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sábado, 29 de novembro de 2014

LARANJAL


DE SANTA QUITÉRIA PARA BRUXELAS

Se alguém quiser falar com o chefe, é esperar uma semana, pouco mais ou menos. Entretanto, satisfaçam o último desejo dele, deixem-no desgovernar até Outubro de 2015!





Chefe Jardim não aguentou a reunião inteira do conselho regional do PSD. A meia manhã deste sábado, alegou aspectos logísticos da sua viagem para Bruxelas e zarpou de Santa Quitéria. Deve ir no ar, a esta hora.
Antes, porém, o ainda líder teve tempo para mais uma das suas intervenções tipo pescadinha de rabo na boca: voltas e mais voltas com opiniões conhecidíssimas. 
Falou do futuro do partido e da "desgraça" que será se tiver de deixar o governo logo depois do congresso de Janeiro. Afirmou saber que Cavaco não está disposto a meter-se no assunto, mas que também não pensa em alterar eleições para antes de Outubro. De mansinho, Jardim adiantou a possibilidade de não chegar a haver congresso. De facto, num documento do secretariado aprovado esta manhã sobre o funcionamento dos próximos actos internos do partido, fala-se da hipótese de adiamento do congresso. 
Olá!
Jardim lembrou que, a realizar-se mesmo congresso, terá de ir ao Representante da República no dia seguinte com o pedido de demissão do governo. E que Ireneu Barreto terá de ouvir os partidos da oposição. Falar com o PR. Voltar a falar com o PSD. Enfim, um processo moroso que manteria a Madeira imobilizada durante demasiado tempo.
Para evitar essa "desgraça", o melhor é ele, Jardim, continuar a governar até ao fim do mandato inicialmente previsto - Outubro de 2015. Isso, claro, se mais em cima dessa data não houver ameaça de outra qualquer "desgraça", porque aí pode ser preciso ele continuar... a viajar para Bruxelas.
Pouquíssimos conselheiros ouviram estes e outros cenários cheios de elucubrações pela voz do chefe. Meia dúzia de 'gatos pingados'. Dos Delfins, então, só Manuel António apareceu. Jaime Ramos não pôs os pés em Santa Quitéria. Nem ele nem João Cunha e Silva, que até é presidente do conselho e deixou Jardim Ramos a dirigir os trabalhos. Tão bem os dirigiu o secretário regional apoiante de Cunha e Silva que permitiu a admissão de um documento para votação durante os trabalhos sem consulta prévia aos conselheiros.


Indefectíveis balbuciam elogios a Jardim

No pouco tempo em que esteve no Centro de Congressos, o chefe ainda ouviu algumas intervenções elogiosas para ele. Humanamente muito correcto. Não no caso de Alfredo Fernandes, o candidato a secretário-geral na lista de Sérgio Marques. Jardim já não ouviu essa intervenção. Aliás, remexeu-se na cadeira quando ouviu o nome do homem do oeste. Mas João Machado, apesar de primo do rebelde Miguel Albuquerque, Elisabete Fernandes e Francisco Gomes puderam exprimir cara a cara o quanto devem ao ex-eterno líder. 
Armando Abreu e Sara Madruga intervieram. Sobre aspectos técnicos.
Chegou-se a temer que Correia de Jesus usasse da palavra para elogiar o patrão - e aí com razões redobradas, porque é justamente ao presidente do PSD-M que o fossilizado deputado em S. Bento deve uma vida sentada e tranquila. Correia de Jesus chegou-se ao microfone, o que fez admirar a escassa plateia, porque ele, desmentindo a definição de parlamentar, não costuma dirigir-se a plateias. Não havia que espantar: Correia de Jesus só foi lá explicar aos presentes que Guilherme Silva e Hugo Velosa estavam ausentes... por causa dos ventos que prejudicavam as ligações aéreas.
Assim se esvaem os restos do jardinismo.

Para quem quiser flutuar no meio dos últimos delírios do jardinismo, deixamos o 'comunicado final' da reunião do conselho regional. Quando dizemos 'final' é um pró-forma. Como sempre, os conselheiros, quando chegaram à sala de reuniões, encontraram em cima da cadeira de cada um, como habitualmente, o comunicado que exarava aquilo que eles ainda iriam dizer depois, nos trabalhos. De modo que, com mais propriedade, deveria ser 'comunicado inicial'.

