Powered By Blogger

sexta-feira, 12 de julho de 2013



Senhores: cada um que faça a sua análise depois de ler este artigo do 'Público'


Ex-líder do PS-Madeira absolvido de alegada difamação a Jardim


Juíza Joana Dias concluiu que por estarem em causa interesses públicos “prevalece o direito à expressão do pensamento pela palavra”

Jardim perdeu processo FOTO: ADRIANO MIRANDA


O Tribunal Judicial do Funchal absolveu nesta quinta-feira o ex-líder regional do PS João Carlos Gouveia de dois crimes de difamação agravada ao presidente do Governo da Madeira. O antigo deputado foi ainda dispensado do pagamento de quatro mil euros pedidos por Alberto João Jardim a título de indemnização.
“Perante o conflito entre a liberdade de expressão e o direito à honra patentes nos autos, por estarem em causa interesses públicos relevantes relativos a figura pública proeminente, prevalece o direito à expressão do pensamento pela palavra”, sentenciou a juíza Jana Dias, reconhecendo que no caso julgado “foram respeitados as fronteiras intocáveis da esfera da vida privada”.
As declarações de Gouveia sobre Jardim, “contextualizadas pelas testemunhas e por documentos, foram proferidas no âmbito do debate político aceso, violento e que caracteriza o combate político na região”, reconhece a sentença. Com esta contra-crítica, acrescenta Joana Dias, pretende-se “acautelar o interesse público legítimo que não é posto em causa”, sem pôr “em causa a honorabilidade do visado na sua esfera privada”. Apenas se critica com veemência, conclui, “a forma como [Jardim] se exprime e actua no exercício das suas funções, não tendo caído o arguido na calúnia pessoal, nem ultrapassado os limites estabelecidos pelas declarações do visado que critica”.
A sentença “não surpreendeu” Cabral Fernandes, advogado de Gouveia, porque “vem na linha da jurisprudência do Tribunal de Justiça Europeu, dos tribunais desta comarca e das instâncias superiores portuguesas”. Por outro lado, acrescentou, “transmitiu aos cidadãos uma mensagem de confiança nos tribunais ao apresentá-los com último reduto e garante da defesa da liberdade”.
Nas alegações finais, o procurador do Ministério Público (MP) considerou que o dirigente socialista, em duas entrevistas dadas em Agosto de 2007, tinha ultrapassado os "limites por imputação de juízos de valor que são ofensivos”, pedindo por isso a sua condenação.
Na primeira entrevista, concedida ao Expresso, João Carlos Gouveia, então também deputado no Parlamento Regional, acusou Jardim "de ter como objectivo final a independência do arquipélago, ao ressuscitar a Flama, organização terrorista que actuou na região entre 1974 e 1978, recorrendo ao uso de bombas", concluindo que na Madeira o terrorismo é feito “corrompendo deliberadamente um grupo social”. Na segunda, ao Diário de Notícias madeirense, o líder socialista, referindo-se ao presidente do executivo regional, usou frases como "é muito balofo e não tem força", questionando: "Queremos saber se a União Europeia pode ter, na Europa, um Mugabe como no Zimbabwe."

4 comentários:

Anónimo disse...

bom !!! começamos a ver uma inversão das posições que nos ultimos anos têm sido assumidas pelas magistraturas.
pode ser que isto indicie um fim de ciclo. agora acho risivel a ameaça do velhinho de que vai participar da juiza ao consselho superior de magistratura .é sinal de desespero.

Fernando Vouga disse...

Caro luís Calisto

Os tentáculos do jardinal já não são o que eram.

João Barreto disse...

"Inacreditável" para usar uma manchete em grande destaque hoje. A sentença esá muito bem. Era a única que se esperava... Agora, queixinhas ao C.S.Magistratura era mesmo o que faltava à falta de vergonha do "Soba das Ilhas!"

Luís Calisto disse...

Caro Coronel: já não era sem tempo.

Caro Dr. Cristiano: queixinhas é marca da tabanca.