CHEFE JARDIM ESCREVE, JORNALISTA ASSINA
- OU SERÁ SUSPEITA MAÇÓNICA?
- OU SERÁ SUSPEITA MAÇÓNICA?
O estilo não deixa margem para dúvidas: aquele texto sobre a demissão de Rubina Leal constitui mais um grave atentado à Lei de Imprensa. Ou será que alguém anda dentro da cabeça do chefe e escreve contra a independência que os códigos exigem?
Para não falhar nada, o chefe da tabanca escreve ele próprio o artigo sobre a demissão de Rubina Leal, na sequência da participação nos jantares de Miguel Albuquerque. Mas a assinatura do texto não é dele... |
Esperámos pacientemente pela edição desta quinta-feira na esperança de encontrar a rectificação que julgávamos necessária relativamente àquela notícia da véspera. Nada. O JM assume, pois, que aquilo é mesmo assim: o artigo de quarta-feira sobre a demissão de Rubina Leal da comissão política social-democrata era mesmo para levar assinatura de um jornalista.
O profissional que deu assinatura à peça tem o dever de honrar o código dos jornalistas. Mas aqui só há duas hipóteses: ou aceitou a imposição para colocar o nome no artigo ou então escreveu 'ipsis verbis' aquilo que o chefe das Angústias lhe ditou, escrevendo o nome no fim do artigalho.
Qualquer das duas situações é pior do que a outra e envolve responsabilidades de muita gente.
Nem tentam disfarçar o estilo!
As mensagens ali transmitidas reflectem não só o conteúdo mas o estilo do chefe das Angústias. Não de jornalista nenhum.
Aquele cuidado no dizer que o pedido de demissão de Rubina Leal "foi imediatamente aceite"! Aqueles tiques de má Gramática!
À carta de auto-demissão enviada para o líder PPD, bem podia um jornalista conseguir acesso. Normal. Mas o tratamento do assunto não ilude ninguém.
É típico do cacique Madeira Nova 'jogar' com o nome de quem pretende enxovalhar. Nesta peça, chama "Rubina Vargas" a Rubina Leal como em tempos falava de "Emanuel (Jardim) Fernandes", "Poeta [Vieira de] Freitas", "Ricardinho" [Vieira], [Carlos] "Pereirinha" e por aí fora. Não são os jornalistas a fazê-lo. Mas vem no artigo por iniciativa de quem escreve, não em citação.
E seria um repórter, no decurso de uma notícia de jornal, a relevar despropositadamente o facto de a figura vilipendiada, vereadora da CMF, ter sido "eleita por proposta, apoio e trabalho político-eleitoral do PSD/Madeira"? Mais: que, "a vereadora Rubina [Leal] Vargas, apesar de integrar a comissão política regional do PSD /Madeira, simultaneamente marcava a sua solidariedade com um grupo que, na praça pública e nunca nos órgãos internos próprios, contesta a mesma comissão política com o apoio de forças políticas e económicas exteriores ao PSD"!
O autor da peça não cita ninguém, a carga partidária no artigo é dele. Ora, não seria um jornalista profissional a fazê-lo.
Deitar foguetes e apanhar as canas
Que se trata de palavras escritas ou ditadas por Jardim, concluímos daquilo que se lê na sequência da delação de que Rubina Leal, nas últimas reuniões da comissão política em que participou, tomava notas sobre tudo o que ali se dizia. Fala então o chefão "jornalista" da "situação de [Rubina] estar com um pé na comissão política regional e outro com os contestatários da mesma [comissão]. O que "levou Jardim (o rei a falar de si próprio!), há 3 meses, a interpelar a sua colega de direcção política, visto ela integrar um executivo político e não um órgão de características parlamentares".
Depois, a peça fala de informações deturpadas "imediatamente passadas ao diário do Grupo Blandy" (onde trabalhou mais de uma década o jornalista que assina o ensaio a que nos referimos). E conta episódios da comissão política, esses sim já do domínio público.