«1. O Conselho Regional da Madeira do Partido Social Democrata denuncia aos Portugueses a hipocrisia das direcções nacionais dos partidos representados na Assembleia da República.
Todos estes partidos falam de "reformas" e de "mudanças". Porém, num conservadorismo situacionista, protector dos variados "interesses" instalados através desses partidos, foi recusada requer a apreciação do projecto de revisão constitucional apresentado pelos Deputados sociais-democratas pela Madeira, louvavelmente conforme compromisso Destes com o eleitorado, e só após a saída da "troika".
O boicote de todos os partidos representados na Assembleia da República destina-se a impedir as propostas madeirenses de reformar o regime político de acordo com as necessidades dos Portugueses e com a evolução do mundo desde 1974, desta forma actualizando o 25 de Abril e defendendo o Estado Social.
As propostas da Madeira visam mudar o País neste momento tão difícil e sem Esperança, apontando um futuro possível aos Portugueses e afrontando as clientelas partidárias à mesa do regime político, bem como os "interesses" instalados, alguns ocultos a violar a transparência democrática que se exige.
O PSD/Madeira sabia que os partidos do situacionismo conservador que afoga os Portugueses, iriam sabotar esta iniciativa e lançar a vergonhosa cortina de censura que impede o conhecimento e a discussão pública nacional da alteração urgente e imprescindível do sistema político-constitucional.
Mas de qualquer forma apresentou o projecto, para que os Portugueses tomem consciência do que de muito grave bloqueia as Liberdades e o Desenvolvimento Integral.

2. Uma nova Comissão Europeia obriga os europeístas a insistir no caminho federalista para concretizar rapidamente a União, mesmo que contra os nacionalismos centralistas e orçamentalistas dos Governos dos Estados-Membros.

Obriga os europeístas a pressionar as Instituições europeias a voltar à prioridade do Emprego, necessária à dignificação da Pessoa Humana.
Nesta lógica, obriga também os europeístas a insistir na substituição das actuais políticas desastrosas de austeridade, por outras de maior circulação de moeda e de maior investimento público.
Como é absolutamente necessário retomar o processo de regionalização europeia, base da construção federal da UE e meio de impedir os actuais nacionalismos e centralismos, nocivos a uma Europa inadiável, forte no mundo e local de Justiça Social.


3. O Conselho apoia o Governo Regional nas negociações que correm com a República, no sentido de permitir a liberdade de circulação entre a Madeira e o Continente, liberdade de circulação que só existe de facto quando vigoram preços de viagem socialmente adequados.
O Conselho Regional do PSD/Madeira alerta a Opinião Pública para as mentiras que, a propósito desta matéria e a pretexto deturpado dos Açores, comunicação social sobejamente identificada com agressões ao nosso Partido, anda a divulgar.
O PSD/Madeira está inteirado das discriminações permanentes, históricas e actuais do Estado português em favor dos Açores. Pelo que está disposto a tudo, caso as políticas da República Portuguesa persistam nessa orientação.
Até porque é lícito e legítimo, no actual quadro de obstaculização pelo Estado à Autonomia Política que o Povo Madeirense quer e tem Direito, nos interrogarmos se interessa este arrastar penoso, sem soluções, na República Portuguesa.
 
4. O PSD/Madeira apoia o Governo Regional no desmantelamento dos lóbis da Saúde.
Lóbis de uma escassa minoria que desprestigiavam os restantes Profissionais do sector, lesavam o erário público e não permitiam as respostas adequadas às necessidades da população.
O PSD/Madeira felicita todos os Profissionais da Saúde que, com alto sentido de responsabilidade, assumiram as correcções e a moralização necessárias.
O PSD/Madeira denuncia a instrumentalização corporativa do CDS e da comunicação social dos "interesses" de antes do 25 de Abril, todos empenhados em restaurar tais lóbis e seus privilégios, à custa de quem precise de recorrer ao Sistema Regional de Saúde.
Agora que terminou a intervenção da "troika" em Portugal, o Governo Regional já requereu oficialmente ao Governo da República que a construção de um novo hospital seja considerada de interesse comum nacional, logo comparticipada pela República, pelo que a Região aguarda, nomeadamente, a reacção do CDS que integra a referida coligação.
 
5. O Conselho manifesta a sua solidariedade com as posições dos Deputados sociais-democratas pela Madeira, na Assembleia da República, no tocante ao Orçamento de Estado, louvando a sua postura de defesa do Povo Madeirense e censurando as represálias baixas de dirigentes nacionais do PSD.

