'CAÇA ÀS BRUXAS' NO LARANJAL
Chefe Jardim usa com Albuquerque o 'vale-tudo' que aplica normalmente à Oposição
Últimos momentos de uma universidade de Verão pela primeira vez sem quorum. (Foto JM) |
O 'jornal de campanha' de Jardim, ou seja, o 'Jornal da Madeira', na edição deste domingo, delata com todas as letras uma empresa sediada no Off-shore que decidiu apelar para os militantes do PPD no sentido de apoiarem a candidatura de Miguel Albuquerque à liderança do partido.
Segundo a notícia, escrita no estilo inquisitorial da 'caça às bruxas', essa empresa pede por e-mail aos social-democratas que paguem as quotas para legalizarem a sua situação na Rua dos Netos e poderem então votar no presidente da Câmara do Funchal, em Outubro.
A notícia acusatória, que pretende transmitir um rótulo de criminoso a quem entender manifestar apoio ao rival de Jardim, complementa um estendal de texto onde o chefe laranja responde minuciosamente a posições de Albuquerque mais uma vez ignoradas pelo JM. Concretamente: o jornal governo-igreja publica no seu número dominical respostas a situações que, no seu critério editorial, não aconteceram. No caso, o jantar de sexta-feira em que 170 machiquenses deram a cara pelo autarca do Funchal.
Albuquerque rebateu então os ataques de Jardim à sua candidatura - assente em "indivíduos inqualificáveis", regougou chefe da Pena -, explicando que lidera um grupo de pessoas "identificáveis" e não "inqualificáveis". O 'Jornal', que não divulgou as declarações do challenger, aparece neste domingo com as respostas oficiosas a essas declarações que não transcreveu.
Trata-se de um procedimento do mais repugnante no quadro da ética jornalística, mas que se tornou habitual no jornal onde manda o chefe do governo e da igreja.
No contra-ataque às posições de Miguel Albuquerque, Jardim não dispensa o tom intimidatório próprio do clima de 'caça às bruxas' que ele normalmente monta nos períodos eleitorais.
Assim, os que apoiarem Albuquerque deverão ser tratados como "traidores" que, tal como a Oposição, defendem eleições antecipadas. Deverão ser queimados na fogueira por tentarem "destruir o partido por dentro", para gáudio da Maçonaria e do Grupo Blandy. Esses militantes deverão ser lançados para o fundo dos infernos por defenderem "indivíduos identificáveis, inqualificáveis, ressabiados e sedentos de vingança" que simplesmente procuram "tacho".
Ora, que militante não evitará sujeitar-se aos efeitos de semelhantes pragas?
Sobre as presenças no jantar de Machico, chefe das Angústias usa o seu 'jornal de campanha' para massacrar ainda mais a tecla dos convivas do PP e dos "arregimentados do Funchal" - que não verdadeiros militantes do PPD apoiantes do candidato adversário.
Tudo motivos para que as massas do laranjal - aproveita o monarca - subam em grande número à herdade social-democrata chamada hoje de Chão da Lagoa. Dia 9, diz ele ainda no JM, o povo festejará e lutará pelo regime autonómico.
Uma luta pró-autonomia cheia de vinho, espetada e maçarocas, certamente. E o macarrão de São Vicente, mas é claro. Tudo num cenário onde o rei das Angústias repetirá velhas 'baboseiras' lado a lado com certo companheiro "ressabiado", "futuro desempregado", "inqualificável" e "burguês".
Assim vai a hipocrisia na gaiola de malucas em que está transformado aquele PPD a cair aos bocados.
Esperemos que a Oposição regional se esteja a preparar convenientemente para o pós-derrocada. O dia não pode estar longe.
2 comentários:
"Jardim agredido, popular atirou copo de cerveja ao líder da Madeira"
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/09/02/jardim-agredido-popular-atirou-copo-de-cerveja-ao-lider-da-madeira
Merece uma medalha.
Duas medalhas!
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