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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Delírios da Madeira Nova




EMBOSCADA NA ESTRADA DAS CARREIRAS




Grande artigo do rei das Angústias sobre a prioridade máxima do escabroso momento madeirense: a festa de Quim Barreiros




Chefe diz agora que o dia ideal para ensinar Lisboa não é o cabalístico 22 de Julho, mas o 9 de Setembro. O que se impinge a 10 mil folgazões em nome de umas horas de forçada glória!



Ao folhearmos apressadamente a edição do nosso JM desta quinta-feira, chegámos à página onde escribas desavergonhados (com dignas e honrosas excepções) costumam agradecer com panegíricos surreais a vida tachista que o regime lhes disponibilizou durante décadas, para si e para os seus, folheámos, folheámos, e deparámo-nos com quê?
Isso, com mais um artigalho da lavra do nosso rei das Angústias - e desta vez assinado, o que não deixa de ser curioso.
Bom, siga Freitas, porque o cavalheiro retomou a pena certamente para nova estopada com banalidades de cima a baixo. 
Mas não senhor. Um relance para descarregar a consciência permitiu revelar que o homem não saiu a terreiro para chover no molhado. Enganámo-nos, pois.


Chefe omite banalidades

A prosa rabiscada nas Angústias não vem desta vez bater e rebater em cansados temas como esse do desemprego - aliás herança de José Sócrates. Já toda a gente sabe que há 23 mil famílias com desempregados em casa, para quê malhar em ferro frio?
O texto também escamoteia, e muito bem, a pobreza crescente na Madeira, em níveis dramáticos, é verdade, mas que não deve ser assunto demagogicamente usado para estragar o Verão de cada um. Além de que, sabemo-lo todos, a penúria que atira todos os dias mais famílias para certas bichas com cheiro a sopa não passa de um reflexo da crise financeira nascida nos escritórios gananciosos  do Goldman Sachs, em Nova Iorque.
Desfazendo os nossos temores um a um, chefe Jardim ignorou igualmente, na sua titubeante parlenga, o IVA que na sua progressão cavalar entrou por aí dentro apatanhando o resto de Autonomia que havia para fechar estabelecimentos comerciais às centenas.
Descemos pelo texto abaixo (sem nenhum 'incluso' hoje) e não se vê patrão dos Netos cair na tentação instrumentalizante de se pôr com os habituais choradinhos sobre a neo-emigração, como fazem Isidoros, Freitas, Coelhos e mais inimigos da Madeira Nova.
Nem o homem levanta pranto por causa da situação dos jovens a sair dos estudos sem pista que seguir em busca de vida profissional.
Ou - a que ponto se esforça o sua excelência -,  ele não faz hoje de carpideira à volta do caixão da Zona Franca-off shore.
Podia muito bem o fóssil das Angústias desatar num 'ai Jesus, que desgraça termos tanta floresta e tantas casas queimadas". Mas desse mal persistem queixas desde o 20 de Fevereiro de 2010 e ainda ninguém morreu por causa disso.


O assunto que interessa

Como grande estadista, e no momento em que arranca para merecidas férias nas nossas dachas, o chefe da maioria (a que nos bons tempos de juntaram vermes oportunistas que ainda por lá pululam para mamar, salvo seja, até ao último pingo da teta), o chefe escolhe para tema de hoje a importantíssima festa do Chão da Lagoa.
Guilherme Silva e o próprio rei das Angústias chegaram a dizer que o dia 22 de Julho despontaria na Região como o único certo para uma guerra santa contra Lisboa e contra os traidores que se movimentam entre nós de faca na liga, a soldo ignóbil dos mandantes cubanos. 
Ambos disseram que naqueles meados de Julho é que era: ou se ia lá acima pegar em armas para travar a escalada invasora ou se ficava cobardemente na praia, deixando Quim Barreiros no alto da serra entregue ao seu acordeão, à vizinha da garagem, ao Machadinho e à 'piela' do Johnnie Walker, incurável apesar do banho de espuma.
Não havia que enganar, pois: ou 22 de Julho ou 22 de Julho.

Mas as coisas mudaram. Os terroristas, como sua excelência insinua no artigalho de hoje, pegaram lume na Madeira... uma semana antes da grandiosa festa-combate. Conseguiram alcançar o objectivo, que era adiar e se possível cancelar de vez a reunião de tropas lá em cima - porque ninguém é tonto.
Pois isso de Julho, a urgência em mostrar pujança e maltratar a cubanagem, não era bem assim. Não é que os serviços secretos às ordens de Carlos Machadinho descobriram que o maior perigo estava reservado pela inteligenzia lisboeta para Setembro?! Mais investigação aqui, mais 'escarafunchanço' acolá, bola para a esquerda, bola para a direita, mais jantar de ressabiados ali, mais visitas noctívagas além, eis a marosca descoberta: o ataque em massa contra a Madeira está preparado, sim, para a segunda semana de Setembro. Para apanhar o grande chefe da tabanca ainda debilitado das férias frenéticas no Bar do Henrique e no Posto Avançado da Democracia - e alguns retardatários das férias ainda nas Bahamas ou nas Maldivas.


Só não há remédio para a morte

Ai sim? - reage com segurança, no artigo de hoje, o eterno monarca - Pois então o 9 de Setembro é que é a data decisiva para o povo subir lá acima - qual 22 de Julho!
Precisamente a 9 de Setembro, e não noutro dia qualquer, é que "os madeirenses e porto-santenses têm ainda mais razões para demonstrar a capacidade e a força de um povo"!
Nem mais!

