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domingo, 3 de abril de 2016

Futuro negro


Emanuel Rodrigues, também presidente da primeira Assembleia Regional, foi um dos constituintes insulares de 75-76 ignorados agora por Marcelo.


CADA VEZ 'RISCAMOS' MENOS 
NAS RELAÇÕES COM O RECTÂNGULO



Marcelo esqueceu-se, na comemoração dos 40 anos da Constituição, de que havia ilhéus com pouca experiência política e a correr muitos riscos entre os corajosos constituintes de 75-76. 
Passos Coelho ignorou no congresso do PSD que o seu partido nas ilhas precisa de ter e mostrar bem que dispõe de espaço para a necessária dialéctica autonómica.
Albuquerque esqueceu-se de que a Madeira precisa de ser combativa com todos os sectores de lá.  

O Presidente Marcelo convidou para um almoço vários elementos da antiga Assembleia Constituinte de onde saiu a Constituição que nos rege há 40 anos. Foi para celebrar esse aniversário do 2 de Abril de 1976, data da promulgação do texto fundamental, que o professor instalado agora em Belém chamou umas duas dezenas de antigos deputados.
Ora, nesse parlamento revolucionário pontuavam elementos da Madeira e dos Açores, por sinal regiões em ebulição naqueles anos violentos, à saída do PREC. Respirava-se um ambiente escaldante nas ilhas que exigiu muita coragem aos aventureiros que se atreveram a 'meter-se em política' ao mais alto nível, e não apenas. Sendo também de fazer tremer a crispação no Continente, incluindo Lisboa, onde os deputados insulares passavam a maior parte da semana participando nos inflamados debates sobre a Constituição então na forja.
As pessoas e a memória de Emanuel Rodrigues, José Carlos Rodrigues, Nicolau de Freitas, Élia Brito Câmara e José António Camacho, social-democratas, e Monteiro de Aguiar, na altura socialista, mereciam estar representadas ontem no encontro com o Presidente. 
Mas a omissão não surpreende. Ao tempo que empreendemos a caminhada de regresso ao centralismo dos velhos tempos!

Onde está o espírito reivindicativo do Laranjal madeirense?

Anda muita gente distraída e esquecida daquilo que eram as relações entre Lisboa e os provincianos das ilhas. Já não falta muito para se completar a volta de 180º. 

O próprio congresso do PSD, este fim-de-semana em Espinho, deixou sinais disto que estamos a constatar. É capaz de haver muitas inerências a colocar laranjas madeirenses nos órgãos nacionais do partido - a beneficiar Miguel Albuquerque e não sabemos quem mais. De resto, num relance diagonal vimos os nomes de Cláudia Monteiro e de Jaime Filipe Ramos no Conselho Nacional. Haverá mais?
O pior é que os novos chefões do Laranjal insular parecem satisfeitos com o desprezo continental que desde há muito se cheira à distância, outra vez. Filme que conhecemos de cor e salteado
Não ouvimos toda a intervenção de Miguel Albuquerque no Congresso, mas, pelos RM's escolhidos pela TV, não percebemos um laivo de postura reivindicativa, autonomista, nem ao nível partidário nem no plano do relacionamento entre governos - sabendo-se até que em Lisboa mandam os socialistas.
Albuquerque deu receitas políticas para o partido nacional e para o País, imitando o seu antecessor, como se por cá vivêssemos num paraíso.
Podemos estar enganados. Estamos a escrever em cima do acontecimento, é capaz de estar a fugir-nos um punhado de pormenores importantes. 
Oxalá que sim.

3 comentários:

Anónimo disse...

Com amanuenses à frente da Madeira só pode dar merda.

Anónimo disse...

Vou utilizar regionalismo:"Há c'anos a gente nã pesca nada naquelas bandas!"

Anónimo disse...

Pois é, e é pena.
Temos de ser afirmativos e dialogantes. Diria, parceiros.