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terça-feira, 26 de março de 2013

DELÍRIOS DA LUSITÂNIA



ELES CHAMAM-NOS PAPALVOS
... E COM TODA A RAZÃO


1. O seleccionador nacional insiste: não há jogos absolutamente decisivos; é claro, diz ele, que os candidatos a ir ao mundial precisam de ganhar, mas isso não significa que haja partidas 'de vida ou de morte'. Ou seja, se Portugal perder, vão lá chatear o Camões.
Por outro lado, Paulo Bento ainda teima na inclusão de Hélder Postiga no 'onze' inicial, alegando que o rapaz actuou bem em Israel e que, além disso, joga de um modo tal que, se não jogasse, obrigaria o seleccionado a jogar um  jogo de estilo diferente. Muito jogo.
Por outro lado ainda, Paulo Bento, que presumivelmente assistiu acordado à primeira parte do jogo em Israel, foi à cabina durante o intervalo para deixar tudo na mesma, o que faz supor que, no seu jeito de ver a bola, as coisas estavam muito bem com Portugal a perder 2-1 diante dos israelitas (que percebem mais de táctica anti-terrorista do que de futebol).
Finalmente, o antigo internacional, hoje seleccionador, vinca, e muito bem, que quem faz a equipa é ele e só ele manda Moutinho entrar ou Danny ficar fora, etc e tal.
Ora, senhores: Portugal até pode golear esta tarde, e oxalá que sim; pode o Postiga marcar uma mão cheia de golos; e Moutinho brilhar mesmo ao pé coxinho. Então, pode muito bem Paulo Bento, com tranquilidade, continuar a chamar-nos papalvos, porque todos baixam a crista como papalvos quando ele perde, quanto mais em caso de vitória!
Que ganhemos hoje no Azerbeijão são os ardentes votos do 'Fénix'.



2. O das Angústias volta esta terça-feira à carga com as razões de ter apresentado naquela que ele chama 'casa de louquinhos' - a Assembleia Legislativa - uma tal moção de confirnça ao seu desgoverno regional. Fazendo 'gato sapato' do parlamento, o rei da tabanca assume que tal moção afinal não era de confiança, mas de ataque à oposição. 
Como goza o democrata das Angústias!...
...Que não se acanha no puxar de galões: não iria pedir confiança - diz ele no ex-JM de hoje - um governo que tem feito tudo bem, que nunca se enganou em 34 anos, que investiu sempre com muita classe. E que a moção foi para acusar a oposição porque o governo deve continuar a trabalhar bem, como até aqui.
Além da arrogância de dispensar a confiança do parlamento, sua excelência reivindica o direito de dar notas a si próprio - o que não é de hoje.
Pode, pois, comer e beber descansado o cavalheiro (a esta hora refastelado na casa do desgoverno em pleno areal), porque os papalvos aceitam os seus argumentos e atribuem os 25 mil desempregados, a classe média que se alimenta no Cardoso, os sem-abrigo, as crianças sem comida nem papel higiénico nas escolas, os emigrantes que ele se gabava de ter acabado - os papalvos atribuem o desastre desta Madeira Nova, não ao culpado que mora nas Angústias, mas à oposição que nunca governou.
Mais: não nos admiraremos se os papalvos, caso 'Meio Chefe' vença Miguel Albuquerque em 2014, lhe derem nova maioria nas regionais seguintes.
Seria bem feito para os papalvos.



3. O das 4 Fontes aproveita a quadra pascal para uma ajudinha providencial aos desgovernantes cá da tribo onde grassa fome  e pobreza extrema. "Fé, coragem, esperança", eis o apelo do excelência reverendíssima dirigido a quem desespera na situação de desempregado e sem dinheiro para alimentar os filhos! Pois: enquanto rezam com fé, os desgraçados não 'chateiam' as Angústias.
Por que não come o reverendíssimo, na requintada mesa do paço, e já que o tempo é de abstinência, umas pratadas de "fé, coragem e esperança"? 

4. Sócrates vem pelo País dentro depois do período de nojo mais curto de que temos memória e já com posto encomendado. É verdade que ele foi dos primeiros-ministros mais maltratados em Portugal: criticado incessantemente, caluniado, enxovalhado, ridicularizado, e finalmente corrido nas urnas. Não lhe deixaram uns momentos de tranquilidade para pensar no que fazer - e se calhar tenha sido melhor, para não deixar o País em condições ainda mais desgraçadas do que deixou, à mercê de troikas que não dormem.
Pois quando ainda todos os dias há quem evoque o nome de Sócrates como se de Satanás se tratasse, o homem, em vez de deixar esquecer o passado recente e calar as vozes adversas, desde a extrema esquerda à extrema-direita, ei-lo que volta... e por cima, chamando papalvos aos compatriotas. 
Ele e os responsáveis da RTP ... Que imaginação, a do regresso do comentador político!
Desta vez, nem a linha socialista na liderança do partido pode ficar descansada.
Santana Lopes voltou a comentador, Marcelo também, Marques Mendes idem... mas são casos diferentes, reconheça-se.
Enfim, para um País de papalvos é bem feita.


5. Vítor Gaspar anda pelos States a pregar as virtudes económico-financeira que não temos. Lá vai ele falando e sorrindo na abordagem ao tema do regresso português aos mercados - a que chama um caso de 'sucesso'.
O problema é que, lá nos USA, ele não fala para papalvos.

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