Alguns - lamenta chefe Jardim - julgam que o povo, perante tanta tragédia, vai baixar os braços.
Irá então o povo - perguntamos nós - levantar os braços e pedir contas a um desgoverno que ainda não conseguiu reparar os danos do 20 de Fevereiro de há dois anos? Que não não faz nem exige a limpeza de matagais que funcionam como barris de petróleo no calor dos incêndios? Irá o povo sair à estrada para protestar veementemente contra um desgoverno regional que, por haver levado as finanças regionais ao descalabro e a uma perigosíssima dívida oculta, permite cobardemente a organizações nacionais e estrangeiras tirar ao desgraçado do cidadão a casa, o carro, trabalho, bem-estar dos filhos - enquanto os aparelhistas e bajuladores do regime continuam a xupar os últimos ais da mama?
Nada dessas baboseiras. Chefe da tabanca o que escreve hoje no seu JM é o seguinte: "Muita gente, principalmente os inimigos do povo madeirense, estão á espera de que o desalento, ante tanta tragédia sucessiva, nos faça baixar os braços.
Enganam-se.
Vamos mesmo ao Chão da Lagoa."

Isto é que é um c...! - solta-se-nos, desculpem o impropério.
Para remediar tanta tragédia... vamos ao Chão da Lagoa!
F...! P...!


No dia em que o rei mandar (ainda mais) nas polícias e nos tribunais...

Muito objectivamente: quem achar que brincamos com coisas sérias e que o chefe não escreveria tamanha safadeza, que procure um exemplar do JM.

Diz mais o sujeito: faltar ao Quim Barreiros seria falta de "afirmação". Mais: subir à serra (mas no dia 9 de Setembro) é "demonstrar firmeza" perante o Estado que não pune os incendiários.
E é um licenciado em Direito, embora sem alguma vez ter posto os pés na barra, a exigir que se faça Justiça antes de julgar os suspeitos!

É um presidente das Angústias a dizê-lo. Imaginem o que não seria ele mandar (ainda mais) nos tribunais, como sempre sonhou vir a conseguir um dia! Nas polícias já manda.
Obviamente que não poderia prender todos os que o detestam, porque não caberiam em 50 prisões. Nem chegaria a tempo disso, porque entretanto apanharia com um correctivo digno de figurar na História, obviamente - porque ele não conhece o madeirense a fundo, apesar daquela acção psicológica aos montes que aprendeu para  usar no interior africano - no âmbito de uma estratégia lusa que nem com os nativos funcionou, já que perdemos a guerra.

Enfim, no seu artigalho de estadista, o rei das Angústias incentiva: ir à serra da Herdade é um acto de "coragem". Haverá emboscadas na Estrada das Carreiras? - permitam a pueril imbecilidade.

Tantas asneiras escritas e ditas por um dia de glória, pelo calor de uma infiel adulação, pelo protagonismo num discurso já intragável, enfim, por um dia dedicado a reanimar o ego narciso - que é para isso que existe, única e exclusivamente, o provinciano chinfrim do Chão da Lagoa.


7 comentários:

Vais à Vila disse...

Quanto a mim, óxala que caia uma chuvinha a 9 de Setembro pelas bandas da Herdade de maneira a que os quentumes e azedumes dessa malta não os deixem com uma bruta de uma úlcera.

Mas numa perspectiva diferente, se ir à Herdade é um acto de coragem contra 'não-sei-quê', porque não usar o arraial da Herdade para que o povo 'destrone' publica e humilhantemente o Engasgado? É sé uma ideia...

Fernando Vouga disse...

Caro luís Calisto

Tudo isto pode ser mero fogo de vista para depois, num golpe de teatro, a palhaçada não se efectivar, com base numa desculpa esfarrapada. É a teoria do J. M. Coelho. Mas isso implicaria da parte de Jardim uma réstia de prudência e sensatez. Algo que não faz parte da sua truculenta personalidade.
Assim sendo, vamos ter boas notícias ou seja, uma "festa"izredfu 22 agitada. Ou não fosse válida a teoria de Murphy que reza assim: "se algo pode correr mal, correrá mal de certeza".

jorge figueira disse...

Dia 9 de Setembro, está visto: é o dia das Festas dos partidos do "Centralismo-Democrático". O PCP e o "nosso" inefável PPD/PSD/M Partido da Autonomia são os festeiros. O Partido da Autonomia está já (sem nos termos apercebido disso) reciclado em Partido da "Anatomia". É só isso que resta (a estátua junto à Electricidade)e, há muito, sem gás para alimentar a chama.

jorge figueira disse...

Meu Caro Fernando Na minha opinião, prudência e sensatez são palavras, há muito, saídas do Francisco Torrinha comprado nos anos cinquenta, pelo jovem estudante, Alberto João, em busca de sinónimos para as aulas de Português.Havia nesse tempo um alguém que se colocava no topo com sinónimos por palavra. Era obra...

Fernando Vouga disse...

"zredfu 22"

Peço desculpa, mas não sei como é que aqueles caracteres anti-spam foram parar ao meu comentário.

jorge figueira disse...

Acontece também comi ...trinta sinónimos por palavra.
Pessoa amiga, há instantes, garantiu-me que o Quim Barreiros está a ensaiar, para além dos tradicionais "bacalhau", "garagem" etc uma do folclore minhoto cuja letra é: OH! SR. DE MATOSINHOS OH! SRª DA BOA HORA ENSINAI-NOS O CAMINHO PARA SAIRMOS DAQUI PARA FORA. Consta que pedirá a colaboração da assistência.

Paulo disse...

Claro que vai haver festa,a Madeira esta em festa, todas as semanas ha festa aqui, ali, acola!