6. O Conselho Regional exprime a necessidade da aprovação no próximo mês, do Orçamento Regional para 2015, imprescindível para o irrecusável aproveitamento dos Fundos Europeus disponíveis no próximo ano.
É também absolutamente necessário para a não interrupção das iniciativas em curso que vêm permitindo a descida do desemprego.
É fundamental para a conclusão da boa execução do PAEF, cujo sucesso por todos reconhecido é que facultará as novas e necessárias capacidades de negociação à Região Autónoma, no período que se lhe segue.
De facto, apesar do difícil que era o cumprimento do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro, a dívida pública foi consolidada e reduzida, não faltou liquidez para as despesas correntes imprescindíveis, saldaram-se compromissos do passado, negociaram--se créditos com uma enorme disponibilidade e louvável responsabilidade cívica dos empresários, reduziu-se o desemprego, manteve-se o investimento possível, apoiou-se a sobrevivência de muitas Empresas e não foram afectadas as políticas de Solidariedade Social.
O adiamento do Orçamento Regional para o momento em que já estivesse em funções plenas um novo Governo Regional - o que só após o Voto de Confiança ao Programa de Governo - obrigaria a uma gestão por duodécimos durante alguns meses, com consequências desastrosas no Emprego, no Investimento e na Economia em geral.

7. O Conselho Regional da Madeira do Partido Social Democrata, neste final de mandato dos actuais Órgãos partidários, congratula-se como tal mandato decorreu, apesar das imensas dificuldades internas e externas, quer à Região, quer ao Partido.
Assim, o Conselho louva todos aqueles que, nesses Órgãos, deram contributo positivo e leal ao PSD/Madeira.
Faz votos para que, no futuro, os Órgãos que venham sendo eleitos demonstrem a capacidade de sucesso dos que, nos últimos quarenta anos, nos seus postos, serviram a Madeira e o Partido.
Mais deseja que, rapidamente, refaçam a unidade sólida que até há pouco caracterizava o PSD/Madeira.

8. O Conselho apela aos Filiados com o estatuto de eleitores no sufrágio interno a realizar na sexta-feira, 19 de Dezembro, das 16.00 às 21.00 horas em cada Freguesia, para que participem, quer na eleição da Comissão Política Regional e respectivo Secretariado, quer na eleição dos delegados ao Congresso Regional de 10 e 11 de Janeiro.
O voto é secreto e o Conselho Regional confia na Consciência e na Inteligência de cada Filiado eleitor, no sentido de não se deixar influenciar por qualquer tipo de pressão, pessoal, da comunicação social, de sondagens, etc., tendo sempre presente que o futuro da confiança da população no PSD, passa pela não entrega da Madeira e do Partido àqueles que sempre combatemos, cá ou em Lisboa, e que são expressão histórica e actual de colonialismo, roubo e exploração do Povo Madeirense, ou de cumplicidades com outros partidos.

9. Realizando-se sábado, 6 de Dezembro, a Festa de Natal do Partido Social Democrata da Madeira, o Conselho Regional exorta todos Militantes a uma participação alegre e solidária.

10. O PSD/Madeira deseja a toda a população um Natal feliz e um Ano Novo o melhor possível.

Funchal, 29 de novembro de 2014
O Conselho Regional da Madeira do Partido Social Democrata»


5 comentários:

Anónimo disse...

Em Janeiro ou Outubro o procedimento para mudar de governo será o mesmo. O meio Chefe que não invente. Vantagem só terá o Psd que está mobilizado com seis candidaturas e os militantes estão ativos como nunca. O PS e seus colegas de Desmudança estão à espera de Costa. Logo só há vantagem haver eleições antes de Costa, porque com os ventos de Lisboa pode ir tudo para as costas de baixo-tipo marina do lugar de baixo.

Alfredo Fernandes disse...


"Tão bem os dirigiu o secretário regional apoiante de Cunha e Silva que permitiu a admissão de um documento para votação durante os trabalhos sem consulta prévia aos conselheiros".

O que torna a proposta -já de si redundante, e sua votação, irrelevante. Porque ilegal.

Sublinhe-se que a dita proposta foi subscrita pelo actual secretariado, o qual coordena e "policia" o processo eleitoral, manda e desmanda, e corporiza a sexta candidatura.

Anónimo disse...

Concordo pleanamente com o que foi escrito por Alfredo Fernandes regressado, em boa hora, à política activa nas listas de Sérgio Marques. Essa proposta foi aceite. Já a de Alfredo no Conselho Regional de Setembro, que concretizaria a Comissão Eleitoral mista, nem sequer foi discutida. Agora ficamos com um secretariado que, ao mesmo tempo, corporiza uma candidatura. Ridiculo, grave e ilegal.

Anónimo disse...

Agora já querem um Hospital considerado de Interesse nacional. O CDS e tanta gente do PSD já disse o mesmo. O Hospital, o Aeroporto, o Porto-pontinha- são Obras do País. De Interesse Nacional. Reivindiquem. Não esperem outra vez pelos Açores, como acontece com as tarifas aéreas. Este governo e estes candidatos do governo e seus grupos não governam. Tristeza

Anónimo disse...

E ha baixa ns Finanças?