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domingo, 17 de março de 2013

POLÍTICA






João Jardim presidente do governo da Madeira há 35 anos

Líder madeirense está a um ano de bater a longevidade de Salazar, mas, internacionalmente, ultrapassou José Eduardo dos Santos.

Alberto João Jardim, em 1998 PAULO CARRIÇO (ARQUIVO)


Alberto João Jardim completa neste domingo 35 anos como presidente do Governo Regional da Madeira.

“Estou no meu último mandato. Em Outubro de 2015, tenho 72 anos e tenho, portanto, que me retirar. Vou tentar até 2015 ter as finanças sustentadas, porque quero deixar obra, mas também quero deixar as finanças arrumadas”, declarou recentemente o líder insular, que, desde 1982, anunciou, por várias vezes, a sua intenção de abandonar o governo.
Empossado a 17 de Março de 1978, para substituir o primeiro presidente do governo regional, Jaime Ornelas Camacho, a meio do mandato, Jardim era então director do Jornal da Madeira, designado pelo então bispo da diocese, D. Francisco Santana. Integrava a assembleia regional, eleito pelo PSD, partido a que aderiu depois de ter pertencido à Frente Centrista da Madeira.
Após sucessivas maiorias absolutas conquistadas nas eleições legislativas regionais realizadas desde 1976, Jardim tem continuado na chefia do governo da Madeira, único cargo não abrangido pela lei que limita mandatos. Devido a esta limitação, os três dinossauros do poder autárquico nacional – os socialistas Mesquita Machado e Mário Almeida, em Braga e Vila de Conde, e o social-democrata Jaime Soares, em Poiares – terão de abandonar as câmaras para que foram eleitos e a que presidem há quase tanto tempo como a implantação da democracia.
Se sair em 2015, Jardim ultrapassa o tempo de Oliveira Salazar como chefe de um governo, cargo que exerceu durante um período recorde de 36 anos e 84 dias. Após o 25 de Abril de 1974, e já com eleições livres, o primeiro-ministro com mais tempo no cargo foi Aníbal Cavaco Silva, com nove anos e 356 dias.
No âmbito do poder regional, Jardim bate também o social-democrata Mota Amaral e o socialista Carlos César, que estiveram na presidência do governo dos Açores, respectivamente, durante 19 e 16 anos. A nível europeu, ultrapassou o espanhol Jordi Pujol, presidente da comunidade autónoma da Catalunha, que, eleito pela primeira vez em Abril de 1980, esteve 23 anos no poder.
Internacionalmente, Jardim também ultrapassou pelo Presidente angolano. Com a morte de Muammar Khadafi, em 2011, após 42 anos de permanência na chefia do Governo da Líbia, o recorde mundial passou para as mãos de José Eduardo dos Santos, nomeado Presidente da República de Angola em 1979 e há 34 anos no cargo, mais dois do que ficou Fidel de Castro como Presidente da República de Cuba (1976-2008).
Ao comparar o presidente madeirense com o ex-líder líbio, o diário espanhol El País, lembra que “o coronel nunca se submeteu ao veredicto das urnas”, acrescentando que “Jardim é um produto genuinamente madeirense, catapultado em partes iguais pela Igreja e pelo antigo regime”.
“Não podemos adorar sempre os mesmos bezerros de ouro e as mesmas figurinhas que querem fazer a opinião pública deste país e que manipulam essa opinião pública”, declarou Alberto João Jardim, três dias antes de completar 35 anos no poder. Na mesma semana – em que a Assembleia da Madeira, com os votos do PSD, aprovou uma moção de confiança proposta pelo executivo regional e rejeitou duas moções de censura apresentadas pelo PS e PTP –, o líder madeirense pediu a demissão do Governo de Passos Coelho e ouviu manifestantes e a oposição madeirenses exigirem a sua saída da Quinta Vigia, acusando-o de ser o responsável pela maior crise que a região atravessa desde Abril de 1974.

1 comentário:

Anónimo disse...

há algo que este artigo deixa claro. Alberto João nunca foi fundador do ppd madeira , chegou mais tarde oriundo da frente centrista mas á sua boa maneira manobrou os ficheiros para ser o militante nº 1 e ser fundador. vamos a ver se ele ainda vai a tempo de destruir a nossa memoria e alterar a historia.