Mas veja-se uma conclusão do "jornalista" da peça, ou seja, do chefe Jardim: "No entanto, apesar da referida declaração de lealdade (alusão a declarações na comissão política da entretanto auto-demitida ), a vereadora Rubina Leal continuou a participar em actos organizados para conestar a comissão política que integrava"!
Excelente análise do "jornalista"!
Ainda mais: "...Pelo que, no uso dos seus poderes estatutários, o presidente da comissão política regional do PSD/Madeira havia deixado de convocá-la para as reuniões do referido órgão."
Já na edição desta quinta-feira, surge o patrão das Angústias a pegar no artigo do "jornalista" da véspera e seus desenvolvimentos para chamar traidora à vereadora Rubina Leal. Estoirou os foguetes e veio apanhas as canas.
Além de repetir 'tim-tim por tim-tim' o artigo da véspera - o homem decorou bem a lição! -, o homem diz respeitar os adversários (isso!), mas desprezar os traidores.
Crime de imprensa grave
Ponto um: pôr jornalistas a dar o nome profissional a textos originais do poder configura um crime de imprensa do mais abjecto que alguém possa imaginar. Há conivências evidentes neste processo, o que agrava o delito.
O estilo do texto é demasiado denunciado para que alguém venha transferir para o jornalista o ónus de um artigo da iniciativa individual que vai contra todos os preceitos da independência exigida pelo código deontológico.
Por mais que em certos meios se encontrem sujeitos 'mais papistas do que o papa', ali a autoria surge clara.
Chefe das Angústias não deve confundir os diversos patamares de actuação. Pode muito bem escrever um comunicado de imprensa e mandar um assessor ou adjunto assinar, como faz vezes sem conta, mas aí quem assina, se acaso é jornalista, suspendeu legalmente a carteira profissional para assumir funções extra-jornalismo.
Agora com profissionais em pleno exercício num jornal...
Encontram-se também artigos do mesmo jaez no JM sem qualquer assinatura, percebendo-se a sua origem, as Angústias. Mas aqui a Lei de Imprensa também é clara: pode haver artigos de jornal apócrifos, mas há sempre um responsável, que é o director.
No final de contas, podem perguntar: que provas tem para essas graves acusações?
Bom, responder no papel de mensageiro porque as mensagens incomodavam barões e tubarões foi o que mais fizemos na vida.
Dentro do PPD, já só se 'entendem' uns com os outros quando há seguranças de atalaia
Segundo: chefe das Angústias, na ânsia de limpar caminho e prosseguir no poder indefinidamente, atropela colegas de partido e tudo - basta que lhe digam 'não'.
O laranjal cava mais fundas as desavenças internas. O que tanto se nos dá, como se nos deu. O problema é que a violência lá dentro, que é lá com eles, pode alastrar a quem nada quer com aquela gente.
O rastilho foi aceso por seniores na organização de juventude laranja. Das ameaças no recente congresso, passou-se à ofensa, à agressão e ao apedrejamento de casas. A simples eleição de uma concelhia, como quarta-feira no Funchal, só com seguranças bem preparados fisicamente no controlo.
Aqui vamos.
4 comentários:
caro Luis Calisto
recordo uma frase do antigamente ( pós 25 de Abril) e que se aplica a quem escreveu aquele artigo " o ---------- tem a veia cagatória ligado ao cerebro , quando fala só diz merda! e quando caga só caga sentenças " .
creio que esta fraze se aplica a quem escreveu , inspirou ou ditou um nojo daqueles.
O autor moral e o autor material do crime de imprensa fazem aquilo que se diz de muito festeiro: toca a música, deita os foguetes e ainda apanha as canas. Assim fica garantido que nada se perde.
O Jornal da Madeira ja foi jornal oficial do PSD Madeira, agora com a luta pelo poder na Rua dos Netos, passou a ser o jornal de campanha do candidato Alberto Joao. Vamos ver como se posiciona o Diario de Noticias, nao va a coisa ficar empatada...........
O PSD/M vai denunciar o DN ao Ministério Público por dizer verdades! Basta ir ao site do JM.
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