TESE DE CHOVER NO MOLHADO
A investigadora Teresa Ruel chegou à conclusão de que o regimento da Assembleia Legislativa "é um dos principais mecanismos que inibe(m) e condiciona(m) a actividade da oposição".
(Foto Glória Almeida/Global Imagens/DN) |
É esse o conteúdo do livro da estudiosa machiquense lançado quinta-feira em Lisboa 'Oposição e Democracia na Madeira' e que, pelo texto do DN sobre o acontecimento, procura explicar 'o que falha na Oposição da Madeira'.
Pois em nosso entender a resposta reside um pouco aí, no regimento da ALM, só que é algo que toda a gente já sabe há mais de 30 anos. E, nesse caso, não é a Oposição que falha, o que há é uma imposição. Pergunte-se a ao Dr. Cabral Fernandes, Dr. Baltazar Gonçalves, Dr. Emanuel Jardim Fernandes, Mário Aguiar, Paulo Martins, padre Martins e tantos políticos da história recente que por lá passaram... mesmo quando o presidente ainda não chamava a polícia de choque para expulsar violentamente os deputados. As agressões eram mais nos passos perdidos e nos lavabos. E já quando o parlamento funcionava no salão nobre da Junta Geral.
Outra conclusão do livro: essas inibições atingem os próprios social-democratas, já que é a Quinta das Angústias a decidir tudo, enquanto os barões do laranjal se limitam a ficar de bico fechado e a obedecer.
Outro pé de chuva no molhado. Pergunte-se ao Dr. Emanuel Rodrigues, a Virgílio Pereira, antigos PPD's de Machico, Calheta, Porto Santo, Ribeira Brava e outros 'saneados' em vários processos de depuração movidos pelo rei das Angústias.
Em todo o caso, parabéns pelo trabalho, que vem reanimar um tema... que nunca deixou de ser animado.
3 comentários:
Suponho que esse estudo está desactualizado tendo em conta que nos últimos anos a estratégia parece ter sido a de alterar o Regimento à medida das necessidades de curto prazo do PSD/M e do seu Governo Regional. Suponho que essa estratégia de remodelação frequente do Regimento não era comum nos primeiros 30 anos.
amsf
Caro Luís Calisto
Esta sua nota fez-me lembrar uma citação do escritor e colunista texano, James Frank Dobie (1888-1964), que reza assim:
"A média das teses dos doutoramentos não passa de uma transferência de ossos de um cemitério para outro"
Mas, de qualquer forma, louvo a iniciativa e a obra de Teresa Ruel. Nunca é de mais lembrar a vergonha que é este desgraçado regime jardinista.
Reitero o louvor. E hei-de ler a obra de Teresa Ruel.
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