo Meio Chefe para mais uma investida contra o ex-autarca candidato.

Chefe pensou: parece que ele disse 'indefere'...

Pronto: como nunca houve indeferimento nenhum do género, lá estava caminho aberto para desmentir o inimigo n.º 1 das Angústias.

Ora, se nunca houve indeferimento nenhum - nem podia haver -, Miguel não iria dizer tal barbaridade para se queimar. Além disso, não faz sentido nenhum a frase "...o presidente do partido indefere nas decisões do Conselho de Jurisdição". É verdade que Miguel pronunciou aquilo da maneira que costuma 'balbuciar' as palavras quando tem o discurso preparado com os pés. Mas, mesmo que tivesse trocado 'interfere' por 'indefere', o que não foi o caso porque já ouvimos a gravação algumas vezes, via-se logo que só fazia sentido o primeiro verbo, que teria sido claro lapso - e nem isso foi.

Portanto: Meio Chefe quis música. Perguntou ao CJ se já "indeferiu competências" daquele órgão. Ora, não se consegue "indeferir competências". Consegue-se é "indeferir decisões, medidas". 

Por exemplo: ninguém pode 'indeferir a competência' que Meio Chefe tem para asneirar como faz há 40 anos.

Agora se o homem perguntasse ao CJ se ele, Meio Chefe, já tentou interferir no funcionamento do mesmo CJ, José Prada nem precisava responder, supomos. Bastaria remeter para escrevinhanços do Rei, incluindo aqueles piadões nos bonecos, em que tenta acossar o CJ entre a maçonaria e o bom do Jardim.

Se não se libertam do empecilho em breve, aqueles Delfins todos - os que ganharem e os que perderem a 19 de Dezembro - continuarão indeferidos e mal pagos.